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A música conecta

Alataj entrevista Rafael Bado

Por Alan Medeiros em Entrevistas 08.11.2018

A Laguna Music é um núcleo independente de Curitiba em exercício desde 2015. Projetada inicialmente como um festa itinerante que já ocupou os mais diferentes espaços da cidade com seus eventos disruptivos e regados à boa música, a marca também opera como uma gravadora desde o ano passado e já conta com mais de 10 produções originais lançadas no mercado, divididas entre artistas locais, nacionais e internacionais.

Iniciativas como essa estão espalhadas pelo país em diferentes proporções. Elas são as principais responsáveis pelo fomento da cena eletrônica em suas micro regiões e também para o desenvolvimento de toda a indústria em um âmbito nacional. Não fosse o trabalho realizado por marcas como a Laguna, provavelmente estaríamos fadados a consumir um produto ditado pelos padrões internacionais e pouco acessível ao amplo público.

O valor transformador que esses movimentos possuem é amplamente reconhecido pelos principais players do mercado, que passam a contribuir com eles a partir de ações colaborativas. Prova disso é o espaço aberto pela marca EOL, originária de Orlando, para a Laguna a comemoração dos 4 anos de Laguna Music na primeira edição do festival que acontece em Curitiba neste sábado, 10 de novembro. Em antecipação ao evento, Rafael Bado, sócio-fundador do coletivo curitibano, falou com exclusividade ao Alataj:

Alataj: Olá, Rafael! Tudo bem? Que tal começarmos falando sobre os primeiros dias da Laguna? Como a marca surgiu e como vocês chegaram nesse nome?

Rafael Bado: E aí Alan! Tranquilo? Muito obrigado pelo convite, hoje por um acaso eu vi que fazem exatos 4 anos da primeira Laguna que fizemos (30/10/2014)! Em 2014 eu conheci o Alberto Petri por causa de algumas festas que fiz na minha casa e logo ele me apresentou para o nosso outro sócio, o Gregory, que já tinha inventado o nome Laguna por causa de uma lagoa muito famosa que tinha um por do sol avermelhado chamada Laguna Roja. Na época o objetivo era mais despretensioso e as festas eram num formato sunset, onde as pessoas podiam levar a própria bebida.

Nossa primeira festa ia rolar na cobertura de um amigo nosso, mas no final das contas o síndico cancelou tudo um dia antes com + de 200 antecipados vendidos. O resultado foi que a gente falou pra galera que a festa tava bombando tanto que iriamos ter que mudar de uma cobertura pra uma mansão – Skyline eventos. A festa ocorreu super bem, com mais de 450 pessoas e logo rolaram diversas outras edições que fizeram a coisas continuar indo pra frente.

A Laguna se tornou um coletivo forte em Curitiba muito por conta da boa sequência de eventos que vocês emplacaram em diversos picos da cidade. Quão importante o dance floor tem sido nesse processo de consolidação que vocês estão passando?

Sempre que me perguntam o que é que eu considero mais importante dentro de tudo a resposta é sempre a mesma: o dancefloor! Eu acho que o principal objetivo do DJ é ter a leitura de pista e colocar todos para dançar. Atualmente dentro da Laguna já tivemos a oportunidade de trabalhar com mais de 12 artistas internacionais, dentre eles Popof, Patrick Topping, Marco Faraone e Dennis Cruz. Sem dúvidas todas essas experiências de pista participaram do nosso amadurecimento como label, nos fizeram entender melhor nosso público e também nos mostraram o que gostamos e o que não gostamos!

Não só nos nossos eventos, mas em todas as festas da cena que tenho oportunidade de aparecer estou presente. É na pista que acontece o networking e onde você descobre pessoas novas. Também é na pista que você descobre os sons do momento que fazem as pessoas dançarem e principalmente é lá que a mágica acontece [risos].

Paralelamente as festas, temos o label Laguna Records. Como vocês tem buscado equilibrar essas duas frentes de trabalho para que tudo faça sentido?

Não só a nossa gravadora, mas acredito que todos os trabalhos que eu faço seja dentro da QG Agency, ou dentro de portais que participo com colunas como a Techno Perfect e a SOMMA+ estão interligados. Todas as atividades são suplementares e me ajudam a chegar cada vez mais longe dentro daquilo que eu quero fazer, como por exemplo a tour de um artista internacional que vai tocar na Laguna sendo realizada pela agência, com lançamento agendado na gravadora e matérias sendo lançadas tanto na SOMMA quanto na Techno e em outros portais parceiros.

Dentro da Laguna sempre tivemos o objetivo de ter uma gravadora, lançar músicas pro mundo inteiro ouvir e escutar nossos artistas preferidos dando suporte para as tracks que gostamos – além de ter a oportunidade de lançar muitos deles em nosso selo. A maneira mais rápida de ter acesso ao lançamento destes artistas, principalmente nomes mais fortes, é recepcionando eles em festas e tour. Então acredito que o trabalho em ambas as frentes acaba fazendo sentido e se complementando cada vez mais.

Sabemos que a Laguna possui um time de residentes forte e bem engajado. O que você pode nos contar sobre esse relacionamento com os artistas? Como vocês chegaram em cada um dos nomes que compõe o time neste momento?

Atualmente a Laguna possui um time de 3 residentes: Thariel, CAOAK e PETRI. Todos eles estão vivenciando as melhores fases de suas carreiras, com passagens por clubs ao redor de toda a região Sul, como a recente data do PETRI no Matahari, closing set do Thariel fechando para Sidney Charles e Technasia ao lado do Club Vibe na Usina 5, ou os trabalhos do CAOAK, que recentemente fechou a Vibe do Karmon e possui diversos projetos ao lado da Laguna e da Radiola Records.

O PETRI e o Thariel são meus sócios na Laguna, estão desde o início. O CAOAK não demorou muito para entrar, quando ainda eramos bem pequenos, nós nos conhecemos e ele virou nosso residente entre o final de 2015 e o inicio de 2016, então toda a equipe fez parte da construção e da consolidação da marca o que nos faz muito unidos durante toda essa trajetória. Acredito que com tudo o que tem acontecido, isso só se fortifique cada vez mais com o passar do tempo 😊

Em Novembro a Laguna completa 4 anos e celebra esse momento especial com uma pista no EOL Festival. O que exatamente está sendo preparado?

Essa sem dúvidas é nossa festa mais importante até hoje! Nossa última comemoração de aniversário já tinha sido muito marcante para nós, quando trouxemos Archie Hamilton na pista da Kubik CWB e da T2 Eventos. Esse ano a nossa festa de 4 anos vai ser a primeira vez que a Laguna marca presença com um palco só dela em um grande festival. Ao todos serão 3 pistas, mais de 22 artistas, entre eles 11 artistas internacionais e estreias como wAFF e Yaya na cidade, 2 artistas muito fortes que já deram suporte para tracks da Laguna Records e que há tempos gostaríamos de ver por aqui!

O Laguna Stage vai ser divido com o Hector e a galera da Vatos Locos, com a gente assumindo das 16 as 22 e eles na sequência. Essa vai ser a festa de maior investimento em estrutura, leds, soundsystem e todos que forem no evento vão se surpreender com o que o pessoal do EOL preparou! Além disso, a atração de nosso stage, Rodrigo DP, vai lançar em nossa gravadora nos próximos meses e nós estamos muito ansiosos com tudo isso que está por vir!

https://www.instagram.com/p/BmwgBUlgj8z/

https://www.facebook.com/lagunamusiclabel/videos/2030248563857093/

Percebo que um dos destaques da gravadora até aqui é a criação de um “conceito de som Laguna”. Você pode nos explicar um pouco mais essa história?

O conceito de som Laguna pode ser descrito justamente por aquilo que estávamos conversando na pergunta anterior. Um som pista, para o dancefloor se mexer e a noite ser levada da maneira que nós acreditamos. Dentro da laguna, não temos um conceito musical, um gênero que sempre seguimos e que lançamos ou alguma vertente preferida que será trabalhada nas nossas festas e lançamentos. Do house ao techno, de warm ups a closing sets, de noites com levadas mais minimal, tech house ou progressive, eu diria que o conceito de som Laguna seriam sons cheios de groove que não deixam a pista ficar parada!

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Direto ao ponto: quais são os principais planos e projetos da marca para 2019?

O principal plano pra 2019 é dar foco total para nossa gravadora, fazendo com que a gente consiga apresentar grandes artistas internacionais para tocar em nossas festas e lançar no label. Fiquem ligados, diversos planos, releases, eventos irados e lugares novos estão por vir e pode ter certeza que o ano que vem será o ano mais marcante em nossa trajetória!

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa na sua vida?

A música na minha vida representa a descoberta de uma paixão. Depois que ela chegou e me encontrou tudo mudou, eu mudei, meus objetivos e sonhos mudaram, e toda essa vontade de conquistar tudo isso só me motiva cada vez mais a ir pra frente na Laguna e na QG! A musica também é o meu dia a dia, seja ele dentro da QG Agency durante a semana trabalhando como booker, nos eventos que organizamos aos finais de semana ao lado da Laguna em grandes clubs e venues de Curitiba e do Brasil, nas viagens como tour manager aos finais de semana com os artistas da agência, no estúdio escutando as demos pro selo e correndo atrás de bons remixers, nas live streams que fazemos dentro da casa da Radiola Records com a Boombox Radio, a rádio da casa, ou na pista curtindo com a galera e com os amigos.

A MÚSICA CONECTA.

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