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A música conecta

Alataj entrevista Robin Ordell

Por Alan Medeiros em Entrevistas 22.03.2018

No próximo fim de semana o Brasil recebe diretamente de Londres a pesquisa musical profunda de Robin Ordell. Robin é um DJ e produtor com background musical oriundo principalmente do jazz e um perfil sonoro caracterizado pela improvisação, ritmo forte e groovado. Sua infância em Nice na França, o colocou em contato com a cena funk da região e, de certa forma, também influenciou o começo de sua carreira.

Entretanto, não foi em seu país de origem que Ordell acelerou seu processo de entrada no cenário internacional da música eletrônica. Em 2007 ele se mudou para Londres e mergulhou de vez no underground londrino. No leste da capital inglesa, Robin desenvolveu uma paixão especial ao descobrir e intensificair suas pesquisas frente a cena house francesa dos anos 90. Tal movimento, somado a sua paixão pela atmosfera alemã do minimal, fez com que Robin Ordell tivesse claramente defindo a forma como se relaciona com a música – sem nunca esquecer do jazz, claro.

Depois de passar por alguns dos principais polos da dance music mundial – leia-se Paris, Amsterdam, Berlim e Barcelona -, Robin aterriza no Brasil para gigs no D-EDGE em São Paulo e no TARS Club em Curitiba, festa que acontece em parceria entre os núcleos moove, Patterns e Real Talks. Antes disso, Wesley Razzy trocou algumas palavras com ele. Confira:

Alataj: Olá Robin! Obrigado por falar conosco. Você é DJ residente na Half Baked há muitos anos. Poderia nos dizer como é tocar na famosa festa de domingo em Londres e, do seu ponto de vista, o que eles fazem de diferente que os manteve bem sucedidos por tanto tempo?

Robin Ordell: Tocar na Half Baked sempre foi um prazer. A atmosfera está sempre no ponto, as pessoas sorriem e toda a marca foi construída em torno dessa sensação de boa energia. Na minha opinião, isso é o que faz com que HB seja uma festa tão especial.

Guardo no coração todos os momentos que passei lá, pela experiência que isso me trouxe. Toquei em frente a multidões por anos e realmente sinto o benefício. Aprender a ler uma pista e tocar de acordo leva tempo, sinto que Half Baked me colocou no caminho certo, me dando todas essas brechas para tocar. Me sinto sortudo.

Como DJ residente, você deve conhecer e apreciar a importância de um bom warm-up – Você poderia nos dizer o que você acha que o primeiro DJ deve procurar e tentar realizar ao aquecer o espaço?

É tudo sobre como criar um clima. Tocar para mim é sobre como criar um clima e quando você toca um warm-up, sua seleção deve ser feita de acordo. Não se trata de mostrar o que você pode fazer, se trata de levar a multidão até o ponto perfeito para o próximo DJ assumir.

Quais DJs e produtores te inspiraram nos últimos anos?

São tantos que é difícil escolher, mas sou o maior fã do Zip e extraio muitas inspirações dos seus sets. Lamache e eu tentamos assistir aos eventos Get Perlonized em Berlim toda vez que estamos na cidade apenas por essa dose de influência.

Em uma entrevista em 2016, você mencionou que você usa muitos samples nas suas produções, você ainda usa essa abordagem nos dias de hoje? Seu equipamento mudou muito nos últimos anos?

Meu set up quase não mudou, evoluiu alguma coisa ou outra, mas eu não sou o tipo de cara que compra/vende equipamentos. Eu ainda tenho todos os instrumentos que usei no meu primeiro EP e tenho grande prazer em conhecê-los cada vez mais – é aí que você tira o melhor proveito deles.

E sim, ainda uso muitos samples. Não acho que vou parar, na verdade estou prestes a comprar um novo (não conte à minha namorada).

Como residente de Berlim e um bom cavador de discos, você poderia compartilhar conosco alguns de seus lugares favoritos na cidade?

Vou a quase todos. Eu acho que o melhor é tentar a sua sorte. Às vezes você tem sorte, às vezes você não tem. Aidna assi, acho que os meus favoritos são os clássicos, Spacehall, Hardwax, Audio In e ainda estou tentando experimentar novos lugares.

Uma coisa que eu noto em artistas de minimal é que eles tocam uma vasta seleção de diferentes gêneros musicais. Você pode nos contar sobre sua abordagem particular ao tocar e gravar discos?

Não olho para estilos quando procuro por discos. Estou apenas procurando por bons vinis e tento arrumar tudo para fazer sentido depois disso. Seja em lojas ou na Discogs, eu vejo todos os gêneros o tempo todo.

Esta vai ser a primeira vez que você toca no Brasil. Qual sua opinião sobre a cena aqui? Quais são as suas expectativas para o evento em Curitiba?

Muitos dos meus amigos viajaram para tocar no Brasil e sempre falaram muito bem sobre. Eu mal posso esperar para dar os primeiros passos e ver com meus próprios olhos. Sei que a cena está crescendo e o interesse pela nossa música está aumentando dia após dia. É um momento animador para tocar por aí.

Para finalizar, o que a música representa em sua vida?

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