Skip to content
A música conecta

Sau Poler e sua interpretação emocionante ligada a música. Confira entrevista exclusiva!

Por Alan Medeiros em Entrevistas 21.03.2017

Visto como um dos expoentes da música eletrônica na Espanha, Sau Poler é o tipo de artista que consegue unir em seu currículo uma boa reputação como DJ e excelentes produções. Nos últimos anos, ele esteve presente em cidades como Barcelona, Nova Iórque, Montreal, Paris e Berlim, sempre imprimindo um estilo interessante e elaborado dentro da dance music.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé, atividades ao ar livre e natureza

Ano passado, ele foi uma das atrações do Boiler Room x Generator em Barcelona e na ocasião, entregou um mix com faixas de nomes como Max Graef, DJ Shadow, Fouk e Junktion – algo que já diz muito a respeito de sua identidade. Apesar de ser pouco comentado no Brasil, Sau possui uma estética que combina com o que as pistas brasileiras possuem de melhor e, talvez por isso, seja uma das nossas grandes apostas para o futuro por aqui.

Convidamos o espanhol para uma entrevista exclusiva e também para participar da nossa série Alataj Invites no Spotify. O resultado é uma playlist cheia de vida e uma entrevista com respostas interessantes. Confira abaixo:

1 – Olá, Sau! Muito obrigado por nos atender. Barcelona é, sem dúvidas, um dos grandes polos da dance music na Europa. Como a atmosfera da cidade contribuiu para o seu amadurecimento como músico?
Bom, no meu caso, moro em Badalona, nos arredores de Barcelona – uma pequena “aldeia” nas proximidades. Tem uma vibração relax que me inspira e me ajuda a focar na minha música. Barcelona é muito bom, eu adoro e estou quase todos os dias lá, mas agora está massivamente lotada de turistas e a essência da cidade parece estar em constante declínio. Talvez isso seja bom para construir uma cena e reivindicar através da música, mas honestamente, não sei exatamente como isso afeta meu som, quando estou produzindo eu tento deixar o mundo fora do meu quarto.
2 – Uma de suas faixas mais conhecidas chama-se “For NYC”. Qual foi sua inspiração para composição desse trabalho? Nova Iorque exerce um papel importante na sua história de artista?
Eu fui convidado para mixar e gravar esse EP (Paradoxes Of Progress) no estúdio Rubber Tracks do Brooklyn, algumas dessas faixas eram sem título, então decidi nomear a faixa de abertura “For NYC” como uma homenagem para a cidade e pelos dias agradáveis que passei por lá.

3 – Aqui do Brasil, nós escutamos muito sobre fechamento de clubs na Europa, especialmente em Ibiza e no Reino Unido. Como você avalia esse momento? As pessoas estão realmente buscando por uma experiência diferente dos clubs? Isso tem modificado a cena artística em seu país?
Na minha opinião, acho que precisamos de mais clubes pequenos, onde o DJ possa construir e desenvolver uma atmosfera, onde as pessoas venham prontas para uma viagem emocionante e não se importem muito com o line up.  Música eletrônica é cultura e precisa ser apoiada pelas instituições governamentais, não só durante a semana do Sonar, mas também durante todo o ano.
4 – O que você sabe a respeito da cena no Brasil? Há algum artista brasileiro que tem chamado sua atenção? Você tem planos de vir para cá algum dia?
Honestamente, não sei muito sobre a cena atual no Brasil, sei um pouco mais sobre os  velhos tempos, os discos antigos. Descobri grandes artistas e álbuns de pessoas como Priscilla Ermel, Carlos Maria Trinidade, Jorge Ben, etc… Seria tão bom tocar ao redor do Brasil, espero que em breve!

5 – Fale um pouco sobre o relacionamento com os labels que você lança… O que você tem tirado de melhor do aspecto humano dessa relação? 
Uma das coisas mais importantes em um label, em minha opinião, é deixar a criatividade do artista completamente livre. Não estou no clima de que você tem que ajustar seu som dependendo do label que você vai lançar sua música, talvez um pouco, mas para mim é mais importante construir a identidade de um label procurando por um determinado artista que tem um som coeso e estética sonora semelhantes, basta encontrar uma conexão natural. Acho que essa é a melhor maneira de explorar novos sons e tentar dar o seu melhor.

6 – Sobre as faixas que você escolheu para playlist… você as pensou para um DJ set ou para um momento mais chill?

É basicamente uma playlist para ouvir em casa. Ela contém diversos tipos de música e gêneros, do tribalismo mexicano ao dub driven, do leftfield ao ambiente, e assim por diante… Tudo com um pouco de coerência entre as faixas. Escuto toneladas de músicas diferentes, estilos diferentes e isso é o que me inspira.

7 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida? 

Eu diria que representa tudo. É a minha paixão, meu trabalho, minha inspiração, a forma que me expresso, não consigo viver sem fazer música.

A MÚSICA CONECTA 2012 2024