Skip to content
A música conecta

O poder transformador da música na vida de Seven Davis Jr

Por Alan Medeiros em Entrevistas 18.03.2016

A história do americano Seven Davis Jr é daquelas que nos fazem acreditar no poder da música como um forte agente de transformação social. Foi na sua arte que Seven buscou forças para se livrar de uma série de vícios e acontecimentos infelizes. Antes disso, diversas influências do gospel e do jazz, contribuíram para a formação de um menino artista que nasceu no Texas e teve suas raízes fixadas no norte da Califórnia.

Desde pequeno, Seven não se satisfez em atuar dentro de apenas uma vertente. Os trabalhos como cantor, compositor e produtor comprovam isso. Suas inspirações são diversas e partem desde o mundo gospel, como citamos no parágrafo a cima, até a cultura pop, onde ele seguiu a história de artistas como Jimi Hendrix, Bjork e Beatles.

Antes de se tornar um nome conhecido na cena eletrônica mundial, Seven Davis Jr recusou uma série de propostas de algumas das principais gravadoras do mundo. Na época, ele preferiu manter o anonimato produzindo e compondo no formato de ghost producer.

Após superar seus vícios e espantar seus demônios, Seven emplacou uma série de lançamentos impactantes, que catapultaram seu nome para os holofotes da cena dance music. Em 2012 ele se jogou em uma turnê mundial, apresentando sua combinação única de vocais e experimentações através de instrumentos e improvisações. Dois anos depois, Seven aceitou o convite para se juntar ao time da Ninja Tune. Juntos, eles lançaram o vinil Wild Hearts e posteriormente o aclamado álbum Universes.

A música de Seven Davis Jr é um prato cheio para quem curte a junção de elementos da soul music, funk e house. Suas leituras inteligentes são uma delícia na pista e seu espírito inovador é muito do que a cena precisa. No começo desse ano, conversamos com Seven, que também nos presenteou com um podcast exclusivo. Confira abaixo.

A música conecta as pessoas!

1 – Olá, Seven! É um prazer imenso poder falar com você. Você nasceu no Texas mas atualmente vive em LA, certo? Como a influência distinta dessas duas regiões influenciou seu processo de formação artística?

Sim, eu fui influenciado de várias maneiras pelos EUA, mas fora dele também. Para mim, é tudo parte do processo de formação.

2 – Funk e Jazz, na essência, são dois dos estilos que claramente influenciam suas produções. Por favor, fale um pouco mais sobre isso.

Eu amo as estruturas e as melodias das canções do Jazz. Também adoro a condução que o funk tem, da qualidade dos instrumentos, a criatividade nas bass lines.

3 – Até que um artista se torne reconhecido, é necessário um processo de afirmação na cena undergroud, passando por clubs menos conhecidos e gravadoras de menor expressão. Como foi sua caminhada até chegar em labels do porte de Ninja Tune, Classic Music e Defected?

Foi muito interessante. Para resumir a história, eu apenas segui a criatividade no meu coração, quando de repente, começaram a aparecer muitas labels querendo que trabalhássemos juntos.

4 – Ano passado, você lançou o álbum “Universes” e nós precisamos dizer isso: Ele é maravilhoso. Nos conte como foi o processo de criação dele, assim como a escolha das parcerias?

Obrigado. A ideia conceitual do “Universes” surgiu durante as turnês nos anos antes do álbum ser lançado. Nas turnês senti como se fossem viagens espaciais. Países tornaram-se outros planetas e gêneros tornaram-se outras culturas. As letras das músicas em “Universes” vieram de situações que eu me encontrei enquadrado, lições aprendidas depois de realizar a primeira turnê. Ele reflete os ambientes. O som do álbum também é conceitual, um espectro de alma eletrônico fundido com o funk digital. Meu segundo álbum irá mergulhar mais fundo em minhas raízes do jazz abstratas.

5 – Sua lista de parcerias inclui nomes como Julio Bashmore, Hot Chip e Four Tet. De que forma trabalhar com artistas desse porte contribuiu para o seu lado artístico?

Foi uma honra trabalhar com eles. Para ser capaz de se unir em uma ideia conjunta: um bom exercício criativo.

6 – A faixa “Friends” alcançou importante reconhecimento nas pistas através do remix produzido pelo Detroit Swindle. Você considera esse o release mais importante da sua carreira?

Para ser honesto, eu nem sabia que o remix estava sendo feito, pelo menos não me lembro. Um dia ele entrou no meu e-mail e fiquei feliz que isso aconteceu. Eu gosto de Detroit Swindle.

7 – Essa é uma pergunta que eu gosto de fazer para meus convidados internacionais. O que você conhece a respeito da cultural musical brasileira? Em algum momento ela já te influenciou?

Eu amo o Brasil e a música brasileira. Ela é tão apaixonante. Também amo o povo brasileiro. Tenho uma paixão muito grande no Brasil. 🙂

8 – Estamos apenas começando 2016 mas acredito que você já deve ter planos, não é mesmo? Quais são eles?

Meu novo EP ”Dancing On The Sun” vai ser lançado em maio de 2016 pela Ninja Tune.

9 – Para encerrar, uma pergunta pessoal. O que a música eletrônica representa em sua vida?

Evolução.

A MÚSICA CONECTA 2012 2024