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A música conecta

Alataj entrevista Shadow Movement

Por Alan Medeiros em Entrevistas 15.08.2018

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Através da produção musical, Rafael Bartel aka Shadow Movment se conecta com o mundo. O jovem DJ e produtor brasileiro foi descoberto por Ale Reis em 2014 e é apadrinhado por Gui Boratto desde os primórdios da DOC – basta uma rápida passagem por sua discografia para entendermos o por quê disso.

No estúdio, Rafa é certeiro e suas produções carregam doses equilibradas de melodia, intensidade e, em alguns casos, escuridão. Não por menos Shadow Movement já esteve presente nos sets de nomes como Maceo Plex, Stephan Bodzin e Solomun e constantemente é lembrado pela crítica especializada brasileira como um dos grandes talentos da cena nacional. ID, Whales Part 1 & 2 e Lies são alguns dos principais sucessos de sua discografia, que cresce em ritmo lento no que diz respeito a quantidade, porém sempre com evolução considerável.

No fim do mês passado a DOC Records lançou Run, novo trabalho produzido por Rafa Bartel. Em duas faixas originais, S.M. explora com inteligência uma levada mais cadenciada e melódica do techno. Rico em camadas sonoras, esse novo EP convida o ouvinte para um momento de intensa viagem musical. Aproveitamos o momento para bater um papo com o criador desta belíssima obra e de quebra, recebemos um mix de estreia do projeto para nossa série Alaplay:

Alataj: Oi, Rafa! Tudo bem? Sua forte parceria com a DOC se renovou recentemente com o lançamento do EP RUN. O que você pode nos contar sobre o processo criativo desse lançamento?

Shadow Movement: Tudo ótimo por aqui. Com certeza, esse novo EP veio para dar sequência a essa jornada na minha carreira. Tudo aconteceu entre fevereiro a maio deste ano, o Lado A ‘RUN’ surgiu muito rápido e tudo estava fluindo desde o início, fiz essa faixa em algumas horas desde a criação dos timbres, sequenciando baterias e toda parte de arranjo, somente para o processo de mixagem que precisei de um dia a mais para finalizar. Fiquei bem feliz com o resultado. O lado B chamado ‘Breeze’ eu já tinha gravado as linhas de baixos no moog e desenvolvido alguns esboços, mas ela só foi lapidada e concluída em março.

Ainda sobre a DOC, quão importante staff e o próprio Gui Boratto tem sido para o desenvolvimento da sua carreira nos últimos anos?

O D.O.C com certeza é um dos maiores pilares para o crescimento e desenvolvimento da minha carreira, desde o início, assim como o Gui que ajudou a levantar a bandeira e me deu total suporte e liberdade para que eu pudesse evoluir como artista. Eles me ajudam muito com o management e o Gui com toda parte musical. Tenho uma profunda gratidão por todos e me sinto em casa ao lado de tantas pessoas que admiro e gosto, realmente é como uma família.

Você está escalado para tocar na Tribaltech, um dos principais festivais multiculturais do país. Qual é a expectativa? Você se sente mais a vontade frente a uma pista como essa ou no universo intimista de clubs e festas independentes?

Sinto-me à vontade em ambos. Sei que cada uma tem as suas características. Acredito que o festival é algo mais enérgico falando em pista, além de unir e conectar várias tribos diferentes, já que possui amplos tipos de atrações. Pensando nos clubs e festas independentes, devido ao tamanho você constrói uma certa intimidade e conexão maior com o público por estar mais próximo, o que eu adoro também. De cada experiência vem uma maturidade diferente, a questão é você saber lidar com ambas, seria impossível eu ter preferência por apenas um [risos]. Sem dúvidas a expectativa é grande e um prazer enorme em fazer parte do line-up da Tribatech deste ano ao lado de grandes nomes, pois acompanho e tenho admiração pelo festival desde muito tempo.

A instabilidade e a pouca idade do mercado de alto nível relacionado a música eletrônica no Brasil, te preocupam de alguma maneira?

Já me preocupei mais com essa questão. Acredito que o mercado da música eletrônica no Brasil evoluiu muito com o passar dos anos e com certeza está a cada dia mais profissional, realmente não é fácil entrar nesse segmento, mas se você tem um trabalho consistente e verdadeiro é bem possível que isso ocorra.

Seu som carrega uma identidade muito ligada ao groove e a emoção. É possível dizer que seu foco principal é fazer sons voltados para o dance floor? Como é possível construir uma identidade forte atuando entre o techno e house?

Escutando minha discografia hoje podemos dizer que sim, estou totalmente ligado ao dance floor. Entretanto tenho planos futuros para explorar o meu lado mais experimental, talvez em um álbum. Falando em identidade musical acredito que isso é algo que vem com o tempo para cada artista, por exemplo, antes de começar a lançar minhas músicas, já estava produzindo e estudando minhas produções durante um ano, então quando o I.D. foi lançado eu já tinha um som formado com todas essas características do Shadow Movement. Claro que com o passar dos anos busco aprimorar e explorar novas técnicas e timbres, mas a questão é você conhecer suas ferramentas, saber do que gosta e saber transmitir isso para as pessoas que irão conectar-se com a sua música, acredito que tendo esses fatores é possível chegar a um som com potencial e autêntico.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Posso afirmar que a música é tudo na minha vida. Me dedico a ela todos os dias há mais de 15 anos, é como um projeto de vida e eu não me imagino fazendo outra coisa. Realmente tenho uma grande gratidão por tudo o que ela me trouxe e vem trazendo por todo esse tempo.

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