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A música conecta

Alataj entrevista Spuri

Por Alan Medeiros em Entrevistas 30.04.2019
Rodolpho Spuri é aquele tipo de artista que busca se firmar no cenário musical através da consolidação de seu perfil na produção. Num português ainda mais claro, Spuri é que podemos chamar de um “rato de estúdio”, já que não são raras as longas jornadas criativas neste espaço que, ao que tudo indica, é o seu lugar preferido.
Seja produzindo suas próprias faixas ou cuidando de detalhes técnicos para criações de outros produtores, Rodolpho tem evoluído de forma considerável nos últimos anos e os seus releases e conquistas estão aí para comprovar isso. Além de lançar pelo seu label Hotstage, ele também já apareceu no catálogo de gravadoras do calibre de Tenampa, Sprout, Dear Deer Black e Sincopat, isso tudo colaborando com nomes como D-Nox, Alex Stein e KALIL.
Seu mais recente release trata-se do EP Old Norse, lançado no começo da semana pela gravadora capixaba Prisma Techno. Tanto Spuri quanto a Prisma vivem um momento de expansão em suas jornadas e com este novo capítulo devem se aproximar ainda mais dos principais objetivos traçados para 2019. No embalo deste importante acontecimento, conversamos com Spuri:

Alataj: Olá, Spuri! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Percebo que nos últimos anos você tem intensificado seu trabalho de estúdio e com isso obtido ótimos resultados. Como você avalia seu desenvolvimento na parte de produção musical?

Spuri: Olá, tudo bem? Primeiramente agradeço ao portal desde já por essa entrevista, afim de mostrar um pouco mais sobre meu trabalho e ser humano. Olha, só tenho a agradecer realmente pela minha jornada ate aqui. Caminhada árdua e cheia de obstáculos, tudo em busca de um sonho gigante, mostrar a minha arte mundo afora e com isso ajudar de alguma forma, melhorar as vida das pessoas, afinal, música pra mim é sentimento, é vida em uma das suas formas mais poéticas, por isso desde os 15 anos, venho levando a sério essa evolução infinita que é estudar áudio, música, mercado e seus derivados.

Nesses últimos dois anos venho “pegando pesado” investindo, estudando mais e mais, me preparando para esse novo momento da minha carreira, em relação a tudo, principalmente as novidades do mercado da produção musical, em como obter novos resultados e assim evoluir em todos os sentidos. Os suportes de nomes que sempre admirei como, Laurent Garnier, Maceo Plex, Solomun, entre outros, me fazem crer que estou no caminho certo. Vivo uma evolução constante, respirando música diariamente.

Ainda sobre o trabalho de estúdio, é possível destacar alguns outros trabalhos que você tem feito na parte de mixagem e masterização. De uma forma geral, esse tipo de job tem ajudado você a encontrar caminhos na hora de criar suas próprias produções?

Venho fazendo trabalhos diários com outros artistas aqui no “Ombu”, estúdio que construí no coração de São Paulo com outro engenheiro de som que admiro, meu sócio e amigo de longa data, Andre Bastos. Compondo, mixando, masterizando, ou em um bom papo, é sempre muito positivo. Creio que um bom produtor obtêm várias formas de “research” próprias, livrarias extensas na sua memória, backups, mas a relação entre artistas com certeza é sempre e será a minha maior forma de evolução artística.

Por lá trabalho com variações enormes de estilos musicais junto a grandes labels como as holandesas Spinnin’ Records e Armada Music, a alemã Sprout Music, Universal, Sony, Warner e muitas outras onde exploramos nichos completamente opostos como house, techno, rap, hip-hop, trap, funk e MPB. Também trabalhamos com publicidade e cinema há algum tempo e faz jus a todo um processo de criatividade, abordando a música e suas faces de uma forma geral.

Ao lado do lendário DJ Murphy você comanda a Hotstage. Ter seu próprio label mudou sua visão de mercado enquanto business?

Com certeza. Trabalhar hoje em um mercado tão competitivo não é fácil, eu e o Murphy nos demos muito bem desde o inicio, nos tornamos grandes amigos trabalhando juntos. Como eu já tinha uma certa experiência sobre o assunto, decidimos começarmos os trabalhos com a Hotstage no início desse ano. Conduzir o próprio label lembra muito o trabalho de artista, pois são vários deles fomentando uma marca com a ideia de que se torne uma marca sólida no mercado, artistas e selo, todos juntos! Uma Família. Lindo não? Estamos no início de uma grande história, tenho certeza, não só com a Hotstage mas com novas ideias e trabalhos que estamos preparando para o segundo semestre junto com muitas outras novidades, artistas e players do mercado, a vontade é de trabalhar mais e mais, aguardem…

Viver em São Paulo significa estar em contato com uma leva gigantesca de artistas que tocam regularmente nos principais clubs e festas da cidade. De que forma isso influencia no seu trabalho como DJ e produtor?

Eu como bom paulistano sou apaixonado por essa cidade maravilhosa e penso que em relação a nosso meio, nosso trabalho, a arte que respiramos por aqui é
indispensável para qualquer artista. São Paulo influencia completamente qualquer artista, além de possibilitar, te dar acesso a muita coisa que creio ser essencial para a nossa profissão. Amo demais todo o meu país, ele por si só me inspira.

Sabemos do seu relacionamento próximo com o D-EDGE. Quão importante o club tem sido para o teu crescimento artístico?

O D-EDGE é minha segunda casa, desde o início do club acumulei muitas histórias, muitos amores, bagunça, amizades e muita música, é claro. Isso tudo me fez ser quem eu sou. Lá pude conhecer e socializar com muitos artistas nacionais e internacionais que admiro e hoje são minha “Famíglia”, que prezo muito,  sendo fundamental para minha arte e minha história como DJ e produtor.

“A vida sem música é obsoleta, não tem sentido.” Leia nossa entrevista especial com Locked Groove.

Lançamentos: quais são seus principais projetos e planos em torno deste tópico para 2019?

Projetos são muitos… [risos] Estou trabalhando forte para que todos se realizem. Tirando os lançamentos que ainda estão bem “fresh”, como o EP
“Taharka” com DJ Murphy, que conta com belos remixes de Stroka e Black Roof, o mais próximo é um novo single que acaba de sair pela M.U.R. para o Miami Music Week, ele conta com uma turma boa. Esse vocês já podem escutar nas plataformas também. Ouça aqui.

Tenho um outro single feito com meu sócio e parceiro de estúdio Andre Bastos, pela Alemã Sprout Music do mestre D-Nox, em um V.A repleto de grandes artistas. Tem também um release bem legal e diferente pela Beat Boutique Records, de Israel, em parceria com Juan Lenis, com uma síntese mais melódica, onde venho ganhando espaço e gosto demais, chegando a ser o 72º do mundo em vendas do gênero no começo desse ano alcançando o 1º, 2º, 3º lugar do ranking de vendas do gênero, com vários singles em parcerias com os mestres D-Nox, Wally Lopez e 2 EPs originais, por meses no maior site de vendas do mundo, o Beatport.

Um dos trabalhos mais importantes do ano com certeza sera o meu EP “Old Norse” que saiu recentemente pela Prisma Techno, label nacional que vem se destacando no mercado mundial. Ele tem 3 faixas originais mostrando um pouco do meu momento mais atual como artista. Em breve também chega um novo release com meu amigo de longa data Marcello V.O.R. na mesma pegada pela Chromium Music de Berlin, além de outros lançamentos com grandes artistas que ainda não posso falar, mas estou muito feliz com esse momento.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Tudo, a ponto de nem mesmo eu entender o porque. É uma paixão, venho passando de 12 a 14 horas por dia no estúdio nos últimos anos, saio e ouço no carro, em casa, no banho, acordo com um pouco de samba, MPB, rock, é algo marcante desde o início na minha vida, na minha família, entre discos, composições, instrumentos, sempre foi uma curiosidade eterna, a vontade de expressar, discutir, tentar entender… Música não tem fim.

A música conecta.

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