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A música conecta

Alataj entrevista Wesley Razzy

Por Alan Medeiros em Entrevistas 24.10.2018

Organizar tours internacionais de artistas da dance music em território sul-americano exige a resolução de uma equação daquelas. Moeda, logística, calendário e outros fatores podem ser um problema para quem busca trazer artistas ao país, especialmente se estivermos falando de nomes inéditos e fora da caixa que, em sua boa parte, não são tão conhecidos do público.

Há cerca de 2 anos, Wesley Razzy tem se dedicado para resolver essa equação citada de uma forma que diferentes partes da nossa indústria possam sair ganhando. Os artistas internacionais enxergam na WRX Agency, uma empresa segura para realizar suas tours no Brasil, um país de dimensões continentais e diversas particularidades. Os contratantes, sabendo do olhar aguçado de Wesley e seus colaboradores, confiam nas atrações apresentadas, mesmo em caráter de aposta. Por fim, o público, que tem a oportunidade ver alguns nomes como Ryan Elliott, XDB e Traumer com mais frequência por aqui.

https://www.facebook.com/wrxentertainment/videos/980996088716676/

Paralelamente a isso, é interessante analisar como a WRX tem se posicionado como uma agência capaz de atender diferentes tipos de clientes. De clubes renomados como Warung, D-EDGE e Vibe, passando por festivais como Tribaltech e DGTL, até chegar em festas independentes como TROOP e Carlos Capslock: essa é uma bela prova da importância que o legado que está sendo criado pela WRX agora terá no futuro. Celebrando os 2 anos de trabalho da agência até aqui, convidamos Wesley Razzy para um bate-papo exclusivo:

Alataj: Olá, Wesley! Tudo bem? Em 2 anos de WRX, quais foram os principais desafios que você que superar para encontrar uma dinâmica de trabalho ideal para agência?

Wesley Razzy: Olá Alan! Tudo bem. Primeiramente obrigado pelo convite. Dentro desses 2 anos, tivemos muitos desafios. Não é uma tarefa fácil manter uma agência com o direcionamento artístico que seguimos e conquistar espaço num mercado onde temos concorrentes com muito mais recursos que nós. O maior desafio eu diria que é fazer os organizadores acreditarem que é possível apostar em nomes ainda inéditos aqui no Brasil, mas isso tem mudado, público de hoje tem muito mais conhecimento, pesquisam bastante, muitas vezes até mais que os próprios contratantes e esse público tem pedido por nomes novos e tem deixado seus feedback positivos com esses novos artistas que vieram. A apreciação por DJs mais conceituais e contemporâneos está cada vez mais alta e é nesse mercado onde a WRX tem se destacado mais.

Você é um cara com boa experiência na indústria dentro e fora do Brasil. Baseado no que você já viveu no exterior, em quais aspectos nossa cena precisa evoluir para ter uma roupagem mais profissional?

É difícil fazer essa comparação porque os desafios que temos no Brasil são muito maiores que os europeus por exemplo. Temos uma grande dificuldade com a burocratização do País e o dólar alto, isso impede que possamos ter um evento da mesma qualidade das noites fora do Brasil. Porém, tem muita gente boa fazendo um trabalho legal mesmo diante desses problemas. Acho que precisamos manter essa atenção ao público, ficar atento a criticas, buscar criar uma experiência e não apenas juntar um público com som em volume alto e dar maior atenção ao sistema de som. Uma pequena diferença que percebo em relação ao público de fora, é que eles são um pouco mais engajados com a música. As vezes sinto falta de uma pista que apoia um artista exclusivamente pelo som que esse artista faz. Fora disso, com a economia melhorando tenho certeza que vamos ter uma das cenas mais fortes no mundo, com mais nomes interessantes vindo, melhores estruturas e naturalmente um público mais ligado a música.

Quais foram os artistas mais exigentes que você já trabalhou? Houve alguma tour que definitivamente te tirou da zona de conforto?

Prefiro não citar nomes [risos]. Na verdade tenho muita sorte de poder trabalhar com artistas que são bem simpáticos e fáceis de trabalhar, mas tive algumas experiências que foram mais complicadas sem dúvidas. Em relação a turnês desafiadoras, acho que foi a vinda do Move D para o Warung Beach Club em Janeiro – ele teve um voo vindo da Colômbia que simplesmente mudou o horário poucos dias antes e acabou perdendo a única conexão possível de São Paulo para Santa Catarina, não tinha outro voo disponível para o Brasil, essa era a única opção, já que ele tinha tocado na noite anterior. Então, com pouquíssimo tempo de planejamento, conseguimos fretar um voo particular de última hora em São Paulo, no qual o piloto teve que mudar de aeroporto uma noite antes por causa de mal tempo e acabou tendo que sair de Jundiaí para Florianópolis. O Move D levou quase 24 horas de viagem para chegar direto no clube com menos de 1 hora para começar tocar. Por sorte nossa, ele é uma pessoa incrível, extremamente querida e mesmo sabendo das dificuldades não cancelou a data e chegou com um sorriso no rosto.

Boa parte das turnês realizadas pela WRX trouxeram artistas inéditos ao Brasil. Na sua visão, quão importante esse tipo de atração é para o desenvolvimento e evolução do mercado?

Sim, mais da metade dos artistas da WRX foram nomes inéditos. Isso é de extrema importância para a cena, muitos organizadores acabam ficando reféns dos mesmos artistas por falta de opção e o público fica sem conhecimento, sem a oportunidade de ouvir outros artistas renomados que são extremamente talentosos e não vieram para o Brasil. Com essa maior variedade a cena cresce, o conhecimento aumenta, o gosto musical evolui. Considero isso mega importante! Ainda precisamos que os organizadores apostem mais e assim como o público, pesquisem mais também. Há muitos DJs absurdamente bons que não tocaram aqui ainda!

Ryan Elliott, Traumer e XDB são nomes que já possuem uma ligação muito forte com a sua agência. O que você pode nos contar a respeito do relacionamento que foi criado com esses artistas?

Sempre trabalho de uma maneira natural com todos artistas e com alguns deles acabamos criando um vínculo maior através do respeito pelo trabalho um do outro, da entrega de cada um e amizades que se formam. Esses artistas também são alguns dos nomes que a WRX Agency trabalhou muito bem com um lado que prezamos muito, que é o lado do gerenciamento e comunicação. Como trabalhamos com nomes mais conceituais, muitos deles não tinham tocado ou faziam anos que não tocavam no Brasil, isso requer fazer um trabalho que vai muito além de apenas fechar datas. Trabalhamos muito em divulgar o artista no Brasil pré-turnê com matérias, entrevistas, podcasts, promoção, entre outros conteúdos.

Quais são os principais planos da WRX para o futuro? No que diz respeito a turnês, o que vem por aí?

Vamos continuar expandindo a agência, sempre buscando trabalhar com artistas que acreditamos muito no som. Recentemente fizemos a 4ª turnê o Ryan Elliott e em breve teremos o retorno do Daniel Bell, Francesco Del Garda. Além disso, trouxemos o Leonel Castillo pela primeira vez ao Sul do país – existem outras turnês que não posso revelar ainda. A WRX também faz parte da organização de eventos como Patterns e Causa em Curitiba na qual estamos planejando varias coisas legais pra esse ano e o próximo. Acompanhem a pagina da agência no Facebook e Instagram pra saber das novidades.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Música entrou na minha vida com mais intensidade na adolescência e se transformou minha paixão, obsessão e finalmente meu trabalho. Ela é o nosso escape, nosso conforto, nossa euforia, nossa serenidade, é o melhor remédio para a sociedade e a principal maneira de nos conectarmos com nossa alma.

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