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A música conecta

A magia do Warung na Pedreira Paulo Leminski

Por Alan Medeiros em Reviews 26.04.2016

Depois de ficarmos de fora das duas primeiras edições do Warung Day Festival, nos organizamos com antecedência e partimos para Curitiba já na sexta-feira (15) para nos tornarmos testemunhas vivas da terceira edição do evento, que detém o título de Melhor Festival no Prêmio RMC – entregue em Janeiro.

Antes de chegarmos ao local, o ponto que mais nos trazia dúvidas era como a organização do festival ambientaria a Pedreira para que ela pudesse transmitir a energia singular do club. Não é segredo para ninguém que o Warung é um lugar único, instalado em uma das praias mais bonitas do Brasil e abençoado por um nascer do sol de tirar o fôlego. Definitivamente não é fácil – praticamente impossível, na verdade – criar uma atmosfera tão intensa e específica em outro estado, sob outras condições. O sucesso da produção e montagem do evento esconde uma das chaves do baú dos segredos que fazem o festival ser o que é após apenas 3 anos de história.

Com a Pedreira muito bem ambientada, sentir a magia do Warung era uma realidade constante. Seja no espetacular background do palco principal, no formato do palco da pedreira, na proximidade da natureza no Garden Stage ou nos pequenos detalhes “escondidos” pelo parque. A todo instante era possível sentir o Templo da música eletrônica pulsando em Curitiba.

Após mais de 12 horas de festa, fica um pouco complicado organizar de maneira cronológica todos os acontecimentos. Por isso, decidimos citar abaixo os principais pontos, tanto no campo musical, quanto no campo da organização. Confira nossas impressões:

L_cio vs. Zopelar | Juntos, eles formam o projeto Gaturamo, um live focado em experimentações e improvisações onde cada um tem sua função bem definida. No formato versus, o que vimos foi uma soma espetacular das características de cada projeto solo, que impressionou a todos que acompanharam o por do sol do palco Pedreira. Que live, meus amigos!

Âme | Sempre se espera muito das apresentações lives do projeto Âme. Mais uma vez, Frank Wiedemann – representando o projeto – não decepcionou e com uma fórmula mágica composta por melodia, sentimento e originalidade, emocionou o público do palco da Pedreira. Destaque para as clássicas “Rej” e “From Nowhere (Âme Remix)”

Recondite | Muita gente duvidou da capacidade do live do produtor alemão para manter a pista entre os DJs sets de Rødhåd e Tale Of Us. Havia o temor que o dancefloor sofresse uma quebra de ritmo, por conta de algumas faixas mais introspectivas que o artista da Innervisions e Hotflush possui. O que aconteceu, foi justamente ao contrário. Recondite dominou do primeiro ao último segundo e executou um live extremamente intenso e potente. Destaque para as faixas “Phalanx”, “Warg” e “Caldera”



Soundsystem |
Os melhores resultados foram obtidos na pedreira, onde o equilíbrio entre volume e nitidez era perfeito. No Garden, a vibração da estrutura atrapalhou um pouco e no Warung Stage, havia um delay nas caixas do fundo da pista.



Bares |
O atendimento ágil e bem preparado da equipe merece destaque, mas os preços acima da expectativa para água e cerveja não agradaram. Em tempos onde tanto se fala sobre a conscientização e redução de danos, cobrar 10 reais em uma garrafa de água, em um dia que de sol forte e 27 graus, não pegou bem.

Praça de alimentação | Nós não experimentamos nenhuma das opções disponíveis no parque, portanto não podemos falar com propriedade do assunto. Ainda assim, vale registrar os diversos elogios de amigos para a variedade de opções e qualidade apresentada pelas marcas presentes no evento. Impossível fazer um festival desse porte, sem pensar na fome da galera.

Tale Of Us | Deixamos por último propositalmente o assunto que mais gerou debate pós festa entre o público do festival. Os italianos do Tale Of Us eram de longe a atração mais aguardada da terceira edição do Warung Day Festival. Matteo e Carmine não apresentaram um set exatamente dentro do que era esperado. Com quase 3 horas para trabalhar, a dupla optou por uma construção progressiva, que acabou criando uma atmosfera um tanto quanto introspectiva na primeira metade do set. Ainda assim, nós consideramos uma boa apresentação por parte do duo, que teria desempenhado um papel melhor com algumas horas a mais na conta.

O Warung Day Festival se consolida cada vez mais como um dos eventos mais interessantes do calendário nacional de festivais. O Warung e a vibe de Curitiba somados, resultam na atmosfera ideal para realização de tal evento, que trouxe momentos inesquecíveis para nossa equipe. Can’t wait for 2017. A música conecta as pessoas!

Fotos por: Gustavo Remor 

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