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Soul Beats | Entrevistamos Felipe Wrechiski, brasileiro por trás do projeto de dn’b Urbandawn

Por Redação Alataj em Soul Beats 01.06.2017

Por Lucas Portilho

Nascido em São Paulo, SP, Felipe Wrechiski pode ser considerado um profissional multifacetado e altamente qualificado. Formado em engenharia de som pela IAV, atualmente trabalha em seu estúdio próprio com engenharia de som, sound design e produção de áudio. Sobre o seu lado artístico, Wrechiski possui três pilares: o do drum & bass (através do projeto Urbandawn), trance (Wrechiski) e o techno/house (Turinno).

Concentrando a atenção na sua carreira como produtor de drum & bass, atualmente Felipe Wrechiski possui contrato com a Hospital Records (Reino Unido), uma das maiores e mais respeitadas gravadoras de Drum & Bass do mundo. Agenciado pela Clinic Talent, Urbandawn já teve passagem por diversos países do mundo como Inglaterra, Alemanha, Eslováquia, Áustria, Estônia, República Tcheca e outros.

Com mais 15 anos de carreira, Felipe Wrechiski teve o seu primeiro trabalho lançado pela Hospital em 2012. Dois anos depois teve a música Trindade lançada na compilação New Blood 14 do sub label da Hospital, Med School. Em 2015 o brasileiro esteve presente novamente em uma compilação, desta vez da Hospital, através da música Wardrive. Neste intervalo de tempo o engenheiro de som também remixou músicas de diversos artistas do estilo. No ano passado, o paulista lançou um dos trabalhos mais importantes da sua carreira: o álbum Gothenburg Cluster com 17 faixas.

Além do seu álbum, Urbandawn possui outros trabalhos, como os EPs Neon Nights e Cloudless, tocados por DJs e produtores de todo mundo, como, por exemplo: Friction, produtor de dn’b e residente da BBC Radio (uma das principais plataformas divulgadoras de drum & bass do planeta). Por falar em mundo, Felipe Wrechiski retornou recentemente de uma importante turnê pela Europa e, os detalhes desta viagem, você fica sabendo agora nesta entrevista que o artista cedeu exclusivamente para o Alataj. Confira:

1. Olá Felipe! Muito obrigado por nos ceder esta entrevista! A primeira pergunta que eu gostaria de lhe fazer é sobre a sua recente turnê pela Europa. Nos dê detalhes das festas e festivais que você apresentou no período que esteve no antigo continente.

Obrigado pelo convite! Foi a minha segunda tour na Europa e, desta vez, focada no meu álbum, lançado em Novembro de 2016: Gothenburg Cluster. Foram 9 países em 35 dias – tive a honra de tocar em clubs lendários como Tobacco Dock em Londres (festival Hospitality In The Dock), Cross Club (Praga), além de ter a honra inenarrável de tocar no main room do club mais lendário no cenário eletrônico que é o Fabric em Londres, que acabou de reabrir.

2. Agora de volta para o Brasil, quais são os seus planos para o próximo semestre?

Muito trabalho no estúdio para criar e compor material para os próximos semestres, incluindo um trabalho extensivo em remixes para grandes artistas de D&B e EDM.

3. Além do Urbandawn, você possui outros dois projetos de música eletrônica. Como você coordena os seus trabalhos?

Tenho o Wrechiski que é um approach mais trance/house no qual trabalho com a Anjunabeats em Londres. E o Turinno, mais focado para House/Techno, aonde exploro bastante grooves e sound design. As vezes pode ser um pouco difícil coordenar todos [os projetos], mas é algo que mantém minha sanidade criativa – sempre aprendo um pouco e posso transitar entre diferentes estilos sem perder a criatividade no estúdio.

4. Quais são os seus projetos paralelos à produção de música eletrônica?

Trabalho com música e áudio vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana – quando não estou trabalhando nos meus projetos artísticos, geralmente estou gravando/mixando/masterizando, produzindo bandas, MC’s, trilhas e sonoplastia para cinema, jogos e televisão. Adoro meu trabalho – poder estar rodeado de música e áudio diariamente é algo que sempre almejei profissionalmente. É necessário uma organização quase que religiosa pra poder dar conta de tudo, mas é incrível como sempre aprendo approaches novos que posso incluir nos meus projetos artísticos e vice versa.

5. Gosto de dizer que para determinados gêneros musicais é necessário que nós “despertemos” para eles. Quando e como foi o seu despertar para o drum and bass?

Aconteceu em meados de 2002 quando um colega de escola me mostrou alguns releases da Hospital Records e Prototype – fiquei interessado na hora. Até então, tinha um certo preconceito com música eletrônica pelo que passava na rádio, e nessa época estava imerso nos meus estudos de guitarra. Mas foi impressionante como me senti atraído pelo estilo – percebi em poucos dias ouvindo o quão versátil, musical e dinâmico o estilo era.

6. Ouvindo as suas produções, pode-se perceber que existe uma determinada estética que apela para um ritmo e arranjo mais “orgânico”. De que forma você produz os elementos das suas músicas?

Sempre procurei um híbrido de elementos eletrônicos e orgânicos, pelo fato de ser músico há muitos anos. Acredito que minha visão de D&B sempre foi muito distinta, sempre almejando aprender e desenvolver novas técnicas no estúdio e trazendo diversas influências das coisas que sempre escutei.
Gosto bastante de gravar foley recordings e instrumentos para criar uma estética híbrida e experimental, também mantendo a fórmula original do D&B em certos elementos.

7. Como é ter o contrato exclusivo com uma das maiores gravadoras de drum and bass do mundo?

Parece clichê mais a Hospital foi a primeira gravadora que conheci no D&B e a que eu mais me identifiquei como artista no decorrer dos anos. É uma felicidade enorme poder fazer parte da família!

8. Para além da Hospital Records, qual é o trabalho que você teve mais orgulho de produzir? Por que?

Tive a honra de ter trabalhado com grandes pessoas e realizado coisas que me alegram muito como produtor e engenheiro de áudio. Uma delas é ter composto a trilha e o sound design para a Nike, no qual o skatista brasileiro Luan Oliveira é o protagonista. O vídeo e o concept são incríveis! Foi uma honra fazer parte deste trabalho.

https://www.youtube.com/watch?v=qRY8UPATebU&feature=youtu.be

9. Quais são os seus sonhos e aonde você pretende chegar profissionalmente?

Diversos sonhos e trabalhando incessantemente para isso! Almejo sempre aprender coisas novas, desenvolver meus projetos artísticos e continuar disseminando meu trabalho.

10. Mande duas mensagens: para aqueles que acompanham o seu trabalho, e os que ainda não tiveram a oportunidade de “despertar” para o drum and bass.

Para quem acompanha, MUITO obrigado pelo suporte e um grande abraço! Quem ainda nunca teve o tempo ou paciência para ouvir D&B, sugiro que o faça! Pode demorar um pouco, mas o D&B é tão versátil que sempre terá algo para se identificar.

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