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A música conecta

Special Series | Mr. G

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Por Laura Marcon em Special Series 17.02.2020

Esta coluna é sempre dedicada a artistas que contribuíram e ainda contribuem de maneira expressiva para a evolução e expansão da música eletrônica e sua cultura ao redor do globo, que trouxeram aos ouvidos do público novas sonoridades e formas de enxergar e ouvir a música e que, cada um à sua maneira, impactaram o cenário e se tornaram referências às novas gerações de DJs e produtores. Mas, honestamente, nem sempre é fácil comprimir em alguns parágrafos a sua história e importância dentro dessa cultura que consumimos. E, para nós, Mr. G é uma dessas lendas vivas difíceis de se escrever.

Primeiramente, é justo e necessário apresentar o artista propriamente. Mr. G é o nome artístico do britânico Colin McBean, inquestionavelmente um dos melhores DJs, produtores e seletores musicais do house ao techno ao jazz, fundador e curador da Phoenix G, uma das gravadoras mais respeitadas do mercado na história, integrante do trio KCC e da dupla The Advent, dois projetos que foram cruciais para o desenvolvimento da cena da música eletrônica britânica e mundial e figura indispensável no case de qualquer grande artista que você conheça, não importando o gênero. Ele também atende pelos pseudônimos de Halcyon Daze, Mango Boy, The Reaver e Tommy Atkins.

Antes de se tornar essa figura, Colin McBean passou sua adolescência, nos anos 80, fissurado em discos, coletando e comprando tudo o que podia até entender qual era sua inclinação musical. O caminho o levou para o campo da produção e, de um encontro de ideias entre amigos, nasceu o KCC, formado juntamente com Keith Franklin e Cisco Ferreira, que deu a Colin uma excelente base artística. Mas foi com o projeto de techno The Advent, conduzido por Colin e Cisco que as coisas realmente mudaram, não apenas para suas carreiras, mas principalmente quanto à relação entre eles.

O The Advent alcançou a fama e em pouco tempo de existência a dupla já estava realizando tours e tocando ao lado de nomes como Underworld em raves que iam da Alemanha à Austrália. Mas o tempo foi passando e ambos entenderam que o caminho musical que gostariam de seguir era um pouco diferente e cada um passou a conduzir seus projetos individuais. Colin se tornou Mr. G e Cisco atende por G Flame. A dupla, contudo, jamais parou de trabalhar junto e produz até hoje o que consideram ser as melhores faixas que eles criaram ao longo de suas carreiras.

Seja em parceria ou solo, Mr. G se tornou, além de um grande colecionador de discos, um belíssimo colecionador de hits e clássicos entre os melhores e maiores pesquisadores de música eletrônica do mundo. Você talvez não saiba, mas certamente já ouviu alguma das mais de 200 criações do artista em uma pista de dança entre álbuns, EPs, singles e remixes, esses que foram desde Roger Sanchez até Ms Kittin, de Xprees II a Josh Wink e Ben Sims, para citar apenas alguns.

Mr. G já lançou suas músicas por todas as gravadoras mais icônicas do mercado da música incluindo a sua própria, Phoenix G, fundada no final dos anos 90 e que até hoje é referência para qualquer profissional ou aficcionado por música eletrônica. Suas produções carregam sempre muito groove, maior característica do artista e que, na sua opinião, é o que realmente importa em uma criação. Ele também é grande referência para produtores de qualquer vertente por possuir uma criatividade musical infinita, mas pode-se dizer que é um dos pilares para o nascimento e expansão do Tech House. 

Após 20 anos de carreira e uma extensa lista de conquistas, Mr. G continua percorrendo o mundo se apresentando no formato DJ set ou live de maneira bem performática e enérgica e também produzindo muitas bombas para a pista provando que os anos só lhe fizeram muito bem. Não importa que papel você possui na cultura eletrônica, seja produtor, DJ, entusiasta ou até mesmo ouvinte e nada mais, Mr. G é um artista obrigatório na formação musical de todos aqueles que, assim como nós, respiram notas, arranjos, synths, batidas e uma bela pista de dança.

A música conecta. 

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