Por Laura Marcon
Não apenas uma das vertentes responsáveis pela expansão da música eletrônica a nível global e dona das batidas mais adoradas pelo público, o Techno é considerado por muitos um estilo de vida, capaz de determinar os locais que você frequenta, as pessoas com quem você convive, as roupas que você usa… Desde o seu nascimento, em meados da década de 80, o Techno vem se renovando e se desdobrando em diversas outros subgêneros, sem abandonar suas raízes e o clássico tempo 4×4 que se mantém muito vivo até hoje.
Durante essa jornada de evolução, muitas gravadoras surgiram para difundir as mais diversas possibilidades sonoras dentro do estilo, que se tornaram grandes referências entre profissionais e entusiastas. Mas, assim como tudo que norteia a música eletrônica e sua mutabilidade constante, novos labels estão sempre aparecendo e ganhando espaço no mercado, que são logo percebidas pelos pesquisadores mais ávidos e é sobre isso que falaremos nesta matéria.
Já que o assunto é Techno e pesquisa musical, convidamos uma artista que dá uma aula neste sentido. Eli Iwasa é uma das figuras mais respeitadas dentro da vertente e vive um momento vigoroso em sua carreira. Ela vem até o Alataj para indicar 5, novos labels de Techno pra você acompanhar de perto, com um bônus no final:
Northern Electronics
O selo sueco é casa de nomes como Anthony Linnell e Varg, além do projeto dos dois juntos Ulwhednar, responsável por um dos meus EPs favoritos dos últimos tempos, o Razor Mesh Fencing. Techno inteligente, atmosférico, experimental, não dava para esperar menos da curadoria e das produções de dois dos artistas mais interessantes desta geração. Sou fã!
Trip Recordings
Ok, não é muita novidade, mas deixar a Trip de fora dessa lista seria uma injustiça. O selo fundado por Nina Kraviz espelha o trabalho incansável de uma curadoria corajosa da russa, que lançou EPs de nomes até então relativamente desconhecidos como Bjarki e Vladimir Dubyshkin, além de suas próprias produções. Alguns clássicos recentes do techno saíram daqui, e pelo jeito, a Trip vai deixar sua marca na história do estilo.
+++ O mundo nas mãos de Nina Kraviz. Confira entrevista exclusiva
bbbbbb Records
Falando em Bjarki, o islandês fundou o bbbbbb Records, passeando entre o Electro e o Techno, com experimentação e também peso (mas nem sempre!), lançamentos próprios e de outros nomes de seu país, além de artistas como a jovem estrela VTSS.
Kulør
Toco bastante as tracks do selo fundado pela dinamarquesa Courtesy — o dito som de “Copenhagen”, rápido, com peso, ao mesmo tempo melódico e com forte influência das raves dos anos 90. Esse estilo tem conquistado mais e mais espaço e a Kulør tem cumprido um belo papel ao reunir artistas como Rune Bagge e Kasper Marrott, cujo EP Forever Mix não sai da minha playlist.
Omnidisc
Danny Daze é um dos mais versáteis artistas da atualidade e a Omnidisc nasceu para ser um registro de sua visão e estética musical de maneira mais autêntica. A curadoria para o selo trouxe nomes como Antoni Maiovii (que eu adoro!), Anthony Rother e o nosso RHR, do Electro ao Techno, de experimentações e sonoridades obscuras a surpreendentes hits de pista.
+++ Se liga no texto especial que escrevemos sobre o perfil e a carreira de Danny Daze!
[BÔNUS] Whities Records
O selo inglês começou como uma plataforma para lançar Leftfield Techno, mas ao longo dos anos a curadoria se estendeu a outros estilos, sempre com uma consistência impressionante e um casting de dar inveja, de Avalon Emerson a Bambounou, de Overmono a Nathan Micay.
A música conecta.