Impressões cotidianas, microtimbres, detalhes de paisagismo. Subgraves opulentos, bateria orgânica, samples próprios, patterns variantes e desconstruídas, synths.
A música de Leozzone em Crime Scene produz uma espécie de movimento assemblage: quando elementos díspares, heterogêneos, são momentaneamente reunidos para armar um organismo (um território), um corpo em assembleia.
A História diz que o termo assemblage é repassado às artes na década de 1950, referenciando trabalhos que vão além das colagens, praticando uma espécie de estética da acumulação: tudo pode ser incorporado. O volume se dá por justaposição, porém guardando a possibilidade de se reconhecer cada um dos elementos em sua individualidade. O processo se dá como na cena de um crime, analisada por dedução.
Em estado de assemblage, portanto, os elementos estão providos de sua especificidade, que se caracteriza tão-somente pelo contraste: o específico só é específico em contraste a. Desse movimento resulta a individualidade enquanto elementos de um mesmo sistema: o mundo…
E o resultado, aqui, no EP de Leozzone, Crime Scene, é a singularidade de uma linhagem sonora que, por analogia, visualizamos como tributária a Baby Ford, Bruno Pronsato, 2 DollarEgg, Pantytec, Horror Inc., Jabberjaw etc. etc. etc.
Psychosomatic Records
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Eduard Marquardt, DJ residente do núcleo TROOP e doutor em Teoria em Literária