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A música conecta

A inspiração da artista plástica Iaskara é a música eletrônica.

TAGS: Iaskara
Por Alan Medeiros em Troally 26.05.2015

11289676_638833332916916_1753345109_nÉ muito legal quando duas artes tão interessantes se cruzam e se complementam. Feliz é o artista que consegue beber de diferentes fontes para chegar em resultados cada vez mais encantadores na sua arte. Esse é o caso da pintora Iaskara, que pinta telas inspiradas em seus artistas preferidos. Recentemente conhecemos o trabalho dela após um presente para a dupla Stekke, que foi entregue durante uma edição do detroitbr. Agora, as vésperas de uma exposição no Entrevero do Moha, em Lages, ela arrumou um tempinho para falar com a Troally. A conversa ficou bem interessante, confere aí.

1 – Iaskara, muito obrigado por falar conosco. Nós conhecemos seu trabalho após a parceria com o detroitbr. Na ocasião você entregou uma de suas pinturas para o Ale Reis, um dos melhores DJs do Brasil. Conte um pouquinho como funciona seu processo de criação e por que você escolheu a música eletrônica como inspiração.

Oi meu povo querido. E aí heim? Tudo bem com vocês?
É uma honra para mim, poder apresentar meu trabalho artístico a vocês da Troally e a todo o público que confere o trabalho da equipe. Grata pela oportunidade.
Vamos lá então. Confesso que tenho certa dificuldade em escrever sobre meu trabalho, mas farei o possível para explicar da melhor forma a todos.
Em setembro de 2014, conheci o Detroitbr por intermédio do meu empresário Andre Filette. Fui apresentada ao Eduardo Roslindo, um dos idealizadores deste projeto que só me proporcionou muita inspiração desde então. Foi neste dia que conheci o trabalho de vários residentes e senti que ali eu poderia produzir meu material durante o after para futuras exposições, já que meu trabalho se apresentava na forma que eu havia idealizado desde o inicio. Detroitbr sempre apoiou meu trabalho e me proporcionou um dos momentos mais importantes da minha carreira, a exposição que aconteceu em Abril/2015. Pela primeira vez minhas obras chegaram aos olhos do publico e me senti profundamente realizada por ter feito obras em homenagem a alguns residentes do Detroitbr, dentre eles, Eduardo M, Kultra, Cheap Konduktor, Doriva Rozek, Andre Anthony, Mauricio Gazoni e Bernardo Ziembik. Em nome de todos nós que pertencemos à família Detroitbr e todo o publico presenteamos um dos melhores DJs do mundo com uma obra minha. Precisávamos agradecer Ale Reis pela presença dele naquele dia e também por desenvolver tantos projetos inspiradores como o Stekke, em parceria com Renee. Acompanho o trabalho dele há vários anos e fiquei lisonjeada em conhecê-lo e poder entregar uma obra inspirada no trabalho dele. Stekke é inspiração pura.
Eu adoro freqüentar os afters do Detroitbr, pois durante a apresentação dos DJs, posso produzir meus esboços e capturar a verdadeira energia que a musica apresenta. Foi assim também em Curitiba no dia 16 de Maio de 2015, quando encontrei com Gromma, Kaka Franco e Kultra, Luiz Zen (Cheap Konduktor) e Petrius. Agradeço ao Detroitbr pela oportunidade e também a todo o publico que é fã do meu trabalho e sempre me trata com muito carinho.
Foram oito anos de estudo intensos ate conseguir o resultado atual das minhas obras. O processo de criação que se arrastou por muito tempo foi doloroso, sufocante e impiedoso. Eu precisava sentir minha obra viva e nenhum tema seria melhor que este, pintar a MUSICA ELETRONICA. Nenhum outro gênero musical me proporciona tanta inspiração quanto ela.
Descobri que o Artista precisa se reconhecer em seu trabalho. É assim que eu me sinto em relação a minha temática. Sou apaixonada pela minha produção.
Vários projetos artísticos em parceria com Detroitbr estão sendo estudados para que nossa parceria continue, pois apoiamos a união da MUSICA com a PINTURA. Em breve teremos ótimas novidades.

2 – Em uma entrevista recente com a gente, Joachim Pastor citou que a música é uma conexão com a alma. Como sua arte é abstrata e permite que cada um interprete de uma forma, você acredita que ela também cumpra esse papel?

Concordo. A música possui sim esta conexão com a alma, pois nosso estado de espírito pode ser alterado em fração de segundos assim que as primeiras notas alcançam os nossos ouvidos. Classifico a musica eletrônica como uma conversa com a alma de quem a ouve onde as palavras são desnecessárias em meio a tanta energia.
Respeito muito o trabalho de todos os DJs e produtores, sem o trabalho magnífico deles o meu não existiria.

3 – Além da música eletrônica, o que mais te inspira no cotidiano?

Considero-me muito mais produtiva e criativa durante a madrugada, quando todas as cores desaparecem do cenário e mergulham em minhas telas através das tintas e suas tonalidades que me fascinam.
Alem da musica eletrônica, a noite me inspira muito pelo simples fato de reservar todas as cores para o maior espetáculo que a natureza pode oferecer: o amanhecer. Por inúmeras vezes trabalhei ate o dia chegar só para capturar a essência das cores deste momento para incluí-las em minhas obras. A natureza me inspira e com muito respeito ofereço a ela a minha natureza. Eu sou o meu trabalho e a trilha sonora para ele sempre será a musica eletrônica.

4 – Fale um pouco sobre sua exposição que vai rolar esse ano no Entrevero do Moha em Lages.

O ano de 2014 foi muito importante na minha vida, tanto pessoal quanto profissional.
O Entrevero do Moha foi um divisor de águas, pois concretizou um sonho que eu já acreditava ser impossível, por conta de tantas barreiras que encontrei. Produzir meu trabalho durante a festa era minha maior vontade e assim aconteceu. Andre Paes Ramos (Deko), promoter do evento, me apoiou desde o inicio possibilitando a minha entrada com meu material no evento. Um publico enorme se interessou pela minha arte e eu me senti muito feliz.
A exposição que acontecerá no dia 06 de Junho de 2015 será uma comemoração a MUSICA ELETRONICA E AS ARTES VISUAIS. Estarão expostas telas produzidas a partir dos esboços que fiz durante festa do ano passado. Sou imensamente grata por esta oportunidade oferecida pela equipe do Entrevero do Moha e ao Deko por não medir esforços para apresentar meu trabalho e possibilitar esta amostra na festa mais top da região sul. Eu e meu empresário Andre Filette estamos trabalhando muito para que o publico receba uma exposição incrível. Ansiosa…

5 – Você é dona de uma identidade muito nítida. Como conseguiu desenvolvê-la ao longo dos anos?

Minha produção consiste em ouvir um set ou track e selecionar um tempo para ser plastificado. Falando assim parece simples, porem, a complexidade acompanha meu trabalho. O processo de criação foi muito intensos e muitos anos após a intenção de pintar a musica eletrônica ter surgido finalmente a obra surgiu depois de muitas experiências para capturar a essência do movimento.
Eu elegi uma unidade de traço representativo para cada estilo de musica eletrônica, que somado a vibrações de cores e movimentos que o som me oferece, varias características são acrescentadas relacionadas a execução e performance do DJ e do publico.
Seleciono um tempo da vibração sonora, estudo e interpreto. Repasso a tela e aplico as tintas nas respectivas cores suprindo minhas necessidades artísticas de produção e representação.
Todas as minhas obras são nomeadas com a fonte de inspiração e o tempo em destaque. Utilizo cores vibrantes, possibilitando assim, que o observador possa visualizar a obra de varias formas, sendo que uma delas é sob exposição de luz negra e também na ausência de luz, pois utilizo tinta fosforescente para registrar sons quase ocultos na musica.
Por enquanto esta é a maneira mais completa que encontrei para plastificar o som. Minha obra é uma sobreposição de cores e materiais, bem como a musica eletrônica se apresenta.
Sinto-me realmente satisfeita quando percebo nos olhos dos observadores, a inquietação que minha obra provoca.

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