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A música conecta

Aninha fez a evolução na cena dentro e fora das pistas

Por Alan Medeiros em Troally 18.02.2015

A DJ catarinense Aninha é figura respeitada e admirada na cena brasileira. Mais do que 10 anos de residência em clubs como Warung e Vibe, a artista contribuiu e muito para a que nossa cena chegasse no grau de profissionalismo que se encontra hoje. Em cima dos palcos, ela sempre foi resistente as vertentes do House e levou durante toda a sua carreira um som de menor bpm as pistas por onde passou. Outra bandeira importante que ela sempre defendeu, foi a da importância do Warm Up nos eventos, horário que hoje é cada vez mais apreciado. Fora dos palcos, ela mantém em sociedade a agência 24bit, que cuida da carreira de nomes como Dashdot, HNQO e Fabo, além dos gringos do Adana Twins. Recentemente ela anunciou que também terá a sua label, a AiA Records em parceria com a amiga e parceira de cabine Antonela Giampietro. No sábado de Carnaval, Aninha foi escalada para comandar o Warm Up no Inside do Warung, antecedendo Bella Sarris e Loco Dice, parte desse set compõe o 21º capítulo da Troally.

1 – Em entrevista na Concept Talk, da Sunset Sessions de Santa Maria, você diz que sempre foi resistente no Deep House, que agora está proliferando no Brasil. Como você enxerga esse crescimento do gênero e dos artistas que trabalham nele agora?

Estamos passando um período muito positivo no Brasil em relação a música, principalmente com a popularização do House de uma maneira geral. Fico feliz em ver que agora a porta de entrada do público seja por uma vertente do house. Me impressiona também a quantidade de produtores de qualidade que estão surgindo no país e de gravadoras.

2 – Você é residente do Warung e da Vibe a mais de 10 anos e leva a bandeira desses clubs sempre junto com você. O que você considera essencial na identificação do artista com o club para estabelecer uma residência?

Faço parte de uma nova geração de ‘dj residente’, no qual não toco todos os finais de semana (como no formato passado), mas tento criar uma identidade sonora através da minha personalidade, resposta do público, tamanho do club, enfim. Existem músicas que só combinam com o Warung e outras com o Club Vibe.

3 – A cena é movida pelos clubs, público, artistas, agências e os núcleos. Com a facilidade do acesso ao internet, pequenos núcleos se tornaram importante na cena. Como você enxerga o trabalho dessas marcas para o mercado?

Os núcleos sempre foram de extrema importância. São criados por uma necessidade pessoal, satisfação. Eles criam sua própria identidade, conversam com seu público, fazem uma história bacana e focada. Vários projetos no Brasil estão saindo de suas cidades e explorando outros horizontes (o antigo after Paradise, Colours, Radiola, 5uinto) da mesma forma fora do país. Projetos como o CircoLoco, Monza, FACT, Secret Sundaze, são outros exemplos de núcleos locais que viajam o mundo com seus artistas e suas características. São as idéias ‘micro’ se tornando ‘macro’ para a nossa alegria.

4 – Seu tempo de carreira o permitiu que você pudesse acompanhar diferentes gerações na pista de dança. Você acha que o público mudou muito do começo dos anos 00 até hoje? Quais as principais diferenças?

Mudou sim. De todas as formas. Do desconhecido e estranho para algo cool e natural, o que estava acontecendo apenas nos guetos, agora atinge todos os públicos, a música que era inacessível agora está mais acessível do que nunca. A diversão que tínhamos a cada bimestre ou trimestre, temos todos os finais de semana e com ‘opção de escolha’. O público de uma certa forma também está dividido entre os ‘mimados’ – que reclamam demais, julgam demais, que sabem de ‘tudo’ e acabam não se divertindo (não relaxam na noite) – e os ‘seguidores’, que amam as labels, artistas locais, seus produtores favoritos, amam o ambiente em si, respiram aquilo e fariam de tudo para fazer parte do contexto de uma maneira geral.

5 – Uma pergunta diferente agora, na 24bit, vocês agenciam importantes nomes, nacionais e internacionais. Como é o processo do contato inicial, até ter a exclusividade do artista em terras brasileiras?

Estamos em constante pesquisa do que acontece lá fora e também em busca do que possivelmente agradaria o nosso público no Brasil. Observamos o trabalho do artista por um bom tempo, vemos se ele tem disponibilidade para uma parceria conosco e iniciamos o trabalho em conjunto 😉

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