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A música conecta

A cena independente de Curitiba vive grande momento: falamos com Rodrigo da Arnica Cultural

Por Georgia Kirilov em Troally 15.07.2017

Hoje começa o Subtropikal, festival de economia criativa e interação urbana em Curitiba, e diversos núcleos passam a se encontrar na cidade dos dias 15 ao dia 22 de Julho. Um desses é a Arnica Cultural, movimentadora cultural que é peça chave na cena de música independente da capital paranaense. Conversamos com Rodrigo, um dos integrantes do coletivo, sobre o que anda acontecendo na cena de Curitiba e porque esse é um momento essencial para a fermentação cultural e a maturação do público, que hoje está mais consciente e com mais sede de conteúdo do que nunca. Confira a seguir:

1 – Oi Rodrigo, tudo bem? Explica para a gente o que é a Arnica Cultural?

A Arnica é uma movimentadora cultural. Um espaço para adequar ideais e para produção de eventos. Tudo começou quando nós, integrantes do Trombone de Frutas, fomos buscar um novo formato para uma nova estrutura de festa. Foi evoluindo até acharmos um lugar fixo no Bigorrilho que cabe 800 pessoas. Hoje temos um lugar que recebe vários artistas e criativos, bandas de vários países, bandas maiores e bandas novas. Arnica existe faz um ano e meio e em agosto celebramos seu um ano oficial na Ópera do Arame. A gente vem buscar jeitos de formatar e fazer acontecer a cena da nossa maneira.

2 – Existe a vontade de tornar a Arnica um estúdio?

Essa ideia está mais em andamento do que nunca, estamos muito perto de ser um estúdio de verdade. Além da Arnica Cultural, queremos ter a Arnica Records. Fomos embargados pela prefeitura e nunca mais vamos poder ter 800 pessoas no quintal, então a ideia é fermentar ainda mais esse mercado que já está bem aquecido, viabilizando eventos por outros meios.

A imagem pode conter: 1 pessoa, tocando um instrumento musical e área interna

3 – E o loop room? Faz parte integral do Arnica?

O loop room acontece dentro da Arnica e recebe nosso apoio, mas é um projeto paralelo somente do Thiago Ramalho. O Loop Room trata-se de um encontro harmônico entre o orgânico e o sintético aonde cada convidado cria seu som fazendo uso de diversos instrumentos e os convidados são encorajados a interagir de maneira super espontânea com os sons e aparelhos que se encontram ali.

4 – Qual a relação da Arnica com música eletrônica?

Música eletrônica é um movimento incrível e agora com o Thiago com certeza temos essa vontade de nos envolvermos mais com o mesmo. O Loop Room pode ser, de fato, a ferramenta para viabilizar essa conexão entre o sintético e orgânico.

5 – Você vai comandar uma conversa sobre música independente no Subtropical esse domingo (16) na Rua da Cidadania, conta um pouco do que podemos esperar?

Eu pretendo explorar os diferentes gêneros musicais por meio das pessoas que convidei. Explorar tanto o lado business quanto o lado artístico da música. A ideia é juntar todo um pessoal e discutir sobre as dificuldades da produção e o quão importante é a coragem de só sentar e fazer acontecer, que na verdade é a chave para a produção cultural.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, noite, multidão e atividades ao ar livre

6 – Vocês da Arnica tem relações com outros coletivos e núcleos do resto do Brasil?

Temos troca direta com o pessoal do Rio Grande Sul, Florianópolis, São Paulo. Sempre estamos tentando viabilizar esses encontros e idas e vindas culturais, tentando encontrar pessoas que tenham o mesmo grau e queiram apostar junto na mesma ideia.

7 – Você acha que existe algo de singular na cena independente de Curitiba em paralelo com o resto do brasil?

Não sei se é singular, mas Curitiba está vivendo um momento, está para ser mais reconhecida, tá quente, as pessoas estão aceitando as músicas com muito mais receptividade. Existe um pensamento mais antigo de que Curitibano não valoriza o que vem daqui, mas isso tá mudando, não é mais verdade. Existe uma cumplicidade entre as bandas da cena atual, todos se conhecem e se comunicam.

A imagem pode conter: 3 pessoas, câmera, noite, multidão e atividades ao ar livre

8 – Para finalizar, porque Curitiba está passando por esse momento quente?

Acredito que sejam momentos orgânicos de pessoas criando oportunidades em paralelo que viabilizaram uma maturidade maior da cena. Quase que uma convergência criativa. Por exemplo, nós não inventamos esse role de festa no quintal, esse é um movimento coletivo, você cria um ambiente que viabiliza o publico a criar uma relação com a musica e o publico cria um solo fértil para novos projetos surgirem pois existe uma maturação da cena.

Música de verdade, por gente que faz a diferença! 

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