Skip to content
A música conecta

Transcendente

TAGS:
Por Alan Medeiros em Troally 23.09.2015

Jaime é o nome por trás do live bmind. O artista busca imprimir em sua música influências do cotidiano utilizando timbres orgânicos e sintéticos para construção de sua obra.

Dono de uma estética bastante própria, Jaime busca fugir de rótulos e definições. bmind apresenta uma música aberta, abstrata e intimimsta, que dá estimulo a reflexão.

É com esse pensamento que convidamos a todos a ouvir o mix 49 da Troally, assinado por esse grande artista. Música de verdade, por gente que faz a diferença!

1 – Olá, Jaime, é um prazer falar com você. Você cita que bmind é o espelho das influências que absorves a cada dia. Quais são as principais delas em seu cotidiano?

Olá, Allan. po mano, o prazer é todo meu. fiquei feliz com o convite. Tudo que vivo me influencia, do canto da cerimônia ao bom dia na padaria. Mas posso citar o silencio, a forma e as plantas.

2 – Além disso, você também cita que sua música dá estimulo a reflexão. Podemos dizer que seu live é mais “reflexivo” do que “dançante”?

Eu penso que é um pouco difícil desligar a dança da reflexão. Quando consigo fechar os olhos numa pista, reflito muito.

3 – Nunca podemos esquecer que a música é uma expressão artística, mas a partir do momento que um ser humano decide viver dela, precisa que ela seja vendida também. Como você encontra esse equilíbrio entre sua expressão e a rentabilidade? Esse dilema não existe para você?

Ainda não vivo somente da música, mas tenho que agradecer muito por ter meu trabalho começando a ser reconhecido sem eu ter me desviado do que eu acredito e do que faz meu coração vibrar.

Esse dilema sempre existe, mas acredito na identidade e na verdade, não quero fazer a formula magica, quero só me expressar. Fazer musica e conversar através dela.

4 – Atualmente o Brasil vive um cenário de crise se analisarmos de modo geral, o dólar está mais caro e a tendência é que cada vez fique mais difícil bookarmos artistas gringos. Você acha que finalmente entramos na era da valorização do artista nacional?

Muitos caras estão ai na batalha a muito tempo, se dedicando e acreditando. tudo que se faz com o coração chega ao coração como diz meu amigo Martin Avaro. Mas é triste pensar que precisa ficar difícil trazer um gringo pra bookar um nacional.

Tem muita gente boa por ai. Os produtores nacionais estão amadurecendo, o acesso a informações e equipamentos esta muito mais fácil. Cinco anos atras você não conseguia comprar uma drum machine nas lojas de instrumentos. Estamos engatinhando mas tem muita coisa boa aqui no Brasil. Se eles estão nos lines, não é por causa do dólar alto e sim por serem bons. Isso pode ajudar, mas não acho que seja o fator principal para isso.

5 – Fale um pouco sobre o começo de sua carreira. Primeiras produções e releases. Como tudo começou?

Sabe, desde o tempo de moleque tocando guitarra eu adorava gravar minhas musiquinhas em fita k7 e ficar gravando take em cima de take no tape. depois quando comecei a ouvir eletrônico foi rápido pra me interessar pela produção. Lembro que a primeira vez que eu vi o Reason rodando com um controlador midi na casa do Leozzone eu fiquei maluco, falei: “Mano! que porra doida é essa, eu posso fazer tudo que eu quero e montar minha musica ao vivo assim na hora??”. Ai tudo começou, lancei algumas coisas com o Leo, meu amigo trompetista Roger Brito e sozinho pela Tranzmitter, net label brasileira. Depois comecei a me apresentar e algumas festas como live mesmo, fiz parte do coletivo Under_line junto com o Laercio (L_cio), Ney Faustini, vjsuave, Max Underson, Holocaos e mais uma galera. Isso foi muito importante pra evolução da minha música e da minha performance ao vivo, foram uns anos bem legais, conheci muita gente legal e interessada na cena, fiz bons amigos, colegas de trabalho e aprendi muito. Lancei o EP Miri-í pela Perception Corp. aqui do Brasil tbm.

Ano passado produzi algumas coisas com o Dee Bufato e lançamos um EP pela Archipel, label canadense que acompanho a anos e fiquei muito feliz em hoje poder dizer que faço parte do time deles, um selo com mais de uma década e que nunca abriu mão do seu conceito.

Também lancei um EP pelo selo russo Soul.on que conta com um remix do Pheek e agora estou trabalhando no meu primeiro álbum pela Archipel.

6 – Você também trabalha fazendo trilhas para instalações de artes, animações e filmes. Como é desenvolver esse trabalho?

É fascinante pegar uma obra visual e “dar vida” nela com musica e paisagem sonora.
Com vjsuave sempre é muito magico, tenho uma liberdade de interpretar a obra e depois vamos trabalhando juntos, levando a coisa por onde deve.

Da primeira trilha saiu um álbum, o “Bons pensamentos” que você consegue baixar de graça no meu soundcloud ou no site www.bonspensamentos.com. Agora no fim do ano também pretendemos lançar mais um álbum fruto das ultimas instalações audiovisuais do vjsuave : “Natureza invade a cidade” e “Folclore digital”.

Abaixo é possível ver o curta trip que assino a trilha sonora

7 – Para encerrar, uma pergunta muito pessoal. O que a música eletrônica representa na sua vida?

Pra mim a musica é uma só. Ela me deu amigos, me faz sonhar e acalma minha alma. 🙂

A MÚSICA CONECTA 2012 2024