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A música conecta

Gromma tem se revelado um excelente pesquisador e está conquistando as principais pistas do Brasil

Por Alan Medeiros em Troally 12.08.2015

Sem dúvida alguma a pesquisa é uma das etapas mais importantes para os DJs que buscam se destacar durante suas apresentações e nesse aspecto o curitibano Gromma tem se mostrado sempre muito bem preparado. O DJ da D AGENCY vive um ano de 2015 excelente com grandes apresentações nas principais pistas do país. Figura constante nos line ups de Vibe, Warung e D-EDGE, Gromma tem protagonizado esse processo de valorização dos artistas nacionais, levando boa música as pistas e fazendo o público dançar, sorrir e pensar. Conversamos com ele para entender um pouco mais sobre suas características. Ele também gravou um mix especial em comemoração ao primeiro ano de vida da Troally. Música de verdade por gente que faz a diferença.

1 – Olá, Gromma. Muito obrigado por falar conosco. Esse ano você completa 10 anos de carreira como DJ. O que vem te mantendo motivado a seguir nessa caminhada durante esse período?

Eu que agradeço. É um prazer estar com vocês. O que mais me motiva são as sensações que a música eletrônica proporciona (amizade, respeito, além de tantos outros adjetivos), e poder aliar isso com trabalho é indescritível.

2 – Nos últimos anos a figura do residente perdeu força de uma forma geral nos clubs. A Vibe em Curitiba, é uma das exceções a essa regra. Lá os residentes mantem uma agenda ativa de gigs e estão em permanente contato com grandes nomes da cena internacional que se apresentam por lá. Qual foi a importância dessa residência e da cena curitibana no amadurecimento da sua formação artística?

Minha residência no Club Vibe, iniciada em 2010, foi e está sendo uma das coisas mais importantes que aconteceram na minha carreira. Além de ter sido a primeira em que aprendi o que é ser um DJ de verdade, passei a saber lidar realmente com diversas situações, como horários e responsabilidade de entregar a pista ideal para o headliner.

3 – Seja nas cabines da Vibe, do Warung ou do D-EDGE, você já dividiu o line up com artistas importantes da vanguarda internacional. Existe alguma experiência interessante que você pode relatar para nós? Há algum nome que você considera mais especial por ter dividido esse momento?

Já perdi a conta de quantos artistas internacionais tive o prazer de dividir a cabine. Muita gente legal que se tornaram colegas, outros com um pouco de estrelismo, mas todos sempre proporcionando uma experiência relevante. Para citar apenas alguns, o Dixon em 2011 – quando ninguém o conhecia ainda – foi um marco pra mim. Tocar na tribaltech depois do Simon Baker e antes do Seuil & LeLoup foi bem interessante também, mas na minha opinião o artista mais incrível foi o Motor City Drum Ensemble (MCDE).

4 – Uma pergunta que pode parecer clichê mas ela soa muito interessante quando a fizemos para artistas que possuem um nível de pesquisa tão interessante como o seu. Quem são suas maiores influências dentro da música eletrônica?

Impossível não citar alguns “masters” como Moodymann, Kerri Chandler, Ron Trent, Theo Parrish, Kevin Saunderson, Larry Heard, Derrick Carter, Derrick May, Juan Atkins, Carl Craig, Moritz Von Oswald e tantos outros que já contribuíram de forma brilhante para o universo da música eletrônica.

5 – A cena eletrônica nacional tem crescido bastante nos últimos anos. Os clubs passam por um processo de profissionalização bem interessante e os nossos artistas estão sendo reconhecidos no exterior. Na sua visão, nossa caminhada está no ritmo certo ou poderíamos estar fazendo mais pelo crescimento sustentável do mercado?

Acredito que nos últimos anos tem havido de fato uma profissionalização de setores importantes da economia, em especial os ligados à música eletrônica. Vivíamos no Brasil um gargalo de expansão e crescimento por falta de qualificação, mas que foi em parte solucionado pelo aperfeiçoamento de diversas funções específicas, o que possibilitou inclusive a vinda dos grandes festivais do gênero ao nosso país. Como isso é um processo, todos os agentes envolvidos e que sempre trabalharam de maneira correta foram beneficiados direta ou indiretamente, ainda mais quando estes têm a possibilidade de serem acompanhados/assessorados por managers ou agências especializadas (as nossas maiores revelações na produção se encaixam nisso). Cada um (eu e você) tem e pode ter sua parcela fundamental de participação numa evolução e mudança de pensamento musical, nem que seja pelo simples fato de ir às festas ou de ajudar a compartilhar ações que valem a pena serem apreciadas. O desenvolvimento só se dá efetivamente quando há um contingente considerável de pessoas trabalhando para que as coisas aconteçam e principalmente apostando naquilo em que acreditam. A Tribaltech é um excelente exemplo disso.

6 – Em geral, DJs e produtores costumam citar inspirações artísticas que fogem de suas áreas de atuação. O que você costuma ouvir em casa quando não está escutando música eletrônica?

Sou fissurado por hip-hop old school (90’s/00’s). É uma sonoridade que está sempre presente nas minhas playlists “caseiras”. Em momentos relax gosto de ouvir trip-hop/funk/soul e algumas brasilidades.

7 – Para encerrar, uma pergunta que sempre gostamos de fazer para nossos entrevistados. O que a música eletrônica representa em sua vida hoje?

Com certeza a música eletrônica é meu lifestyle, desde quando acordo até a hora de dormir, principalmente nas minhas tarefas e compromissos, pesquisas, compra de discos e tudo que isso envolve. É o que mais me da prazer, sendo um privilegiado por fazer o que mais amo e ainda tendo a oportunidade de poder viver disso.

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