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A música conecta

Harrison BDP é um dos grandes nomes da house music para 2017

Por Alan Medeiros em Troally 27.12.2016

O britânico Harrison BDP faz parte de uma nova geração que tem encantado a house music mundial. Seu trabalho junto a labels como Cahoots Records e STRCTR Records! tem chamado a atenção de produtores experientes, justamente por uma levada consistente e dinâmica dentro do house, com elementos minimalistas em algumas ocasiões. O jovem artista é uma das apostas do Alataj para 2017 e responsável por encerrar o ano na Troally, com entrevista e podcast exclusivos. Música de verdade, por gente que faz a diferença! 

1 – Olá, Harrison! Obrigado por nos atender. Seu som é fortemente ligado a house music. Em qual momento da sua carreira você se conectou em definitivo com o estilo? Quais são suas grandes referências dentro do gênero?

É difícil dar uma resposta exata a essa pergunta. Eu tenho escutado house music desde que eu tinha aproximadamente 16 ano e sinto algo que está mudando constantemente! Passo por diferentes “fases” de que tipo de música eu ouço. Por exemplo, uma semana eu vou ficar obcecado com minimal house music e na próxima semana eu só vou ouvir as faixas de garagem dos anos 90. Isso geralmente tem um efeito direto sobre a música que eu produzo como eu costumo fazer música semelhante ao que eu estou ouvindo no momento. Atualmente estou obcecado com clássicos do Terry Lee Brown Jr.!

2 – Seus lançamentos já foram entregues a labels que desenvolvem um trabalho bastante interessante dentro do house, como Delve Deeper, Gents & Dandy’s e Ranura. Como é o seu relacionamento com as gravadoras que trabalha?

Até agora eu tenho tido muita sorte com as gravadoras e os seus proprietários. Todos eles acabaram sendo pessoas incrivelmente agradáveis e ​tão apaixonados pelo trabalho quanto eu. Embora eu realmente não conheça a maioria das pessoas que eu lido pessoalmente, ainda sinto que formamos boas amizades ao longo dos anos. É um sentimento agradável ser parte da comunidade de música underground, mesmo que meus amigos me provoquem por falar demais com os meus ‘amigos virtuais’! [risos]

3 – Aqui do Brasil, a gente acompanhou atentamente o desfecho do caso fabric. Mas antes disso, já recebemos notícias que a cena clubber no Reino Unido não vive um momento fácil em relação a parte burocrática, alvarás e etc. Como você avalia esse atual momento da cena? O que poderia ser feito para melhorar?

Acho que foi um choque para toda a comunidade musical em todo o mundo quando Fabric foi fecado! Mas foi realmente muito bom ouvir notícias de que teremos uma reabertura em breve. Eu acho que o problema com a cena dos clubs no Reino Unido no momento, como um monte de outras coisas na vida, origina-se de dinheiro e ganância. Como os preços dos imóveis e os custos de aluguel estão subindo a uma taxa alarmante nas cidades, é muito mais rentável para os proprietários transformarem seus lotes em apartamentos. Clubs menores podem não são capazes de pagar rendas enormes por um pouco de espaço. É difícil dizer como melhorar a cena dos clubs, mas tenho certeza que enquanto as pessoas gostarem de dançar e ouvir música boa, sempre haverá algum lugar para eles fazerem isso, seja licenciado ou não.

4 – Suas músicas possuem uma característica muito especial, marcada por baterias bem construídas e melodias que remetem a faixas clássicas do house. Fale um pouco sobre o processo de criação dessa identidade.

Acho que a identidade geral e o som das minhas faixas é algo que veio de uma forma natural. Desde que comecei a produzir música eu nunca tive um som especifico, meu projeto sempre foi apenas sobre desfrutar de ouvir música e se divertir fazendo isso. Como eu já mencionei, tenho certeza de que todas as faixas que ouvi e fiquei obcecado tiveram uma influência no meu som ao longo dos anos.

5 – Como funciona seu processo criativo? Em geral, você vai para o estúdio com um resultado em mente ou deixa as coisas fluírem de forma natural?

Eu nunca planejo nenhuma das minhas faixas! Para mim, parte da diversão é não saber como uma faixa vai soar quando eu terminar. Pode ser techno, pode ser house, eu nunca sei [risos]. Eu tenho mais ou menos a mesma rotina quando estou no estúdio, apenas dois hábitos. Sempre tenho um copo de gin e eu sempre começo cada faixa com apenas um kick drum, então quem sabe o que vai acontecer na próxima? [risos]

6 – O Brasil possui uma cena em franco crescimento nos últimos anos. O que você sabe a respeito do cenário por aqui? Há algum DJ ou produtor brasileiro que tem chamado sua atenção?

Eu vou ser honesto… realmente não sei nada em particular sobre a cena do Brasil. Mas eu posso dizer que a cena underground da música está crescendo rapidamente, parece que cada vez que eu entro no meu Facebook tem novos vídeos de DJs tocando em alguma festa legal. Realmente planejo fazer uma viagem para a América do Sul em 2017, então eu definitivamente vou ver por mim mesmo as boas festas brasileiras. Estou certo que eu não ficarei desapontado!

7 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa na sua vida?

Música é como se fosse terapia para mim. Evita que eu me torne completamente insano [risos]. Eu não tenho como escapar da música, todo dia estou escutando ou produzindo, é como se fosse uma obsessão que faz com que todos os dias da minha vida sejam menos chatos. Sem contar que a música é uma forma de conectar as pessoas e se divertir para caramba.

https://www.youtube.com/watch?v=Wr7KrIwHjyY

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