Depois de ser reconhecida nacionalmente pela força de seus super clubs, Santa Catarina também tem se destacado através dos núcleos e label parties, que nos últimos anos se multiplicaram, ganharam forçam e vem apresentando uma programação formada por artistas nacionais de renome, talentos regionais e até mesmo alguns gringos.
Nesse segmento o Dark Room, festa realizada no At Home na Praia Brava de Itajaí, possui um trabalho pioneiro no formato e muito disso se deve a Lauro, que ao lado de sua equipe já trouxe nomes como Stekke, Gaturamo, Ney Faustini e BLANCAh para o club. O convidamos para um bate-papo e de quebra, ele assina a edição 86 da Troally. Música de verdade, por gente que faz a diferença!
1 – Olá, Lauro! Tudo bem? O Dark Room é um projeto referência para a cena independente do litoral de Santa Catarina. Conta pra gente como ele surgiu e quais são os principais objetivos que você tem com ele.
Olá Alan! Obrigado pelo convite, fiquei muito feliz com a oportunidade! O Dark Room surgiu há quase dois anos através de um sonho antigo de poder fomentar a cena local trazendo artistas nacionais e regionais que atendem ao aspecto de vanguarda.
2 – A experiência de tocar ao lado dos nomes convidados para o Dark Room certamente é muito gratificante. Entre tantos artista que já passaram pela cabine do At Home, há algum que você considera mais especial?
Sempre que escolhemos algum artista aprendemos algo novo com o que ele tem para oferecer. Posso dizer que estar com esses professores da noite é uma das coisas mais recompensadoras que pode existir na minha posição de DJ ou como idealizador do projeto. Nessa trajetória há algumas pessoas especiais, posso citar o Ney Faustini e Stekke – ambos já realizaram incríveis apresentação por aqui. Recentemente Gaturamo fez um verdadeiro show também, não poderia deixar de mencioná-los.
3 – Toda festa possui suas peculiaridades e certamente o Dark Room também tem as suas. Na sua visão, o que de melhor a pista do At Home pode oferecer ao artista?
Acredito que a pista intimista é um dos nossos diferenciais. O público também é importante nesse processo – por sua receptividade e engajamento por novas sonoridades – ele acaba edificando em nós a liberdade de apostar em nomes pouco convencionais. Estamos sempre em constante evolução, buscando sempre melhorar para receber novos e consagrados artistas, mas nunca fugindo de manter essa relação íntima com os frequentadores do Dark Room.
4 – Fale um pouco suas influências artísticas. Dentro e fora da música, o que te inspira?
Gosto muito de MPB, Funky e Soul. Acredito que isso me inspira a ser um artista melhor a cada dia. Labels como Perlon, Cabaret, Sudd e Strictly Jaz Unit fazem parte das minhas pesquisas. Artistas como XDB, Zip, So Inagawa e Melchior são importantes na minha formação.
Não poderia deixar de citar as belezas naturais das praias de Santa Catarina e o Warung, com sua rica história de quase uma década e meia de existência. O club é verdadeiramente o nosso patrimônio cultural.
5 – O Brasil passa por um momento que exige cuidado quando o assunto diz respeito a finanças e investimento. Como você enxerga o momento atual dos negócios dentro da cena eletrônica?
É um momento delicado. A econômia brasileira vive um dos seus piores momentos na história e o nosso setor é um dos primeiros a serem abalados. Não se pode deixar de buscar alternativas para a situação. Entendo também que esse é o momento de valorizar os nossos artistas nacionais. Tenho observado ótimas festas acontecendo com lines ups brasileiros e isso é ótimo.
6 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida
A soma de vários fatores: Uma história, um momento, um amigo, um lugar – a música é vida, uma linguagem universal!