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A música conecta

LetKolben possui uma visão diferenciada sobre a música

Por Alan Medeiros em Troally 03.02.2016

LetKolben é um artista criativo que somente o encantador universo da música eletrônica poderia revelar. Ele é o nome por trás da Kommunikation Records, gravadora com quase 100 lançamentos liberados no Beatport e alguns outros disponíveis em vinil. Além de seus trabalho frente ao selo, ele também possui uma respeitável carreira no campo da produção musical, onde já remixou artistas importantes como Villalobos, Luciano, Loco Dice e Miss Kitin. A lista de suportes é igualmente imponente e respeitável. Suas faixas já foram tocadas por medalhões como Richie Hawtin, Marco Carola e Tim Green.

Dono de um estilo bastante particular, LetKolben possui uma visão diferenciada da música. Ele observa com olhos diferentes as faixas em perspectiva de produção, DJing e releases. Conversamos com o alemão que também gravou um mix exclusivo para o podcast 65 da Troally. Música de verdade por gente que faz a diferença!

1 – Olá, Denis! É um prazer falar com você. Podemos começar nossa entrevista falando sobre alguns artistas que você já remixou. Sabemos que essa lista inclui nomes como Villalobos, Loco Dice e Luciano. Qual a importância de trabalhar em releituras de produtores tão renomados?
Então, para mim não importa os artistas que vou remixar. É muito mais importante quais os sentimentos que vou utilizar a partir da trilha original. Essas faixas de Villalobos e Loco Dice, apenas me inspiraram a fazer um remix e então, eu fiz isso. Isso sempre acontece pra mim como uma explosão de sentimentos, depois eu tento transmitir esses sentimentos para a música.

2 – Você é dono do selo Kommunikation Records. Certamente, executar a função de boss label trouxe muita experiência na sua carreira. Na sua opinião, quais são as principais dificuldades em gerenciar uma gravadora?
É isso mesmo. Eu adquiri uma enorme experiência sobre labels e como esse mercado funciona. Este é um grande ponto da nossa conversa, mas eu vou tentar ser o mais breve possível. É difícil dizer o que é exatamente mais difícil pois existe um monte de coisas importantes. Vou falar a respeito dos problemas que eu tive quando comecei a trabalhar com meu próprio selo. Em primeiro lugar: dinheiro. Sem orçamento é complicado fazer alguma coisa. Quando eu queria fazer algo, sempre haviam dois caminhos: gastar dinheiro ou meu tempo. Quando eu não tinha dinheiro livre para algo necessário, eu mesmo fazia. Próximo problema são os artistas. Para a maioria dos artistas que eu tinha na label, música era mais hobby do que uma coisa profissional. Claro, conforme você vai conseguindo reconhecimento e ficando famoso, você dedica mais tempo para a música. Mas, naquele instante a produção musical era uma grande loteria para eles. O resultado disso é que a maioria dos artistas não se preocupavam com nada. Eles não faziam qualquer promoção ou propaganda, não tinham tempo, ou por vezes, oportunidades para fazer um som com qualidade superior. Não haviam bons presskits e isso significava que a crew da label fazia todas as coisas. Quando percebi isso, tomei a importante decisão de transformar a Kommunikation em uma agência de bookings. Com a experiência que adquiri com o selo abri uma nova gravadora, onde vou lançar meu primeiro álbum em breve.

3 – Você é um nome muito lembrado em algumas das principais festas da Europa, seja em Ibiza ou em festivais como o KaZantip. Como você tem conciliado as turnês e o tempo para produção no estúdio?
Para mim não foi tão difícil. Eu não tenho uma família, então todo o meu tempo eu dedico a duas coisas: fazer música ou tocar. As apresentações são um momento onde eu posso descansar depois de meu trabalho no estúdio, além claro de aproveitar alguns momentos quando estou no caminho para os shows. Este é um bom momento para obter novos sentimentos, vibrações e inspirações para a música.

4 – Fale um pouco mais sobre a KMMNKTN Label Night. Como ela foi criado e como esse projeto tem sido desenvolvido nos últimos anos?
KMMNKTN Label Nights foi uma experiência muito interessante. Na maioria das vezes era uma parceria entre a gravadora e promoters ou clubs. Me lembro da primeira vez, foi na Polônia. No início era apenas um show, mas nós decidimos criar a label. A atmosfera era tão boa lá, eu estava inspirado e percebi que queria fazer aquilo novamente.

5 – A grande maioria dos seus lançamentos acontecem pela Kommunikation, é possível dizer que você se sente mais a vontade produzindo faixas para o seu selo?
Eu tenho sentimentos diferentes sobre a música da minha gravadora. Algumas faixas eu realmente gosto, mas não muito, exceto as minhas, claro. Para ser honesto dentro de mim eu tenho sentimentos muito diferentes sobre a música. Eu acho que são sentimentos diferentes do que outros artistas ou donos de gravadora possuem. Eu não toco minhas faixas ou as da minha gravadora, mas issso não significa que eu gosto dessas músicas. Eu me considero muito sensível para a música, elas são como drogas para mim: em um momento eu posso estar muito feliz com elas em outro estar com algum tipo de depressão. Como resultado, eu tenho sentimentos muito diferentes para a música que produzo, toco e lanço.

6 – Entre tantos suportes importantes que você já recebeu, há algum que considera mais importante ou especial em sua carreira?
Sim, com certeza eu posso falar sobre alguns dos mais importantes para mim: Richie Hawtin tocou algumas vezes a minha faixa “Darwin’s Theory”, incluindo na Enter de Ibiza em 2014. Ele também jogou “She” no Hebraica Club – Carola também suportou essa faixa – e por último, Tim Green tem tocado minha faixa “Butan”.

7 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música eletrônica representa em sua vida?
Absolutamente e totalmente tudo. Vai ser díficil explicar o que eu sinto por que os sentimentos são grandes e profundos. Ela é tudo o que eu tenho e o que estou fazendo o tempo todo com paixão e amor. Eu vou continuar nesse caminho e fazer o melhor com ela e para ela.

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