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A música conecta

O Marisco é um festival que preza por experiências. Vem saber mais nesse bate-papo com Guga Roselli!

Por Alan Medeiros em Troally 09.05.2017

No próximo fim de semana rola em São Paulo mais uma edição do Marisco Festival, evento organizado pelo Mareh Music que mostra, uma vez mais, como nossas pistas estão ficando cada vez mais diversificadas e interessantes. O festival que acontece no Colégio do Jockey reúne grandes nomes da house music em sintonia com talentos que colocam em evidência os ricos traços da música brasileira.

A imagem pode conter: 6 pessoas, multidão e atividades ao ar livre

Dividido entre sábado e domingo, o line up apresenta nomes como Eumir Deodato Quartet, Black Rio Band, Crazy P Live, Chez Damier, Selvagem, Eric Duncan, Tahira e DJ Nuts. Uma das novidades dessa edição é a presença de experiências voltadas para o cinema, fotografia, jornalismo e cultura do vinil. Guga Roselli, mente por trás do selo, falou com exclusividade ao Alataj sobre os momentos finais de preparação para o evento. Confira:

1 – Olá, Guga! Obrigado por nos atender. Historicamente, grandes festivais são reconhecidos, entre outros fatores, por propor uma mistura de ritmos e culturas em seus line ups. É possível dizer que vocês buscam algo semelhante com o Marisco Festival?

Sim. O Marisco foi criado com a missão de mostrar que música boa não tem fronteiras de gêneros, música boa é música boa. Temos tentado mostrar isso misturando grandes monstros da nossa música com DJs super atuais da na música eletrônica, tudo sob curadoria cuidadosa claro.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e noite

2 – Essa edição do festival acontece no Colégio do Jockey. O que o público pode esperar da locação? O que vocês estão preparando de especial para o dia do evento?

A Mareh prima muito pelas novas experiências e a locação é grande parte disso na minha opinião. O Colégio do Jockey é um imóvel histórico, com mais de 50 anos e com arquitetura singular da época. Além disso, estava abandonado há mais de 5 anos e durante este período chegou a ser invadido e grafitado quase por inteiro. Além dessas características, ele é mais um local nunca dançado antes. Para quem estudou lá é uma viagem no tempo com outra abordagem, para quem não conhece é um imóvel que por si só já vale a visita. Preparamos um ocupação que vai surpreender!

3 – Muitos nomes chamam a nossa atenção no line up, entre eles Chez Damier. Como é pra vocês apresentar uma das grandes lendas da house music? Dentre todos os artistas presentes no program, qual desperta mais sua atenção atualmente?

Reforçando minha crença de que a música boa não tem fronteiras, acho que este line foi construído cuidadosamente com um pouco da historia da música. Claro, Chez estava em Chicago acelerando o pitch das tracks de disco, deu no que deu – house. Crazy P simboliza muito bem a nova disco music, mas to curioso mesmo para ver o Deodato, pela a história que ele construiu e o nome dos artistas que ele já trabalhou. O cara é um monstro da musica!

4 – Sempre há um debate muito interessante envolvendo os interesses do mercado e as características de um trabalho realmente artístico. Na sua visão, é possível fazer algo com forte apelo conceitual, mas que ainda sim tenha uma boa aceitação no mercado?

Sim, mas com certeza é o maior desafio de todos dentro deste trabalho. Eu continuo buscando a fórmula e não vou desistir enquanto não a encontrar. Onde eu estiver, a premissa do conceito vai estar em primeiro lugar.

A imagem pode conter: céu e atividades ao ar livre

5 – São Paulo possui uma cena noturna multifacetada, repleta das mais diversas opções. Na sua análise, em quais pontos os eventos da Mareh diferem e se unem aos já existentes no contexto municipal?

Eu quero que as pessoas, além de ouvir boa música, recebam um pacote de serviços a altura do que estão gastando, tenham experiências mais ricas e locações sempre inéditas. Investimos 30% do budget em cenário, coisa que não vejo em outros eventos. Mas, o grande ponto mesmo é que a Mareh é feita para as pessoas se conhecerem.

A imagem pode conter: 8 pessoas, pessoas em pé, multidão, noite e atividades ao ar livre

6 – O último release da gravadora de vocês foi assinado pelo Joakim, não é mesmo? Fale um pouco sobre essa experiência com o artista e também do resultado do EP Boipeba.

Sim, o último foi assinado por Joakim e leva o nome de Boipeba, ilha na Bahia aonde fazíamos o Reveillon há 2 anos. Bom, Joakin é uma lenda, um dos maiores DJs da atualidade na minha opinião. Foi muito legal como o single rolou, estávamos na montagem do festival ano passado, dias antes ele chegou para ficar uma semana na Ilha descansando antes do festival. Em um dos jantares, convidei ele para lançar no selo, ele agradeceu e falou que ia pensar. Após ele tocar no Reveillon e nos confessar que aquela havia sido a melhor gig da carreira dele, na conversa seguinte ele disse: Ainda está de pé aquela proposta de lançar pelo seu selo? Eu disse Claro e ele foi direto para o estúdio para não perder a vibe da ilha. Acho que ele acertou em cheio.

7 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa na sua vida?

Meu gosto pela música é genuíno demais. Ele vem de dentro e sempre foi algo que me traz para o presente, quase que uma meditação. Hoje em dia só falta eu dormir escutando música [risos]

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