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A música conecta

A Mnpb chega para ocupar uma importante fatia do mercado. Conversamos com um dos fundadores!

Por Alan Medeiros em Troally 25.05.2017

O mercado das agências brasileiras nunca esteve tão forte e consolidado. Seja através das grandes marcas, como D AGENCY, Alliance, Entourage ou Plus Network, ou através de novas empreitadas como QG Agency e Mnpb, bons artistas estão ganhando espaço e a profissionalização de setores parece ser o único caminho a seguir.

Se as gigantes possuem uma importante fatia do mercado para explorar, marcas recentes como a Mnpb exploram facetas ainda pouco trabalhadas. Nesse caso específico, DJs e produtores de forte apelo artístico que passam por um momento de crescimento profissional a nível nacional.

Uma das bandeiras da agência é a valorização do produto nacional em relação as referências internacionais. Ou seja: olhar primeiro para o que temos aqui dentro, para depois priorizar o que vem de fora. Aproveitamos esse momento de começo de trabalho para bater um papo com Lucas Doné aka Baby Jesus. Ele é parte do casting de artistas da agência e um dos cabeças do projeto. Confira abaixo:

1 – Olá, Lucas! Prazer falar com você! Quem são as mentes por trás da Mnpb. O que levou vocês a criarem a marca?

Prazer o meu voltar aqui. Então tudo começou um pouco depois do meio do ano passado, lá por setembro, quando a Amanda Mussi me chamou pra trabalhar com ela na Sequential Bookings do Paraguai. Entrando e aprendendo os primeiros passos com a Amanda e sendo booker dela, vi a falta que fazia pra nossa cena uma agência séria trabalhando com a nossa galera. Agora é a hora de termos fluxo nacional para que a evolução artística cresça em geral, nas festas, na confiança do público e pra isso acontecer precisa rolar uma fluxo mais profissional. Depois de perceber isso saí da Sequential, conversei com uns amigos, eles que fazem todo casting praticamente da Mnpb e decidimos se unir e fazer esse fluxo acontecer. Inicialmente a Mnbp é formada por mim e a Kessy Santos de Curitiba como bookers e a Maria e Tati Pimont ajudando em outras questões.

2 – O slogan da agência deixa claro que vocês buscam a valorização do artista nacional e, além disso, eu já vi você defender essa bandeira várias vezes nas redes sociais. Na sua visão, brasileiro ainda não reconhece os talentos daqui como deveria?

Ainda não. Temos muitos artistas bons em todos sentidos, tanto enquanto DJs, tanto como produtores e lives. Aqui ainda vejo festas dando muito mais importância com números e social pra artista gringo e confundindo bons produtores com bons DJs, sendo que temos a música da festa sendo criada e tocada por DJs e produtores nacionais Agora, com certeza tem começado um discernimento melhor sobre a qualidade e o som que queremos mostrar. O público em geral tem sido mais aberto e com isso também surge um momento de cuidado para mostrarmos e trazermos realmente noites fantásticas e experiências diferentes, para a pista realmente gostar desse trabalho.

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3 – Apesar de ser uma marca que defende a essência brasileira, se olharmos com calma a identidade de cada um dos artistas do casting, não fica claro referências genuinamente nacionais, como acontece no caso de nomes como Tahira e Selvagem. Fale um pouco mais sobre essa essência que vocês se referem

Quando Manara voltou da Europa e me explicou como era tocar numa pista de lá, comparada com a pista que temos aqui, tive a certeza que encontrei o trampo que eu precisava fazer e entendi que daqui uns anos a América Latina vai ser o foco mundial para tudo que acontece em geral na música eletrônica. Aqui temos o calor de pista forte e isso é algo que devemos cultivar através dos nossos artistas nacionais. Ser um DJ de essência brasileira não significa deixar claro na musica que passa as raízes brasileiras da música em si, esse slogan é mais que isso, é um sentimento, é mais para voltarmos os olhares para dentro e vermos que muito que a gente deseja que esta lá fora, temos com muita qualidade aqui. Tenho orgulho disso.

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Mesmo nós, DJs e produtores brasileiros, tendo influencias europeias através do minimal, micro house, techno, temos que parar de olhar tanto para lá. Já aprendemos e adquirimos nossas inspirações e referências, agora é saber onde vamos trabalhar e alimentar com a nossa identidade, se responsabilizar em criar festas vibes e únicas. Essa é a essência de sermos brasileiro e darmos o devido valor para o material nacional que a agencia defende e apresenta como um dos ideais.

4 – Como vocês chegaram até o casting final da agência? Outros nomes passaram pela cabeça?

O casting foi fácil, pois as ideias foram surgindo e uma completando a anterior em diferentes momentos, com diferentes artistas. Primeiro foi a tour do Manara no final do ano, 2016, antes dele voltar em definitivo para o Brasil, junto com a Tati, de lá para cá só fui acrescentando, não só bons DJs mas artistas que irão representar e que eu sei que estão com os ideais parecidos com a da agência, com isso a gente se torna mais que uma marca, se cria um sentimento puro que faz a gente se unir mais, nascendo uma família que por enquanto tem 7 integrantes mas em breve irá aumentar, tanto no casting como no time de bookers.

5 – Há intenção de fazer tours internacionais em breve?

Com o casting nacional já estamos expandindo essas tours, com a galera do Paraguai e do Uruguai, um amigo na Argentina também, em breve sai algo para nossos artistas. Agora na parte de artistas internacionais, o Andreazza está me ajudando, e já estamos com alguns nomes para esse ano. De começo teremos a tour do Barac, onde irá tocar em uma das festas de lançamento da agência, na 0db na Ciudad del Este, Paraguai. O Rafael Onid vai abrir a noite e depois Barac, long set. Nessa tour ainda tem a data no Terraza também junto com um artista da agência que ira abrir a noite, Abraham. Dani Casarano, Manglus, Triptil e não só eletrônico, mas também algumas coisas do hip hop podem rolar ainda esse ano para América do Sul.

6 – Como tem sido esse começo de trabalho? O que mais tem encantado vocês até aqui?

Esse começo tem sido de muito trabalho e de muitas conquistas, e isso tem incentivado cada vez mais. Tenho girado e conhecido pessoas que estão com foco em fortalecer e acreditando no trabalho dos nossos artistas, isso é muito satisfatório. O que tem chamado mais minha atenção agora é conseguir ver um movimento igual ao nosso no Brasil só que no Uruguai e Paraguai por exemplo, o mesmo crescimento e expansão de festas e conhecimento tem rolado por lá e esses contatos estão se unindo. Acredito que em breve teremos festivais e núcleos expandindo seu material para fora do país facilmente, assim como importação desses talentos, como já tem acontecido aos poucos.

7 – Fale um pouco sobre a escolha do nome Mnpb.

Este nome surgiu em uma conversa despretensiosa, em um after em Florianópolis, junto com Abraham e o Manara. No começo fiquei meio assim, mas com o tempo fui gostando e ele foi se encaixando na ideia da agência, até porque com esse nome, musica não popular brasileira, não precisamos se limitar apenas em musica eletrônica. Através dessa ideia estão surgindo uns projetos que em breve irão misturar bandas de jazz, dub reggae, hip-hop, entre outros estilos e eventos menores envolvendo a curadoria da agência.

8 – Para finalizar, uma pergunta difícil. Na sua visão, qual é o modelo da agência de artistas perfeita?

Depende do mercado que tu quer e precisa atingir. Temos que aprender a dividir nossos mercados, não é só por ser eletrônico que estamos trabalhando para o mesmo publico. Para o estilo que a Mnpb se encaixa, é um modelo onde vendemos uma entrega total de um pesquisador de música boa acima de tudo, não somente de tendências. Por isso o respeito e a valorização do DJ local é necessário ainda, pois não temos esse modelo aqui.

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