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A música conecta

O lado Freak Chic de Ney Faustini

Por Alan Medeiros em Troally 21.06.2016

Grandes DJs são capazes de construir uma forte ligação com um club, festa ou até mesmo um público específico. O paulistano Ney Faustini pode se orgulhar de estar encaixado nos três exemplos a cima. Ney possui uma relação muito especial e duradoura com o D-EDGE e seu público, além de uma aclamada residência na já tradicional noite de sexta-feira Freak Chic. No último dia 7 ele tocou um set de 3 horas após a apresentação live de Rampue e decidiu compartilhar conosco, afim de apresentar um pouco mais desse seu lado Freak Chic. Abaixo, você também confere uma entrevista exclusiva, focada na relação do artista com a festa. Vale a leitura! Música de verdade, por gente que faz a diferença.

1 – Olá, Ney! Tudo bem? Obrigado por falar conosco mais uma vez. Você é um artista que conhece como poucos as pistas e noites do D-EDGE. Na sua visão, o que só a Freak Chic proporciona aos artistas?

Tudo ótimo, e sempre um prazer falar com vocês. Já tive a oportunidade de experimentar todas as noites do D-EDGE como DJ, com exceção da On The Rocks, e fui residente da Mothership, antes da Freak Chic. Sempre tive toda a liberdade pra explorar várias sonoridades em qualquer uma das noites, na Mothership puxando pro lado mais techno, na Freak Chic indo mais pro house, Chicago, Detroit, NY… Acho que a Freak Chic sempre teve um papel muito importante em explorar as raízes e a cultura disco e house. Lá existe uma abertura para arriscar e tocar coisas inusitadas também.

2 – A gente percebe que a Freak Chic possui um público bem legal, que se diferencia no style da galera que frequenta as demais noites. Historicamente, esse público está mais aberto a absorver novidades na pista ou há um perfil geral do club quanto a isso?

Há um perfil geral no club, pessoas que podem frequentar as noites de quinta, sexta ou sábado, que gostam do club e querem dançar. Mas cada noite tem um público de certa forma mais cativo, e a Freak Chic tem uma identificação com a galera da moda, por exemplo. Se fosse pra definir o público da Freak Chic em uma palavra: diversidade.

3 – Fale um pouco a respeito desse set que foi gravado ao vivo na festa e disponibilizado para a Troally… quais artistas e selos você destaca nele?

Este set foi gravado na manhã de 7 de Junho, logo após o live do Rampue. Especialmente na primeira hora toquei alguns clássicos da house, incluindo artistas como Kerri Chandler, Tyree, Terrence Parker e Masters At Work. Depois explorei mais alguns selos europeus, e um pouco de techno, deep house, passando por Oskar Offermann, Janeret, Makam, Stablo…

4 – No que difere sua preparação para uma noite de Freak Chic em relação as demais gigs?

Cada noite tem uma história, e tento me sintonizar com o momento em que vou tocar, pensando no meu horário, se toco no começo, meio ou final, e imagino um caminho a partir daí. Sets de encerramento, por exemplo, podem durar mais de 5 horas, dependendo da noite. Por ter o D-EDGE como a minha segunda casa, sempre gosto de tocar coisas que nunca toquei em nenhuma outra gig antes, seja um disco novo, ou uma música antiga que acabei encontrando. Essa abertura e sensação de “estar em casa” permite que eu possa levar essas experiências para outras gigs, sempre considerando que cada festa tem seu público, com histórias diferentes pra contar.

5 – Você é um artista muito ligado a cultura do vinil, certo? Dentro do estilo que caracterizou a Freak Chic, quais são seus 3 discos preferidos?

Muitas músicas já marcaram as noites da Freak Chic pra mim, mas 3 discos que destaco e que estão sempre no case quando toco lá: “Tyree – Nuthin Wrong”, “Misterio 001” (que é um edit para “Get On The Floor”, do Michael Jackson), e “Scott Grooves – Another 500”.

6 – Nós imaginamos que você possui muitas lembranças inesquecíveis das noites de sexta-feira no D-EDGE. Se fosse para apontar apenas uma, qual noite você indicaria?

Essa é difícil e minha memória corre o risco de cometer alguma injustiça… Mas a noite com o Derrick Carter, em 2015, foi sensacional. Set, vibe na pista, tudo. Até por considerar que ele não é um artista que acompanho tanto atualmente e já tinha ouvido em outras 3 oportunidades.

7 – Para encerrar, uma pergunta bastante pessoal… com quem você gostaria de fazer um b2b em uma noite de Freak Chic no D-EDGE?

A lista seria longa, mas o primeiro nome que me vem a cabeça é o Move D, por ser um dos artistas com quem mais me identifico, seja como produtor ou como DJ.

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