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A música conecta

Conversamos com Raphael Carrau, que preparou um set exclusivo para a Troally

Por Redação Alataj em Troally 17.03.2016

O primeiro contato que tive com o Raphael Carrau foi na primeira edição da Subdvisions, aonde ele tocou ao lado de Ion Ludwig em São Paulo. Infelizmente cheguei direto para o after as 9h da manhã, mas ainda assim pude ver o feeling e a leitura de pista que o garoto fez e notei um artista focado em querer mostrar o sentimento de estar ali apenas e exclusivamente pela música.

Essa semana, tive um leve bate papo com ele via Skype, pude sugar bastante informação e ver que realmente a cena não é só marketing, talento e contatos como muitos falam. Carrau teve seu primeiro contato com a música eletrônica no Uruguai, suas principais influências foram DJ Koolt e Nicolas Lutz. O crescimento profissional aconteceu em uma cena onde poucas pessoas realmente se importam com a música eletrônica na sua verdadeira essência. Em contrapartida, isso faz com que artistas e produtores de eventos realmente engajados com a proposta, entreguem algo diferenciado aos interessados em consumir algo mais profundo.

Depois de ter seu primeiro contato com a música eletrônica e sentir que queria entrar de cabeça nesse mundo, ele se mudou para o Rio de Janeiro, aonde fez um curso de mixagem e logo em seguida partiu para Inglaterra. É nesse ponto que a história começa ficar ainda mais interessante. Com a residência em Londres e o contato direto com várias records ele resolveu vender todos seus equipamentos digitais e começou a colecionar vinil. Não por hype ou por toda essa discussão envolvendo vinil vs. digital, o lance aqui era diversão.

“São pequenos fatores que proporcionam mais pressão em cima do DJ. Eles fazem você se arriscar mais”, comenta Carrau sobre a cultura dos discos. Isso ganhou ele de uma forma que se entregar a esse hobby foi um caminho inevitável. Em um dia qualquer escolhendo discos na Phonica Records, Carrau conheceu Unai Trotti fundador da Cartulis Music. Eles mantiveram contato, sempre se encontrando em casa e virando alguns discos. Unai logo observou o talento do brasileiro e deu a ele a oportunidade de abrir a segunda pista da festa da Cartulis, algo “pequeno“, como todo começo de trabalho.

Raphael foi evoluindo cada vez mais, ao mesmo tempo em que sua relação com toda crew da Cartulis Music ia avançando. Quando já estava familiarizado com o público da festa, Unai surpreendeu o brasileiro ao abrir a pista para ele em uma festa no Main Room da Fabric, Carrau não decepcionou ao entregar um set cheio de feeling e energia ao público do lendário club inglês. Além de todo esse envolvimento na Cartulis, que é uma das maiores festa de Londres ao lado de gravadoras grandes como Half Baked e Toi Toi, Carrau está sempre presente em muitos outros rolés mostrando um case que passa pelo electro, micro house, house e assim vai até o momento do after hours. “No after, músicas aonde você não sabe aonde encaixar encaixam, as pessoas estão mais sensíveis a música, estão com entendimento maior sobre o que tá rolando e por isso essa é uma das melhores horas”.

Foco, dedicação e diversão foi o que Carrau mais mostrou até aqui, falando sobre sua carreira. As referências que ele citou como Zip e Juliano Serpa da 4finest (RJ) são exemplos de pessoas que vivem música e é isso que mais precisamos no dia de hoje, viver o que fazemos ao invés de querer chegar no destino muito rápido, antes de estarmos realmente preparados. Música de verdade, por gente que faz a diferença!

Texto por Lucas Doné.

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