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A música conecta

Entenda porquê amamos a Shae Detar

Por Alan Medeiros em Troally 24.02.2016

Como você provavelmente já sabe nós somos movidos pelos mais diversos tipos de arte aqui na Troally. A coluna nasceu para ser um braço do Alataj com liberdade para falar de assuntos que não se limitam apenas a música eletrônica de vanguarda. Moda, comportamento, fotografia, cinema e arte são muito bem vindos por aqui, especialmente quando produzidos por artistas que possuem uma visão especial do universo e entregam um resultado artístico capaz de tocar profundamente nossos corações.

Este sem dúvidas é o caso da americana Shae Detar. Ela cresceu no eixo entre Pensilvânia e Nova York e hoje mantém sua base de trabalho em NY. Detar cria expressões artísticas mesclando pintura e fotografia. O resultado nos convida a se aventurar por um “novo mundo”, mundo esse que Shae conseguiu personalizar com sua impactante identidade. Além de obras absolutamente envolvente, ela também possui uma maturidade enquanto mulher que nos emociona.

Abaixo, você confere uma das entrevistas mais legais que já realizamos até hoje. Nela, Shae Detar fala sobre suas inspirações, trabalhos e desafios. Tudo isso de uma maneira doce e muito segura.

As perguntas da entrevista foram feitas em parceria com Georgia Kirilov, do blog non-blasé

1 – Sua arte apresenta uma mistura interessante de fotografia e pintura. Qual dessas frentes floresceu primeiro em sua jornada criativa?

Pintura

2 – Nós sabemos que você trabalha com equipamentos analógicos e digitais. É possível dizer que você se sente mais a vontade com um desses ou o resultado final é o que realmente importa?

Eu comecei com o analógico e assim permaneci durante 5 anos, até que ano passado eu mudei completamente para o digital. Tive que tomar uma decisão entre algumas coisas, pois pintar minhas fotos levava muito tempo. Eu não tenho tempo para tirar o filme, digitalizar negativos e limpar a poeira. Também não posso pagar o processamento de cinema e fazer impressões em grande escala para pintar. Então, eu fiz escolhas que envolveram desistir de ser uma fotógrafa analógica, o que é bom para mim, porque assim me relaciono mais como uma pintora.

3- Há outros artistas que fantasticamente, assim como você, podem trabalhar simultaneamente com diferentes expressões artísticas. No seu caso: é uma necessidade para abrir horizontes maiores dentro de suas expressões ou desenvolver esta identidade foi algo que aconteceu naturalmente?

Tudo o que eu estou fazendo é apenas um meio para ser experimental. Não penso sobre o momento de criar. Eu tento libertar a minha mente de tudo e apenas fazer o trabalho no aqui e agora, sem expectativas, metas ou nada. Onde isso vai me levar, eu não sei muito bem. Sei que tenho sonhos de mostrar o que faço para o mundo todo e ser capaz de pagar todas as minhas contas apenas com a arte, mas estou sempre aberta a mudanças na minha vida e não coloco muita pressão em cima de mim mesmo. Eu trabalho duro e sonho grande, mas a vida pode ser curta e tento apreciá-la dia após dia.

4 – O Alataj é um blog focado em música, portanto não poderíamos deixar de fazer essa pergunta. O movimento musical também inspira você quando está criando? Quais são seus estilos musicais e artistas preferidos?

A música é definitivamente algo inspirador quando estou pintando. Ela varia de acordo com meu humor. As vezes estou no clima para partituras clássicas ou temas de filmes, outras vezes hip hop ou música da década de 20. Em outros tempos, Pink Floyd, Radiohead ou Bjork.

5 – Se você pudesse resumir rapidamente em uma mensagem o que você está tentando transmitir através de suas imagens, o que faria?

Meu objetivo no momento é explorar maneiras de expressar a viagem que nós, como mulheres estamos encarando, de forma moderada mas corajosa.

Em outras palavras, ser capaz de dizer algo poderoso, sem gritar isso. Eu não preciso fotografar as mulheres de uma forma abertamente sexual, a fim de mostrar que uma mulher é independente, forte e no controle de seu próprio ser sexual. Espero mostrar a força e esfera emocional dentro de nós, de um jeito clássico e muitas vezes surreal.

6 – Você parece bastante fascinada com o corpo nu feminino. Por que exatamente isso?

Bem, antes de tudo eu sou uma mulher e me sinto mais confortável com o corpo feminino e a aura das mulheres porque esse é o mundo em que estou mais intimamente familiarizada, desde o nascimento. Acho que é mais fácil para mim expressar o que estou pensando e lidando, usando mulheres como modelos, por que sou uma delas e assuntos femininos fazem mais sentido quando quero demonstrar minha experiência. O corpo nu, em particular, parece muito clássico visualmente, e eu me inspiro mais em pinturas do passado. Não estou tentando explorar a sexualidade das mulheres, nem viso tornar as imagens eróticas, longe disso. No entanto, se o espectador sai com essa impressão, isso é bom… Eu acho que todo mundo é tocado por uma obra de arte de uma maneira diferente e as nossas experiências são bastante singulares.

7 – Você disse a Dazed que gostaria de: “trabalhar com mulheres mais velhas e plus-size também, mas elas raramente contactam-me. Quero meus assuntos mais diversificados”. Nós também vimos que você convidou mulheres mais velhas e plus-size para fotografias e em seguida, publicou os resultados que são surpreendentemente bonitos e retratam esses corpos através de suas lentes delicadas. São estes assuntos que você busca desenvolver ainda mais? Por que você acha que é importante trabalhar com diferentes corpos?

Eu honestamente apenas trabalho com qualquer voluntária e as mulheres que você viu naquelas fotos foram as únicas que se apresentaram para as sessões. Não haviam mulheres mais velhas voluntárias, o que foi uma pena. Só posso trabalhar com pessoas que se voluntariam, por que eu não tenho dinheiro para contratar modelos no momento. Esperava mostrar mais a diversidade de idade e os tipos de corpos e penso que certamente tentarei algo como este em outro momento, quando chegar a hora de disparar outra série. Agora estou focando em 2 exposições solo, aonde estarei mostrando peças de grande escala dos últimos 4 anos. Por isso, vamos ter que esperar um pouco.

8 – Quais são seus planos para o futuro? O que você já pode compartilhar conosco?

Bom, eu estou muito animado para estas 2 primeiras exposições solo! Tenho trabalhado arduamente nas obras de grande escala e acho que estas 2 primeiras amostras serão uma grande coleção de trabalho dos últimos 4 anos. Após estas amostras, vou começar uma nova série.

9 – Esta é uma pergunta que gostamos de fazer aos nossos entrevistados que trabalham foram do Brasil. Existe alguma coisa ou algum artista brasileiro que influenciou você? Muito obrigado por falar conosco?

Eu realmente gosto de pinturas da Anita Malfatti!

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