Alataj

2014 foi mais um ano de muito Techno pelas pistinhas e pistões de Santa Catarina. Ano após ano, o tradicional gênero se renova sem perder suas bases. Essa mutação se deve principalmente aos artistas e ao público, que sempre muito crítico e formador de opinião, dita as regras e influencia line ups de grandes festas e festivais. Emílio Tarter aka tarter é um desses nomes que mantém o Techno cada vez mais vivo por aqui. Convidamos ele para um set exclusivo, que vem acompanhado de uma interessante entrevista, onde ele conta um pouco mais sobre suas influências e planos para 2015.

1 – Você é declaradamente um fã do Techno e de grandes artistas do gênero. Conta um pouquinho pra gente quais os nomes que mais o influenciaram ao longo da tua carreira?

Desde que comecei a curtir a musica em si, quando era bem jovem, sempre tive um carinho especial pela musica eletrônica, como a grande maioria tem a iniciação pelo mainstream, comigo não foi diferente, mas com o passar do tempo, rápido descobri que minha praia seria outra, a minha primeira experiência com o Techno foi assistindo Carl Cox.
Minhas grandes influencias sempre foram e continuam sendo, nesta sequencia, Dubfire, Richie Hawtin, Marco Carola. Levo até hoje o aprendizado que esses me passam a todo tempo, tanto que, em meus sets tenho um pouco de cada um. E também, no passar do tempo, conforme suas linhas foram se remodelando, também passei por mudanças, ouvindo tracks e sets de 2, 3 anos atrás vejo isso claramente, mas, sempre temos algumas musicas clássicas que nunca perdem o brilho.

2 – Na semana passada, saiu o top100 do RA, que como sempre, levanta polêmicas pelo seu método de escolha. Na sua opinião, quem é o melhor DJ e melhor Live de 2014? É possível apontar nomes dessa forma?

Pra mim o melhor DJ do ano foi o Dubfire, como acompanho ele frequentemente, posso afirmar que o cara se reinventou esse ano, e esteve presente nos principais eventos do mundo. Primeiramente com algumas tracks lançadas, que sem sombra de duvidas foram sucesso, como EXIT junto com a Miss Kittin, e Agua, com o Oliver Huntemann. E na minha opinião, foi nome de destaque na pista ENTER da Creamfileds.

Além disso, voltou com seu projeto Deep Dish com o Sharam, que é conhecido mundialmente por trabalhar sonoridades um pouco diferentes, mass ele (dubfire) sem perder sua característica. Deixando o comercial para o Sharam tocar. E se já não bastasse, montou um projeto live, chamado HYBRID, que é muito legal e tenho certeza que vai evoluir muito mais em 2015.

O live fica por conta de Julian Jeweil. Pude assistir o cara em Julho aqui no El Fortin, quando toquei na mesma noite que ele, e como acompanho o trabalho e toco muitas tracks dele, foi amor a primeira vista.

Como se já não bastasse, veio com constante lançamentos no decorrer do meses, e assisti ele novamente em novembro na Creamfields Buenos Aires, na tenda da Cocoon, e lá posso afirmar, ele colocou a pista a baixo, por isso merece o seu reconhecimento.

Sobre as polemicas, todo método de votação via internet onde a popularidade e os meios de comunicação mandam muito acabam gerando polemicas, acredito que sim, tem como apontar os artistas dessa forma, mais também acho que muitos artistas com qualidade não chegam nem a aparecer nesses tops5, top10 etc.

3 – O Soundcloud passa por uma importante mudança de política que deve influenciar diretamente pequenas e grandes contas, já o Facebook diminui cada vez mais o alcance de publicações. Como lidar com as mudanças do mundo digital numa época onde a divulgação na web é tão importante?

Acredito que todas as mídias sociais são muito importantes para a carreira de um artista. O soundcloud é algo que está sendo explorado com mais frequência, eu vejo por mim, onde até um tempo atrás não tinha uma conta premium e só postava um set de cada vez, e hoje a conta paga acaba ficando pequena muitas vezes. O facebook quer faturar com tudo isso, limitando as postagens, e muitas vezes mesmo pagamento, você não tem o alcance para o seu publico alvo.

O que procuro fazer é sempre que me apresento no evento, após o mesmo, publico no mural uma nota de agradecimento a organização e ao publico, e também minhas mídias sociais. Sempre consigo novos amigos e curtidas, da galera que estava presente e gostou do meu trabalho, isso gera futuramente curtidas, compartilhamentos e mais fãs.

Também acho interessante usar todas as mídias sociais disponíveis no momento, a internet vem mudando muito rápido, todo dia uma coisa nova,  o artista não pode ficar parado no tempo, instagram, twitter, facebook, soundcoud, mixcloud, last.fm, beatport, residente advisor, entre outras, sempre atualizadas podem lhe trazer bons frutos. Um exemplo bom é o uso de hashtags, da forma correta. Com uma postagem no twitter e integram usando elas corretamente, já obtive curtidas e comentários de artistas que sigo e sou fã, e também de pessoas que até então, nem me conheciam.

4 – Para encerrar, conte pra gente um pouco mais dos planos para 2015.

Bom, antes de mais nada, quero agradecer a toda equipe da Troally/Alataj pela oportunidade de mostrar meu trabalho e um pouco da minha historia aqui, Obrigado em especial ao Alan que me da sempre muito suporte e feedbacks, valeu mesmo galera, isso ajuda muito o artista!
Então, 2014 foi um ano chave para minha carreira, pude alinhar várias coisas que sonhava, montei meu home studio e iniciei na produção musical, e também, pude chegar no setup que sempre sonhei para tocar.