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A música conecta

Vibe Hall – Márcio Vermelho e sua paixão pelo vinil

Por Alan Medeiros em Vibe Hall 12.12.2015

Nesta semana o Vibe Hall destaca a Disco Lovers, festa que acontece desde que o club reabriu em 2010, mesmo que sem utilizar esse nome. Um de seus grandes diferenciais é o fato das pessoas se fantasiarem e se divertirem pra valer, mesmo quem não utiliza os adereços entra no clima de liberdade e atitude dos outros.

Falando um pouco da música, a proposta é de uma linha de som diferente da tradicional da casa, influenciada pela disco, funk e outras referências dos anos 80 e 90, sonoridades que naturalmente criam essa atmosfera mais divertida e livre, tornando a festa especial. Também há uma preocupação em trazer bons artistas, para manter o característico nível de qualidade musical elevado. Na edição deste sábado o convidado é Márcio Vermelho, residente da Freak Chic (D-EDGE), que falou conosco sobre esse universo que estamos imergindo.

1 – Olá, Marcio, tudo bem? Esse fim de semana você se apresenta na festa Disco Lovers, da Vibe, que é conhecida por valorizar a musica de vanguarda. Quais são as suas expectativas para esta noite?

Oi, tudo ótimo!

Não poderia estar mais empolgado para voltar à Curitiba, será a minha primeira vez no Club Vibe, tocando em uma festa que já ouvi falar muito bem. Ao que me parece a festa tem a proposta musical que se encaixa perfeitamente com o meu som. Expectativa alta!

2 – Márcio, de que forma suas residências e gigs constantes na Freak Chic, ODD e Laço contribuíram para o seu amadurecimento enquanto DJ?

Eu vejo as residências como um laboratório onde é possível testar novos sons e pensar em diferentes formas de compor um set, uma oportunidade para o DJ imprimir o seu estilo e personalidade musical. A intimidade com a pista acaba sendo maior nesses casos, já que a residência proporciona um contato mais frequente entre DJ e público.

3 – Sabemos que você é um artista que absorve diferentes e distintas influências musicais para compor sua identidade. Mas em especial, como as cenas house e disco te influenciam até hoje?

O meu DNA é house/disco, são os estilos que eu toco desde o início da minha carreira e depois de tantos anos ainda fazem a minha cabeça. A diversidade das variações desses gêneros musicais é impressionante.

4 – Você além de DJ é um verdadeiro agitador da cena cultural de SP. Acreditas que Sampa possa vir a se tornar um polo cultural referência para o mundo da música eletrônica e contracultura no mundo?

Acredito que São Paulo já tem um papel muito importante na cultura de dance music mundial. Temos característica únicas por aqui e vivemos um momento especial na cidade, com festas vibrantes, principalmente no underground, e com uma variedade de estilos e propostas impressionante, além de ótimos produtores musicais. Tenho vários amigos e conhecidos que residem em cidades referência nesse assunto e ficam impressionados quando vem para cá.

5 – Desde o começo da sua carreira, você já teve a honra de se apresentar ao lado de grandes ícones da dance music mundial. É possível citar alguma experiência que você considera mais especial nesse sentido?

Uma dessas experiências que me marcou foi tocar ao lado do Richard Sen, em Londres. Um dos DJs que admiro muito e tive a honra de dividir a cabine e ouvir o set fenomenal que ele mandou. Outro momento marcante foi tocar com o Todd Terje no Rio de Janeiro, uma noite inesquecível.

6 – Para encerrar, fale um pouco da sua relação com o vinil e gostaria que você indicasse para nós, qual foi seu vinil preferido em 2015. Obrigado pela entrevista! 🙂

Eu aprendi a mixar com vinil e por muitos anos foi a única mídia que usei para discotecar. É uma relação íntima – o prazer de escolher o disco pela capa, o toque certo na hora de acertar o pitch, o grave aveludado quando tocado em um bom soundsystem… Hoje em dia toco uma grande parte do meu set com arquivos digitais, é inegável a praticidade do formato.

Um dos meus discos preferidos do ano é o ‘Corn’, do Arthur Russel (Audika Records), com versões de faixas produzidas entre 1982 e 1983 e até então não lançadas. Maravilhoso.

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Não é fácil levar as pessoas pra esse tipo de festa, quando o artista não é muito conhecido e a música não é a do momento pra maioria das pessoas, mas acaba sendo gratificante ver cada edição acontecer com sucesso. Contamos com a presença de todos em mais uma Disco Lovers!

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