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A música conecta

Vitrola | Jazz, soul, funk, boogie e muita brasilidade no DNA musical de Marcos Valle

Por Alan Medeiros em Vitrola 09.02.2018

Vitrola é a coluna de brasilidades do Alataj

Marcos Valle é uma espécie de elo entre a música genuinamente brasileira e as batidas eletrônicas que correm a pista dos quatro cantos do mundo. Arranjador, compositor, instrumentista e cantor, Marcos formou-se em piano clássico e teoria musical com apenas 13 anos de idade – o prenúncio de sua intensa relação com a música que mais tarde se tornaria profissão.

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Seu primeiro projeto na música foi ao lado de Edu Lobo e Dorival Caymmi, com quem lançou em 1964 a canção Samba de Verão, primeiro sucesso internacional. A faixa chegou ao segundo lugar das paradas americanas e teve mais de 80 versões gravadas, um indício de que a estrada de Marco Valle no cenário internacional seria longa.

https://www.youtube.com/watch?v=USyP0Wh8oG4

Com o passar dos anos, Valle se firmou como um dos mais talentosos músicos brasileiros e contribuiu com a trilha sonora de diversas novelas, entre elas Pigmalião 70 e Os Ossos do Barão. A canção Um Novo Tempo, famosa trilha de fim de ano da Globo, foi composta por Marcos Valle e Nelson Motta. O sucesso e a aceitação foram tamanhos, que até hoje a música segue na programação da emissora.

O primeiro LP veio em 1963: Samba Demais tem colaborações com Paulo Sérgio Valle, Tom Jobim, Durval Ferreira e Vinicius de Moraes. O disco recebeu vários prêmios e abriu portas para novas colaborações, turnês e outros álbuns. Ao lado de Sérgio Mendes, compôs o duo Brasil’65, que conquistou considerável sucesso na terra do Tio Sam.

Em 69, com saudades do Brasil e assustado com a possibilidade de servir o Exército americano na Guerra do Vietnã, Marcos Valle retornou para novas experimentações. Com a Bossa Nova em um momento de baixa no país, Marcos optou por caminhar em direção ao pop cosmopolita, mas foi na soul music de forte influência americana que ele estabeleceu casa e entregou alguns de seus principais trabalhos.

Após novas indas e vindas entre a década de 70 e 80, Valle retornou novamente ao Brasil para um processo de redemocratização, agora disposto a ficar de vez no Rio. Em 83, após uma série de LPs que já haviam fixado seu nome no alto escalão musical brasileiro, Marcos Valle lançou um álbum com seu próprio nome, contendo canções exclusivamente de sua autoria. Entre as faixas, Estrelar foi o principal destaque, vendendo mais de 90 mil cópias apenas como single. Fogo do Sol, Samba de Verão e Viola Enluarada também conquistaram bons números.

O disco tem um peso especial pelo time de artistas presentes: além de Marcos e seu irmão Paulo Sérgio, Robson Jorge & Lincoln Olivetti, Picolé, Serginho Trombone, Oberdan da Banda Black Riol, Peninha e outros músicos de mão cheia fizeram parte do processo criativo. O poder que Marcos Valle possui de se reinventar em cada álbum também impressiona e em seu álbum homônimo fica explicito na forma como ele desliza por diferentes referências de sua jornada.

A fusão de sintetizadores com jazz, funk, soul, boogie brasileiro e funk veio a perdurar durante os anos até ser redescoberta por diggers do atual século. O disco, que já havia sido super bem repercutido na época, voltou a fazer sucesso frente a uma nova geração que fez de Estrelar um verdadeiro hit. Prova maior que a sua atual agenda de compromissos não há.

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No próximo dia 3 de Março, Marcos Valle apresenta seu show ao vivo para uma legião de ravers do Dekmantel Festival São Paulo. Seu live act será no Gop Tun Stage, que ano passado além de receber o Boiler Room, também era um dos mais aconchegantes e versáteis palcos. Uma chance rara para o público brasileiro acompanhar de perto um dos nomes mais influentes da história musical do nosso país, reviver grandes sucessos como Estrelar e dançar ao som de uma levada bem brasileira.

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