Por Rodrigo Airaf
De DJs adentrando o terreno do house e do tech house o cenário está cheio, mas é sempre bom quando a sonoridade vem acompanhada de identidade. É o caso de Bruno Vieira, ou Dub Clap, que decidiu deixar de lado dois anos de sua vida nos palcos por um bem maior: passar seus dias em estúdio, aprimorando um som que acabou por se tornar algo refrescante em meio ao que temos ouvido ultimamente, dando um rumo ainda mais proeminente à sua trajetória artística.
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Fato é que o DJ e produtor natural de Londrina, no Paraná, conquistou os ouvidos do pessoal da Emerald City, além de Jamie Jones e Lee Foss, referências mundiais no gênero. A track dos ovos de ouro é Freak Groove, que faz parte do EP Alright, do DJ e produtor inglês Jaden Thompson, amigo de profissão de Bruno que produziu junto com ele esta composição de pegada constante e referência direta ao acid house, daquelas de grudar na cabeça mesmo.
O estilo de som conciso e sagaz se percebe em lançamentos anteriores de Dub Clap. Em 2017, Bruno lançou um EP no selo Little Helpers, chamando a atenção do inglês Eats Everything, que colocou sua track Little Helper 313-3 em dois episódios seguidos do podcast Edible Beats. Já no selo Egothermia, ele mostrou com o EP Player uma faceta sônica mais acelerada e obscura que seu lançamento anterior, através de faixas como Code, com marcas que seriam techno se não fossem as linhas de baixo persistentes de Dub Clap, que trazem ao seu escopo musical o groove pulsante da house music.
Com um estilo que chamou a atenção dos europeus muito antes dos brasileiros, Bruno viveu algumas situações inusitadas, como o show do italiano Alvaro Am em sua cidade natal. “Ele veio até Londrina para se apresentar. Durante o set dele, uma das músicas mais aclamadas pelo público foi a minha e ali poucos sabiam que era de um produtor da própria cidade. Mas logo após, com os registros, muitos souberam de quem era a track”, conta o brasileiro.
Sua recente ascensão não é aleatória. Por ser alguém que planeja e olha para o futuro com calma, Dub Clap preocupa-se com sua imagem e para onde vão suas tracks. “Meu objetivo é poder viver única e exclusivamente de música. Consequentemente, busco lançamentos em boas gravadoras, com as quais me identifico”. O resultado foi ter sido o primeiro brasileiro a fazer parte dos três selos onde lançou, os já citados Egothermia, Little Helpers e, agora, a Emerald City.
A música conecta.
