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A música conecta

Xama entrevistas: Discoteca Odara

Por Alan Medeiros em Xama Entrevistas 23.11.2018

Dando sequência a nossa série de entrevistas com os núcleos que vão participar do Xama 2019, chegamos a Discoteca Odara. O coletivo curitibano apresenta um mix interessante de ousadia artística, inovação e humor non-sense, muito disso capitaneado por um de seus artistas mais emblemáticos: Dani Souto.

A festa, que completa 2 anos agora em Dezembro, já apresentou nomes do calibre de Ray Mang, ESA, Manfredas, Thomas Von Party e Fantastic Man – só pedrada absurda. Desde sua criação, eles têm contribuído de forma significativa para o desenvolvimento e fortalecimento de um cenário musical mais plural em Curitiba. A capital paranaense possui uma tradição histórica frente a música eletrônica, mas sempre se comunicou de forma mais próxima com as tendências do litoral de Santa Catarina, em relação a outras partes do país.

Dani Souto e a Discoteca Odara promovem uma quebra de paradigmas nesse sentido, tornado a proposta da festa algo muito mais misturado. Quem estiver no Xama, vai poder curtir seu set no dia 27 de Dezembro. O faraó da Discoteca Odara toca no Xama Bar a partir das 23h. Saca só nosso bate-papo com ele:

Alataj: Olá! Tudo bem? Podemos começar com um panorama geral de Curitiba e da Discoteca Odara? Quais sãos os prós e contras de estar estabilizado por aí?

Discoteca Odara: Bom dia pessoal! Tudo bem por aqui – esperamos que com vocês também. O panorama geral curitibano é desafiador, o que pra nós é um barato. Uma cidade relativamente jovem, ainda em busca de completude em diversos aspectos cosmopolitanos quando comparado com as metrópoles do sudeste, o que demanda muita coisa a se fazer, debater, desenvolver, cuidar e proteger.

Há uma juventude, fora do espectro da elite econômica hegemônica mais conservadora, extraordinariamente talentosa e com muita vontade de fazer diferente, de romper com tradições, preocupada com um bem comum. Isso, na nossa, opinião carrega um potencial grande para que as coisas se tornem cada vez mais férteis, principalmente no campo da cultura e de relações humanas, as quais estamos inseridos.

Falando de coletivos, rolam vários com sua própria identidade, posicionamento, voz ativa, produzindo cultura, promovendo encontros formidáveis e cada com seu próprio publico: Sweetuff, Fabrik, Estalada, Repulsa, entre outros… isso sem falar de iniciativas mais abrangentes como o Subtropikal. Enfim, nos sentimos bem animados por ter tanta coisa a se fazer e tanto a ser desafiado.

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A figura do DJ residente tem sem fortalecido muito entre os principais coletivos do Brasil. No caso da Odara, como foi esse processo de escolha até chegarmos a esses nomes que representam vocês hoje?

A Discoteca ODARA, busca desde que começou, ter vida própria, identidade, sua própria opinião, voz ativa e um papel solidário e de luta, alem de alegre e debochado. No atual momento nos sentimos extremamente leves pra que a ODARA seja quem ela é, sem “freios”. Os membros e residentes, são eco disso, ou melhor, além de também terem todos os atributos citados a cima, estão no “role”, quem esta pelo “role” e por todos aos quais o “role” se coloca por.

Muito se fala sobre a valorização do cenário regional para o fortalecimento macro da cena. Em Curitiba, como vocês têm buscado alavancar esse aspecto? Há um diálogo com outros coletivos e marcas ligadas à arte de um modo geral?

Desde sempre temos esse caráter internacionalista e solidário. Já estamos de fato em constante dialogo com outros, inclusive em busca de algo maior, como talvez uma associação ou algo assim. Achamos que o apoio mutuo é a chave para que possamos nos proteger e, como disse, deixar o campo mais fértil para que tudo desabroche.

Como surgiu o convite para ser parte do Xama? O que isso representa na história da Discoteca Odara?

O convite veio dos Gop, ao “chanceler” Dani Souto [risos]. Acreditamos que a admiração é honestamente mutua e nos sentimos ODARA em contribuir e ser parte dessa iniciativa linda que é juntar esse povo todo.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, listras e close-up

Pensando e falando um pouco mais da nossa cena como um todo. Quais alternativas vocês consideram viáveis para termos uma cena mais sustentável nos próximos anos?

Mais uma vez, vamos levantar a bola da solidariedade como uma dos principais pontos a garantir uma sustentabilidade. Os coletivos cada vez mais buscam sua própria identidade para não ser “peixe piloto”de outros cenários. Isso também é importantíssimo, da cor e durabilidade, afastando a volatilidade vazia comercial da cena. Por fim, ser honesto com quem ta no “role” com você, entendendo e se adequando a realidade econômica. No caso da cena alternativa, sem explorar, você consegue sim equacionar a coisa de maneira que seja saudável pra geral e mantem o role vivo e o bolso de quem frequenta também.

Se você pra resumir a história musical da Odara em apenas uma frase, qual frase você usaria?

“É bom ser humilde, senão tu vai… é melhor tu ir na flecha, que o retorno é de Jedi”
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Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Pra ODARA, musica é nosso canal de linguagem, é por onde a gente se expressa, é por onde a gente se comunica, é por onde a gente se esclarece… é onde a gente é.

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