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A música conecta

Alataj entrevista SUAT

Depois de andar quilômetros de distância com uma controladora Pioneer XDJ-RX2 pendurada no pescoço, um microfone e um iPhone 11 Pro Max transmitindo tudo ao vivo, o britânico Zach Suat aka SUAT — ou Suatism, como é conhecido no mundo digital — vem dar as caras por aqui no Alataj para uma entrevista exclusiva. O figurão do momento das live streams tem feito milhares de pessoas acompanharem seu trabalho através das transmissões sempre criativas, divertidas e inusitadas — se você já viu alguém discotecando dentro de um caiaque, é ele. 

E tudo isso tem acontecido de forma muito rápida. Zach aprendeu a discotecar pra valer só em 2017, logo depois já estava fazendo algumas transmissões ao vivo enquanto dividia sua rotina marcando presença em alguns clubs e festas como EGG LDN, Boundary Festival Brighton, PierJam Hastings e Laganini Beach Club na Croácia. SUAT é um DJ realmente diferenciado e um verdadeiro performer que você vai conhecer um pouco mais agora.

Alataj: Hey, Zach! Check, check! Espero que você esteja bem por aí. Bom, você já deve saber o motivo do convite para essa entrevista… cara, quem discoteca caminhando? Nunca vimos isso antes! Você já vinha fazendo live streamings bem diferentes há algum tempo, na cozinha, malhando, no KFC… mas o primeiro neste formato de caminhada foi o Steppin’ with SUAT 1.0. Por favor, conte pra gente como surgiu essa ideia!

SUAT: A ideia surgiu porque eu precisava encontrar um jeito de mostrar meu som e manter o físico em dia ao mesmo tempo. Eu quis usar o suporte como o modelo dos vendedores de sorvete nos cinemas antigos, vocês lembram? Doeu bastante nas primeiras seis transmissões [risos].

Pouco a pouco você foi caindo nas graças de muita gente ao redor do mundo. Steppin’ with SUAT 4.0 teve mais de 250K views, mas o vídeo que bombou de verdade foi o episódio in the WYLD, hoje com mais de 560K views, e o SUAT 6.0, que ultrapassou 1 milhão de views. Você esperava ter essa amplitude gigantesca com as lives?

Esperava que o conceito desse certo e sabia que todos estariam em casa assistindo por causa da pandemia. Não espero conseguir um milhão, mas quebrei meu recorde de mil espectadores, com 6,2 mil. Hora de começar a mirar mais alto!

E como você montou todo o setup para deixá-lo firme e seguro? Já aconteceu algum episódio triste com ele ou até aqui tudo ocorreu bem? Eu não acreditei quando você se pendurou num balanço só com uma corda…

Alguns parafusos, lonas e uma tábua de madeira mantiveram o equipamento seguro nas primeiras seis transmissões. Meu novo suporte apareceu na transmissão WYLD II. Foi horrível, porque eu estava no centro da cidade e tive que usar minhas mãos para carregá-lo – minha mixagem ficou limitada até chegarmos ao caiaque [risos].

Aproveitando, explica qual é o setup que você usa? Percebemos que você também  não está sozinho durante as lives. Quem é o louco(a) que te acompanha nessa?

Uso a XDJ RX2 e um iPhone 11 Pro Max. Minha adorável namorada me acompanha e é uma soldada absoluta. Obrigado, Lucinda ❤️

Essas caminhadas também não são para qualquer um, certo? Você tem ideia de quantos quilômetros você já andou discotecando nas lives? Imaginamos que você tem uma rotina fixa de exercícios para dar conta disso…

Sempre fui fanático por academia. Corrida, agachamento, etc… com o lockdown, as academias fecharam e eu não tinha muito o que fazer além de caminhar. Não faço ideia do quanto caminhei, mas digamos que em média 2 horas de livestream toda semana por 12 semanas… Pelo menos 50km carregando o equipamento (30kg) adicionados a isso, caminhei 16km no Steppin’ 10 e meus pés estavam me matando.

Pra você, qual é a melhor e a pior parte disso tudo? E qual foi a situação mais engraçada ou inusitada que aconteceu até aqui? 

A melhor foi quando finalmente chegamos no caiaque após pegar um ônibus e táxi, e eu pude parar de carregar o equipamento. A pior foi no fim do 4.0. Eu estava tão cansado de carregar todo aquele peso com o pescoço que desmaiei e não consegui respirar direito — foi um verdadeiro alerta para criar setup melhor. E a situação mais incomum foi ser perseguido por um sem-teto em Londres, no fim da transmissão [risos].

Saindo um pouco do assunto dos streamings, queremos ouvir um pouco mais sobre você. O próprio início da sua carreira já foi bastante inusitado, com as primeiras discotecagens feitas no carro. Do curso de bioengenharia até as ‘walking lives’, como você apresentaria sua trajetória para os fãs brasileiros? Você também produz?

Sai da universidade em que estava estudando bioengenharia. A discotecagem me encontrou. Fiquei obcecado por mixagem e por tudo sobre House Music. Eu queria tocar para as pessoas, mas não tinha um sound system. Então, usei meu carro para isso! 

Foi um dos primeiros vídeos que fiz e teve um ótimo retorno. Continuei criando conteúdo em vídeo baseado em música para aumentar minha audiência e assim conseguir bookings para tocar em clubs. Três anos depois, continuo produzindo minhas músicas e pensando em formas de enfrentar as live streamings.

O que você está planejando para as próximas semanas ou meses?

Dominar o mundo!

Por fim, uma pergunta clássica do Alataj que fazemos para todos os artistas: o que a música representa na sua vida? Obrigado!

A música é um conforto para mim. Tenho muitas tensões na minha vida, como cuidar da minha irmã e alguns outros aspectos. Ser capaz de controlar e manipular a música realmente me acalma e é como uma válvula de escape. Headphones on, world off.

A música conecta.

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