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A música conecta

Faixa a Faixa | Hendrix Garcia – Soul Of a Robot [Algoritmo Records]

Por Redação Alataj em Faixa a faixa 25.09.2020

O DJ, produtor e multi-instrumentista Hendrix Garcia é um ávido explorador de frequências sonoras desde pequeno e apaixonado por tecnologia. Seu projeto foi construído entre sua formação musical clássica e experimentações no mundo dos sintetizadores.  Após seu contato com o mundo da música eletrônica, o artista enxergou um novo caminho e deu a si como missão explorar ao máximo todo o espectro da experiência sensorial que a música é capaz de construir.

Foi pela mistura desse encanto pelo mundo informatizado e do seu amor por música que surgiu o nome da sua gravadora, Algoritmo Records, por ele acaba de lançar o álbum intitulado Soul of a Robot. Hendrix traz esse trabalho dividido em dois lados com uma mistura poderosa, hipnótica e sistemática, mostrando versatilidade e coesão entre os gêneros em que transita. Confira os detalhes de produção de cada uma das faixas.

Hendrix Garcia

“Como toda criança, quando pequeno criava infinitos mundos imaginários em minha cabeça deixando referências externas e meu amor por ficção científica tomar conta de meus pensamentos. Tudo isso se intensificou quando notei que ao fechar meus olhos ouvindo música, esses mundos eram mais reais (mesmo que dentro de mim).  Para esse LP somei faixas a HQs de “Ghost in the Shell” narrando o enredo de um meca reconstruído com novos padrões buscando entender melhor a sua alma artificial.

Nesse trabalho trago expressivamente a estética cyberpunk que pesquiso e aplico em meu projeto me sintetizando de uma forma mais profunda em meio a narrativa audiovisual do meu primeiro álbum. “SOAR” é um trabalho pra você viajar entre mundos distópicos, mergulhar no “mar de informação” do enredo e dançar hipnotizado entre leads e melodias futuristas e cibernéticas das faixas!” 

B1. Artificial Soul | Mesmo no Lado B, Artificial Soul é onde começa a narrativa do álbum Soul of a Robot. A faixa contém um sample gravado por um amigo do produtor da chuva em Tokyo e traz o sentimento de um dia chuvoso e introspectivo, no qual você se questiona e conecta profundamente com seus pensamentos – ainda que artificiais. Artificial Soul é um IDM com baterias quebradas e elementos digitais melancólicos que transmitem a busca por algo etéreo mais real e apresenta introdutoriamente o restante do LP.

B2. Deep Dive | Dando continuidade ao enredo, essa faixa traz um jogo de perguntas e respostas nos plucks e chords tecnológicos na faixa como uma conversa entre as conexões de um cérebro mecânico.Deep Dive faz referência a um mergulho em uma AI robótica trazendo notável influência de Leftfield & Minimal House em seus elementos.

A2. Making of Cyborg | Em uma pegada mais hard sound, Making of Cyborg é um Techno agressivo e hipnótico na mesma proporção. Com um bassline pesado, percussões industriais e noises em colapso, o produtor harmoniza a conversa da track com pads profundos e imersivos como se você estivesse mergulhado no mar de informação no momento exato da criação de uma “alma inteligente”.

A1. Ghosthack | Depois da sua recriação e de um maior entendimento do “meca” diante a sua existência, sentimentos e seus desejos, o produtor apresenta outro Techno em “ghoshack”, dessa vez com uma roupagem mais ácida e precisa. A faixa faz analogia sonora a uma máquina que precisa se hackear e destruir padrões internos passando por provações (simbolizadas por um drop bem ácido) no processo de busca por algo mais humano e de se tornar uma “forma de vida autônoma”.

A3. Especters of the future | Essa faixa é o carro-chefe do álbum, definindo com exatidão a estética audiovisual do LP e do produtor. A faixa é um Electro que equilibra perfeitamente um groove forte e uma atmosfera futurista e distópica. Essa faixa faz alusão ao “espectro” vivenciando o auge das suas experiências como uma forma de vida autônoma e consciente em um mundo hi-tech/low life. A produção conta com o vocal do produtor editado em camadas construindo uma entonação robótica em buscar de sintetizar-se em sua obra.

B3. Emotion Engine | Concluindo a história do álbum Emotion Engine traz seu nome devido a CPU utilizada no console Playstation 2, que por anos foi difícil de se entender e emular devido a sua arquitetura complexa. Essa faixa conta com um trecho vocal do anime Ghost in the Shell, onde o hacker, por meio de um corpo robótico hackeado, afirma que: “A humanidade subestimou as consequências da informatização” e se declara uma forma de vida autônoma e mais hermética que os humanos devido a complexidade da sua memória. Emotion Engine é um Techno hipnótico dirigido por um arppegio cibernético que caminha em uma viagem célere, emocional e segura de sua direção pra concluir a construção da narrativa do álbum.

A música conecta.

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