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A música conecta

Compilações: um dos pilares do desenvolvimento da nossa música de pista?

Por Ágatha Prado em Storytelling 22.10.2021

Você tem ideia da importância do papel das coletâneas e compilações musicais na propagação do trabalho de diversos artistas ao longo de todos esses anos de história da indústria musical? Pois eu ainda emendo a seguinte questão: quantos artistas você já conheceu através de uma compilação?

Em se tratando de música eletrônica, essas seleções musicais, que em geral são apresentadas de forma mixada por um determinado artista, possui um papel fundamental na expansão de nomes de diversos artistas e labels, dos quais grande parte deles passaram a ser reconhecidos justamente por conta dessas compilações. 

Ao longo das últimas três décadas de Dance Music, o formato passou a ser popularizado primordialmente através de LPs, como os clássicos Techno Classics Megamix e o Trance Nation – que inclusive foi uma das séries da Ministry of Sound responsáveis pela difusão do estilo – , e já na virada do século, os CDs assumiram o posto de mídia principal para a apresentação da seleção. 

Então vieram as grandes relíquias que conhecemos hoje, e do qual muitas perduram até os dias atuais. Não faltam exemplos, como The Brazilian Job e Audio Architecture assinadas por DJ Marky em 2001, e que se tornaram marcos imortais na proliferação do Drum n’ Bass em escala mundial. 

A emblemática DJ-KiCKS desde 1995 vem trazendo edições trimestrais assinadas por artistas icônicos da cena eletrônica mundial, e que atualmente se consolida como uma das mais reverenciadas do circuito underground. Foram mais de 70 edições até aqui, incluindo assinaturas de medalhões como Carl Craig, Stereo MC’s, CJ Bolland, TIGA, DJ Koze, Nina Kraviz e Hot Chip para citar alguns.

+++ Editorial | Um passeio por momentos épicos da série DJ-KiCKS

E não podemos esquecer também das séries poderosas da britânica Fabric, contando histórias desde de 2001 através de compilações periódicas que já receberam as seleções de Craig Richards, Michael Mayer, Adam Beyer, Slam e Andrew Weatherall

O DJ e produtor gaúcho Mau Maioli  é um dos artistas que acompanham as compilações ao longo dos anos, sobretudo DJ-KiCKS e Fabric, e acredita que o formato abre oportunidades para o conhecimento de novos artistas, além de registrar momentos históricos da trajetória da música eletrônica : “Na minha visão as compilações são uma forma de sintetizar o estilo e a estética de um momento da história da música. É notável que a cada edição das compilações mais famosas ou não, conseguimos lembrar de determinadas faixas sendo conectadas a tal período. Existem aquelas músicas contemporâneas, claro, mas de grande parte conseguimos concretizar uma parte da nossa história”, explica o artista.

E é conectado ao simbolismo e ao poder do formato que, após nove anos, o Alataj terá a sua própria série de compilações, que em sua primeira edição será assinada por Boghosian. Serão 15 faixas de alguns dos principais produtores do país, selecionadas e mixadas com muito carinho pelo artista que é um dos grandes nomes do DJing nacional.

Guardem a data, 05 de novembro.

A música conecta.

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