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A música conecta

Alataj entrevista Billy Kenny

Por Alan Medeiros em Entrevistas 19.12.2018

Uma mistura das mais loucas referências, assim pode ser descrito o som do DJ e produtor britânico radicado em Los Angeles, Billy Kenny. Sua música é um caldeirão cultural com traços de ritmos que são considerados as bases da dance music inglesa, como drum&bass, garage e house, interpretado com o jeito irreverente que os artistas da Califórnia costumam lidar com suas produções.

Distante do que se costuma chamar de convencional, Billy Kenny desenvolveu seu próprio perfil artístico, que por sua vez é bem destinado ao dance floor. Através da This Ain’t Bristol, seu próprio label, Kenny conquistou o status de formador de opinião em um âmbito global da dance music e a prova disso é o número abundante de jovens produtores que tem em sua música uma referência máxima.

Além de lançar pelas sua própria marca, Billy também alcançou o catálogo de labels respeitados da cena internacional, entre eles Dirtybird, Relief e Sola. Alguns de seus principais sucessos incluem as faixas The Hood Girl, 4 My PPl, Just a Groove e seu remix para o clássico Barrump de Claude VonStroke.

Com certa bagagem frente às pistas brasileiras, Billy Kenny é o tipo de artista que sempre funciona por aqui, seja por seu estilo alegre e carismático de se conectar com o público, ou ainda por conta do perfil explosivo e intenso de seus DJ sets e produções. Seu retorno ao país está marcado para Janeiro, mas antes disso nós falamos com ele. Confira abaixo:

Alataj: Olá, Billy! É um prazer falar com você. Em sua veia artística corre o sangue de duas escolas tradicionais da house music: de um lado está a tradição britânica e do outro o frescor da Califórnia. Como cada um desses cenários te influenciou?

Billy Kenny: Obrigado por me receber! Você esqueceu da Alemanha na verdade, morei lá por 2 anos, antes de me mudar para Los Angeles. Os três me ajudaram muito, pois tive a oportunidade de experimentar as festas de uma perspectiva de consumidor e não de quem está por trás dos decks. Ter morado na Califórnia e na Alemanha também moldou o meu som e o levou para diferentes direções. Sou grato por isso, pois nenhuma das minhas músicas soa como a anterior. Tudo muda constantemente.

Aqui no Brasil muita gente tenta definir o seu som com novos rótulos ou gêneros. Você é o tipo de artista que se importa com isso?

Pessoas de todo o mundo chamam diferentes sons de coisas diferentes. Gêneros, subgêneros e outros. Desde que isso os ajude a me identificar e mostrar aos seus amigos a minha música, eu realmente não me importo.

Percebo que você e outros artistas das gravadoras que colabora estão criando um som realmente novo. No seu caso, isso tem acontecido de maneira natural ou você vai para o estúdio motivado em transformar o que já existe atualmente?

Sempre que estou no estúdio, meu objetivo é fazer algo diferente do que fiz anteriormente. Se eu posso fazer isso e me divertir fazendo com que os outros se divirtam também, eu estou feliz.

Falando especificamente sobre a Dirtybird. Como Claude e o time do label tem ajudado você até o momento? Quão importante tem sido pra você ser parte da gravadora?

Eles têm uma base de fãs tão forte e devota que apoia qualquer artista envolvido com a gravadora. Meu primeiro lançamento na Dirtybird foi muito bem e certamente ajudou a moldar meu sucesso inicial no mercado dos EUA. Além disso, os shows são sempre incríveis e eu sempre me sinto tão amado, tanto pela equipe, quanto pelos fãs.

Estar a frente da This Ain’t Bristol mudou a forma como você enxerga a música eletrônica enquanto business? O que você pode adiantar sobre as ações do selo nos próximos meses?

Sim, definitivamente! Estamos lentamente nos movendo em uma nova direção, pela qual sou bastante apaixonado. Lançamentos recentes já estão mostrando sinais disso, mas no próximo ano será mais predominante.

Sinto que seu som é bastante aceito aqui no Brasil e tem muita conexão com o que o público brasileiro ama. Dito isso, quais são suas expectativas para essa tour por aqui?

Sim, no ano passado minhas redes sociais mostraram muito amor dos brasileiros. Principalmente o Twitter, como não é tão popular na Europa, é muito mais fácil de ver. Sou muito grato por poder tocar lá e viver momentos incríveis a cada vez. Voltarei em janeiro para tocar no Kaballah e no Air Rooftop.

Particularmente, você se enxerga um artista diferente no que diz respeito a discotecagem e produção musical? Qual caminho seguir para que essas duas partes se conectem de forma efetiva?

Certamente! Estava produzindo quando tinha 15 anos e tocava em clubes quando tinha 17, mas meu DJing é a parte da minha carreira em que eu realmente me expresso na frente das pessoas. Minha música é apenas uma expressão minha naquela época, mas ninguém vê isso acontecendo. Me divirto muito fazendo os dois.

Falando um pouco mais sobre a sua mudança de direção musical, o que você pode nos contar sobre Set Me Free e qual foi a ideia por trás dessa produção?

Foi uma das primeiras faixas que escrevi quando voltei ao Reino Unido em abril. Eu sabia que queria incluir mais a minha voz na música e sabia que queria um som mais maduro. Essa faixa é o que me ajudou a assinar minha primeira grande gravadora, que é com a Ultra. Mal posso esperar para que as pessoas ouçam as novas faixas lançadas no próximo ano.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

União, comunidade, amor e emoção. Apenas pensar em um mundo sem isso já me assusta.

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