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A música conecta

Alataj entrevista Tommy Four Seven

Por Manoel Cirilo em Entrevistas 06.09.2019

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Perguntas por Alan Medeiros

O britânico Tommy Four Seven é um dos nomes que tem ajudado a moldar o atual cenário do recorte mais underground da cena techno. A potência de seus acts, sempre bastante obscuros e voltados a momentos de pico na pista, é um dos diferenciais que o ajudou a atrair os olhares para o seu trabalho quando ainda era residente do Fire Club em Londres, hoje uma das casas que assumem a liderança da vida noturna na cidade.

Atualmente, o artista mantém base em Berlim, para onde se mudou há pouco mais de uma década e conseguiu carimbar de vez seu nome no alto escalão do techno mundial. A performance de Tommy como produtor também reforça a notoriedade que ele tem recebido ao redor do globo e seus lançamentos aparecem em selos importantes, entre eles CLR, Wolfskuil Records, Stroboscopic Artefacts e sua própria gravadora, a 47, que tem recebido ótimas críticas e um time seleto de produtores. O primeiro grande sucesso da carreira de Tommy foi seu primeiro álbum full-lenght, Primate, lançado em 2011 por sua já extinta label, Shooting Elvis. O trabalho repercutiu tão bem que recebeu versões remixadas de nomes como Robert Hood, Speedy J e Perc

Agora, T47 vive um novo momento importante em sua carreira com o lançamento do segundo álbum, Veer, lançado em abril pela 47 e que está em turnê mundial de divulgação. Nós aproveitamos sua passagem pelo Brasil a convite do D-EDGE, debut no país, para um bate-papo sobre álbum e a carreira. Confira:

Alataj: Olá, Tommy! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Veer, seu segundo álbum de estúdio, foi lançado em Abril deste ano. Quais foram as principais mudanças em torno do processo criativo em relação a Primate, de 2011?

Tommy: Quando escrevi Veer, não me restringi a nenhuma regra de produção, como fiz quando escrevi Primate. O foco principal era criar um álbum atraente e – de certa forma – que levasse o ouvinte ao fundo do meu mundo imaginário. Para conseguir isso, foquei em arranjos dinâmicos, paisagens sonoras cinematográficas e variação de ideias compositoras.

Veer é um disco rico em texturas na sua essência – muito acima da média no que diz respeito a dance music criada para clubs. Isso nos faz pensar sobre o propósito externo que motivou a sua criação: a espinha dorsal é o dance floor ou há algo além disso ocupando o posto principal?

Obrigado! Ao longo dos anos desenvolvi uma obsessão com detalhes e design sonoro. Obviamente, a maioria desses detalhes não são essenciais para a música do clube. No entanto, sinto que eles adicionam mais interesse a pessoa que está ouvindo em casa ou com fones de ouvido. Naturalmente, a espinha dorsal é a pista de dança, porém acho que um álbum deve atrair um ouvinte casual, caso contrário, você poderia apenas lançar dois EPs.

Como você enxerga a atual cena eletrônica da Inglaterra, quando comparada ao que existia há 10 anos? Na sua visão, essa nova geração clubber está disposta a consumir algo com mais profundidade?

É difícil fazer um julgamento, pois já moro em Berlim há 10 anos. Mas vejo a cena do Reino Unido crescendo e aumentando a popularidade do techno novamente. Há uma nova geração com sangue novo, faminta para sediar seus próprios eventos e promover sua própria cena. Acho que é a fase mais saudável do Reino Unido em 10 anos. Sempre foi um lugar muito aberto musicalmente e disposto a experimentar outros gêneros, bem como se aprofundar.

Certamente você é o tipo de artista que está a todo momento procurando por novos sons e estilos. Nos últimos meses, o que exatamente tem captado mais sua atenção?

Há tanta música boa no momento, é difícil se manter. É ótimo ouvir mais produtores experimentando e eu sempre gostei dessas combinações de elementos do Drum & Bass com techno. Killawatt, Swarm Intelligence, Overlook e Pessimist são bons exemplos disso.

Falemos agora da 47 então: uma considerável gama de artistas tem trabalhando com você desde os primeiros VAs até o 22º release, assinado por Swarm Intelligence. Quais pontos você destacaria no seu relacionamento com os produtores da 47?

Estou extremamente feliz com a forma que a gravadora tem se desenvolvido e como cada artista tem seu sabor particular. Ao mesmo tempo, eles se complementam e contribuem com diferentes elementos para a estética geral. Também há um sentimento de família com a gravadora e é sempre divertido fazer os eventos. Todos têm bom gosto, sede de experimentar novas ideias e descobrir novos territórios no techno.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Música é vida.

A música conecta.

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