Eli Iwasa já é praticamente um membro da família Alataj. Não escondemos nosso carinho e admiração pelo impressionante trabalho que ela exerce em meio ao contexto underground nacional desde o início dos anos 2000, carregando consigo boa influência da cena clubber dos anos 90 e dos seus tempos de Lov.e. Dessa vez, a majestade do techno nacional não está aqui para falar exatamente sobre música, mas sim de algo tão bom quanto: comida! Conheça algumas das aventuras gastronômicas dela:
Com a palavra, Eli Iwasa:
Uma das coisas que mais amo na vida é comer — e aliar isto às minhas viagens e gigs é perfeito. Sempre que tenho tempo, vou conhecer os restaurantes e pratos locais, porque a culinária de cada região e de cada cidade traduz sua própria história, acho que é uma das formas mais legais de se aprofundar com as particularidades de cada lugar que visito. Adoro ir para o Norte do Brasil — Amazonas, Pará, Acre — e lá sempre peço para os contratantes me levarem a lugares bem típicos, de barracas na rua a mercados. Manaus foi onde consegui explorar melhor, por conta das inúmeras visitas que fiz à cidade, onde tenho meus lugares favoritos — por exemplo o restaurante Banzeiro, que prepara peixes amazônicos incríveis, como o pirarucu e o tucunaré, sempre com uma maravilhosa farofa d’água.
+++ Wehbba também compartilhou sua viagem gastronômica com a gente.
Da última vez, pedi para meu motorista me levar para tomar o melhor tacacá da cidade — um caldo amarelado à base de tucupi, folhas de jambu (uma erva amazônica conhecida por adormecer a boca que eu amo), camarões secos, e, para quem gosta, goma de tapioca (que eu dispenso). Sempre peço indicações para os motoristas ou taxistas — nada melhor que a opinião de quem mora ali — que geralmente conhecem os segredinhos, os lugares que os locais gostam, e que muitas vezes fogem dos guias de viagem e do Trip Advisor.
Ele me levou a uma barraca na esquina da Ramos Ferreira, onde tomei o tacacá na cuia como manda a tradição, e ainda pude provar o famoso bolinho de camarão (foto acima). Foi em Manaus também que provei tartaruga (ok, não é politicamente correto, mas faz parte da cozinha local), e comi uma caldeirada de peixe num restaurante flutuante no meio do Rio Negro. Tinha acabado de tocar em um festival na cidade e fiz um passeio de barco que me levou até o encontro das águas, quando o Rio Negro encontra com o Rio Solimões… na volta, passando pela Floresta Amazônica através do rio, no meio do nada, eis que surge um restaurante incrível com pratos à base de peixes, com uma caldeirada que prometia levantar os ânimos de qualquer um.
A música conecta.