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Vitrola | Gal Costa, um time dos sonhos e o fim da Tropicália

Por Alan Medeiros em Vitrola 11.04.2017

Lançado em 1969, Gal Costa, álbum que leva o nome da própria cantora, foi na verdade produzido em 1968 e teve sua data de lançamento adiada por conta do agitado período político/social que o Brasil e a Tropicália passavam no ano anterior. Ele marca uma fase de transformação de Gal, muito mais moderna, protestante e de visual impactante se levado em conta os padrões da época.

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A Bossa Nova é uma referência forte do álbum, mas não está em evidência. Para o trabalho, artistas como James Brown, Janis Joplin, Jorgen Ben e Roberto Carlos são o ponto de partida para as interpretações de Gal. O álbum foi composto por um verdadeiro time dos sonhos. São 12 canções divididas em lado A/B e compostas por Caetano Veloso, Rosil Calvalcanti, Tom Zé, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Giberto Gil, Jorge Ben e Torquato Neto. Ouça-o na íntegra abaixo:

Divino, Maravilhoso é um dos destaques do LP. O sucesso da faixa foi tamanho que ela se tornou um programa semanal da extinta TV Tupi que culminou na prisão de Caetano Veloso ao cantar Noite Feliz com uma arma na cabeça. Ele e Gilberto Gil só foram liberados na quarta-feira de cinzas de 69 e partiram imediatamente para o exílio em Londres, deixando Gal Costa como a única representante da Tropicália em solo verde e amarelo.

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As colaborações e duetos presentes no álbum dão um charme extra ao brilhante trabalho da musa brasileira. Em Baby, cantada ao lado de Caetano Veloso, por exemplo, reside um dos maiores apelos populares do disco, que vendeu mais de 100 mil cópias. Ao longo de seus quase 40 minutos, está presente a essência da Tropicália e há espaço para protesto, canções cantadas em inglês e alusões a várias músicas da Bossa-Nova.

No comando desse projeto estava Manoel Barenbein, responsável pela produção do LP que foi lançado pela Phonogram/Philips. A temática urbana, reflexiva, repleta de provocações e balanço jovem eternizou o disco na memória dos brasileiros. Pouco importa se ele representou ou não o fim do movimento Tropicália. Gal Costa é uma obra que por um daqueles raros acasos do destino conseguiu reunir alguns dos maiores nomes da história da música genuinamente brasileira. O disco foi eleito o 80º melhor álbum nacional da história pela revista Rolling Stone e fez de Gal a mulher mais importante da Tropicália.

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