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A música conecta

15 to understand | Mehen

Por Alan Medeiros em 15 to understand 28.11.2024

A jornada de Mehen na música eletrônica é uma daquelas viscerais. Sua relação com a música causa e absorve impacto positivo e transformador em diferentes camadas da vida. Um trauma pode servir como inspiração profunda, enquanto conquistas profissionais o colocam no caminho da disciplina e persistência. Ser artista, como sabemos, é complexo e desafiador. Passar ileso pela longa caminhada de uma carreira na música é uma missão praticamente impossível, mas que torna-se mais natural quando essa troca entre a pessoa e o profissional que reside no artista flui com verdade.

Neste mês de Novembro, mais precisamente no dia 15, Mehen celebrou, ao lado de Soldera, uma das grandes conquistas de sua carreira até aqui. Juntos eles alcançaram o feito de serem os primeiros artistas brasileiros a lançarem pela Siamese, gravadora gerenciada pela dupla suíça Adriatique e que, nos últimos anos, tornou-se um dos selos mais desejados dentro da cena de sons melódicos. A collab deles, Ngoma, é uma faixa que pode ser descrita como um Afro House de forte influência melódica, conectando a identidade da própria dupla ao DNA da gravadora. 

No embalo do lançamento, convidamos Mehen para responder às perguntas da nossa série 15 to understand, uma oportunidade e tanto para conhecer mais desse talento nacional que deve seguir somando conquistas nos próximos anos:

Quando a música virou mais que um hobby para você?

Foi quando eu perdi meu melhor amigo em um acidente. Ali foi um momento de mudança de vida para mim.

Você se enxerga produzindo, tocando e viajando com a música até o fim de sua vida?

Com certeza. Minha música é meu templo. Com ela, eu sempre estou bem.

Qual é o lado ruim de uma carreira na música?

A pressão que colocam sobre você para estar entre os melhores.

Como você lida com as críticas quando elas são direcionadas à sua arte?

Se forem críticas construtivas, eu tento absorver ao máximo o outro ponto de vista. Agora, se são críticas destrutivas, eu abro as mensagens boas que recebo dos fãs. Assim, me abstenho de algo que não trará nenhum benefício.

Algum artista ou música já mudou a sua vida? Se sim, qual?

Sim, o Vintage Culture. Durante a pandemia, ele deu suporte às tracks que eu tinha feito e me motivou a não desistir da música.

Fale um pouco sobre o que você considera mais relevante: uma grande ideia ou uma rotina disciplinada de trabalho?

Uma rotina disciplinada de trabalho e persistência geram grandes ideias.

Qual é o momento ou conquista mais importante da sua carreira até aqui?

Posso dizer que são três: tocar no Só Track Boa SP, ser convidado pelo Vintage Culture para remixar uma track do seu novo álbum e lançar na gravadora dos meus sonhos.

O que traz inspiração de maneira prática e contínua para criação?

Ouvir muita música de diferentes gêneros, ler livros sobre o mundo da arte, viajar e ir a shows/festas.

Como você descreve a jornada de evolução de seus trabalhos na música, do mais antigo ao mais atual?

Persistência e disciplina.

Qual foi a grande lição que você aprendeu ao longo de sua carreira?

Nada vem de graça. É preciso trabalhar duro para conquistar o seu espaço.

Como você vê a relação entre sua identidade pessoal e sua identidade como artista?

Elas caminham paralelamente, mas eu busco sempre impor meu estilo e caráter dentro do meu mundo como artista.

O que te causa orgulho em relação ao trabalho/música?

Ver que a humildade ainda prevalece em mim.

Qual a mensagem principal que você busca transmitir com sua música?

Que sonhos se realizam e que tudo é possível.

Como você lida com os altos e baixos emocionais que podem vir com a vida de um artista?

Através da terapia pela música, pensando de forma diferente, viajando e conversando sobre meus problemas.

Qual é a importância da colaboração com outros músicos em sua criatividade?

É a oportunidade de ver como outras pessoas trabalham, com diferentes workflows. Isso me abre a cabeça e me inspira com novas ideias.

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