Por Ágatha Prado
O sintetizador é o elemento predominante na produção da música eletrônica por ser um instrumento que reproduz uma variedade de timbres os quais podem ser modulados e editados até se transformarem em outras diversas sonoridades.
Os primeiros sintetizadores a se tomarem sistemas modulares de diversas funções foram idealizados na década de 60 por Herbert Deutsch e Robert Moog, conhecidos como Moog e posteriormente evoluindo para o modelo compacto conhecido como Minimoog. Com o sucesso de sua comercialização, o Moog abriu os caminhos para a evolução dos sintetizadores analógicos até os modelos que utilizamos nos dias de hoje como por exemplo: Roland TB 303 e D-50, Yamaha DX7, Korg MS-20, ARP Odissey, etc.
A aquisição de sintetizadores analógicos, apesar da ampla definição sonora, possui o custo um tanto elevado. Porém, com a evolução da tecnologia digital, podemos encontrar inúmeros softwares de sintetizadores digitais, que oferecem acesso à parâmetros que vão além dos oferecidos pelos sintetizadores analógicos.
Pensando em você, um iniciante no mundo da produção musical, listaremos aqui cinco softwares de sintetizadores digitais, alguns muito conhecidos e outros não tão convencionais, com funções bem abrangentes, boa acessibilidade e fácil manipulação, que rodam nos Audio Workstation (DAW) mais utilizados.
O Sylenth1 é um VST polifônico desenvolvido pela Lennar Digital. Ele é um dos sintetizadores digitais mais utilizados por produtores ao redor do mundo. Com sonoridades que se encaixam para projetos do Techno ao EDM, o VST conta com quatro osciladores com oito tipos de onda disponíveis. Por ser polifônico, o Sylenth pode transmitir até 16 vozes simultaneamente. É um programa relativamente leve, não ocupa muito espaço no disco rígido, mesmo contendo quatro bancos de presets com mais de 500 patches cada.
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As propriedades de edição sonora são amplas, com variáveis de modulação e adição de filtro, efeitos (delay, reverb e sequenciador), envelopes de modulação e dois LFOs que podem ser atribuídos a dois parâmetros diferentes. O Sylenth1 permite que você manipule correções de som com rapidez e facilidade, além de uma alta qualidade sonora, atribuindo uma abordagem que se presta bem ao aprimoramento da criatividade e à simplificação do fluxo de trabalho.
Desenvolvido pela Fab Filter, o Twin 2 avança para uma interface totalmente inovadora e dinâmica, que permite a transparência de todos os processos de edição. Além dos dois osciladores e modulações de tonalidades e desenhos de ondas, o Twin 2 conta com um oscilador extra, gráficos de delay com controles de feedbacks e crossfeeds, com saídas de muita qualidade.
O mais interessante do Twin 2 são as possibilidades práticas de modulações e envelopes, que permite que as fontes de modulações sejam direcionadas aos parâmetros apenas arrastando e soltando. Além de todas essas possibilidades, o plug-in conta com 12 bancos de som, com pelo menos 20 presets cada, dos quais podem ser editados conforme a criatividade.
Com design nada convencional, e ao mesmo tempo interessante, o Synplant produzido pela Sonic Charge, faz uma analogia ao desenvolvimento e a genética de uma planta. Cada timbre possui uma semente, que ao germina-la contém variações de frequência e ressonância que crescem ao longo das folhas. O plug-in possui uma grande diversidade de patches de timbres orgânicos e sintéticos, que soam como a ambiência da natureza, podendo gerar inúmeros efeitos e atmosferas personalizadas.
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O layout principal pode parecer estranho em um primeiro momento, porém o software acompanha um tutorial completo para um primeiro visitante. O sintetizador oferece possibilidade de modulações de tonalidade, efeitos, velocidade e release. Porém, se desejar modulações avançadas, basta manipular os “genes” de suas sementes, cada patch possui um DNA sonoro contendo múltiplos parâmetros de curvas, envelopes, filtros e efeitos. O Synplant atribui uma característica peculiar principalmente para pads, ambiências e FXs.
Para quem curte timbres e sintetizadores típicos de projetos de house e disco, o Tyrell N6 é uma ótima opção, além de ser free. Desenvolvido pela alemã Amazona, o VST conta com dois osciladores de ondas, envelopes de filtros moduláveis, matriz de equalização de frequência, balanço ADSR, além de uma gama de presets de sequenciadores, pads, drums, bass e efeitos que remetem aos elementos de french house, funk, eletro house e eurodance. O Tyrell é um VST completo, com áudios de qualidade, layout de fácil manipulação e instalação.
O Juce OPL é um VST que simula o sintetizador Yamaha OPL dos anos 90. Prático e de simples entendimento, o software contém dois osciladores com oito formatos de ondas cada, permitindo que sejam feitas modulações básicas de parâmetros ADSR, frequências e alguns efeitos como “tremolo” e “vibrato”, além do amplificador FM. Nas últimas versões, o VST permite também a criação de elementos percussivos.
O Juce OPL não possui muitas opções de manipulações avançadas, porém se você está começando agora a trabalhar com sintetizadores digitais, o plug-in é ótimo para entender o padrão de ondas e oscilações. Além de tudo o VST é free, disponível para Linux, Windows e OSX.
A música conecta.