Quando penso em Aurora Halal meu cérebro automaticamente me leva a uma feliz lembrança de 2017. Foi no Dekmantel FestivalSão Paulo, mais especificamente no emblemático UFO Stage, que eu tive minha primeira experiência com essa artista. Em um live de Techno hipnotizante e bem viajado, a norte-americana lotou a pequena pista de dança e manipulou o público com maestria (quem estava lá sabe do que estou falando).
Para quem não a conhece ainda, Aurora Halal é nova-iorquina e, apesar de jovem, há muitos anos vem atuando dentro do cenário da música eletrônica, principalmente em Nova Iorque, e de forma consistente na cultura underground da cidade através de atuações pontuais e robustas e não apenas como produtora musical e DJ, mas também como artista visual e produtora de vídeo, trabalho que desenvolve em paralelo com o projeto de música e que ganha tanto destaque quanto.
Sob o viés musical, Aurora é musicista e tem como característica sonora linhas sombrias e psicodélicas do Techno. Em suas apresentações em formato live ou DJ set é possível entrar em uma bolha com uma certa sensualidade e ao mesmo tempo intensidade peculiares. Acid, Dark, Hard e outras facetas do Techno se misturam de forma homogênea e levam o público a um transe em uma arena de transformações musicais, como ela mesma gosta de denominar. Sua competência dentro das cabines é notável pelas curadorias mais apuradas do cenário underground, levando-a à residência do NYC’s Today e tours em todo o mundo para apresentações em clubs e festivais como Unsound, Atonal, Nachtdigital, Berghain e De School.
O outro viés da artista é enquanto VJ e produtora visual e, como citamos, este trabalho acompanha a credibilidade e respeito que ela conquistou na música. Com turnês pela Europa e Estados Unidos, Halal traz uma abordagem imersiva e experimental para suas apresentações visuais e ainda trabalha como produtora de vídeo, focando na produção de videoclipes, instalações de eventos e outras artes dentro desse viés.
Não para por aí. Ela também dedica-se a produção e curadoria de dois eventos importantes em sua cidade natal, sendo fundadores da festa Mutual Dreaming, que acontece no Brooklyn, e do festival Sustain-Release, dois labels de grande respeito no cenário underground da capital do mundo. A Mutual Dreaming expandiu e também se transformou em uma gravadora, por onde a artista lançou grande parte de seus trabalhos musicais.
Com duas passagens pelo nosso país, a artista é um oásis para os amantes do Techno. Fica aqui nossa recomendação para acompanhar o trabalho dessa grande artista, com o desejo que ela se reencontre em mais alguma pista aqui no Brasil.
A música conecta.