Skip to content
A música conecta

Como as gravadoras do D-EDGE ajudam a reforçar a identidade e a história do club, que agora completa 21 anos

Por Lau Ferreira em Notícias 14.05.2021

Prestes a celebrar nada menos que 21 anos de história, o D-EDGE é reverenciado não apenas como um dos maiores clubs do Brasil, mas também como uma grande empresa que abriga diversas iniciativas em diferentes frentes para fomentar a cena eletrônica nacional. Sob seu guarda-chuva, além da casa noturna localizada na Barra Funda, em São Paulo, estão a agência D.Agency, a escola para DJs DJ College e três gravadoras: D-EDGE Records, OLGA e D-EDGE Records Black.

É sobre estas que falaremos neste artigo, afinal, são parte fundamental da construção da identidade da marca D-EDGE, bem como trazem a importante função de promover a boa música eletrônica underground produzida no Brasil. É curioso, também, apontar como a sonoridade de cada uma dessas labels se relaciona com as noites tradicionais do clube.

D-EDGE Records

Fundada em 2009, a gravadora manteve-se, nestes mais de dez anos, procurando acompanhar a identidade da casa e as tendências de cada período. Se o D-EDGE abriga uma grande diversidade de estilos dentro da House e do Techno, o mesmo pode ser dito sobre a D-EDGE Records — embora, nos últimos tempos, ela tenha se dedicado mais a vertentes houseiras, como Deep House, Tech House e Indie Dance. Nesse sentido, ela tem maior ligação com a clássica noite das sextas-feiras, Freak Chic.

Em seu vasto catálogo, já passaram artistas como Kolombo, Stimming, Luke Solomon, L_cio, Joyce Muniz, Ney Faustini, Leo Janeiro, Zopelar, Roland Leesker, PillowTalk, Acid Mondays, Andre Salata, Mumbaata, Davis, Gaturamo, Propulse, Tapesh, Stekke, Rods Novaes e Roctiv — grande parte deles possuindo fortes laços com a boate paulistana. A curadoria é sempre feita pelo chefão do grupo, Renato Ratier, que também realiza boa parte de seus lançamentos por ela.

Em 2020, em homenagem à vigésima temporada do D-EDGE, a gravadora soltou uma coletânea especial dividida em três volumes: a primeira, trazendo House Music e Minimal; a segunda, Afro House e Melodic Techno; e a terceira, diferentes vertentes do Techno.

OLGA

Inaugurada em janeiro de 2016, com o EP Identity, de Stekke (com colaboração de Ney Faustini), e batizada a partir do endereço original do club na capital paulista (Alameda Olga, 170 — depois da ampliação em 2009, a entrada passou a ser na Av. Auro Soares de Moura Andrade), a OLGA veio para focar em sons mais experimentais. Nesse sentido, relaciona-se com a Mothership, que sempre ocupou a programação dos sábados trazendo novidades e música de vanguarda.

Nesses cinco anos, o selo trouxe 12 releases, de nomes como Lacozta, Dee Buffato, youANDme, Stefan Goldmann, Eduardo De La Calle e Carpenter. Seu último lançamento até aqui foi o Stargaze EP, de Oresm, em janeiro de 2020. A curadoria também é feita por Ratier — antes, ficava a cargo do lendário China Joenes, que faleceu no final de 2018, e que também comandava a curadoria da Mothership.

D-EDGE Records Black

Filha caçula da família, a D-EDGE Records Black surge em 2019 como ramificação da D-EDGE Records para atender à demanda crescente de sonoridades particulares, intensas, sombrias e experimentais do Techno — muitas vezes, é isso que experienciamos nas noites de quinta-feira do club, conhecida como Moving.  

A inauguração foi em agosto daquele ano, com o EP Mindset, de Stéfano TT (que também faz a curadoria da gravadora). Em seguida, o imprint trouxe o álbum de estreia de VAntonio (Humano) e os EPs Level (de Osclighter), Life On Another Planets (de KOKO), Numbers (de Ratier), Chameleon (de Anderson Noise) e Bender (de Aninha e Fabø). Seu disco mais recente é o álbum de estreia de Stefano TT, From A to Z, que é uma espécie de resumo da sua trajetória de mais de duas décadas na música eletrônica.

A música conecta.

A MÚSICA CONECTA 2012 2025