Para se colocar em um circuito, não basta tentar ser um. Há de se pensar na colaboração, na consciência coletiva, na possibilidade mútua e orgânica de celebração da cultura clubber. Foi com esse pensamento que, aos poucos, o núcleo Clubber — há nome mais pertinente? — consolidou-se em um lugar que, apesar de já ter tido outros núcleos antes, não era necessariamente lembrado pela sua evidenciação da música eletrônica underground: Joinville, em Santa Catarina.
Englobando primariamente três festas com regularidade de duas por mês, no mínimo — Breu, de Techno, Inferninho, de House e Techno, e a festa homônima Clubber, de House e Tech House — o núcleo passou a ser essencial na cidade. Isso não se deu do nada. Para chegar a este resultado, seu líder Adriano Silva passou um semestre inteiro pescando da cena de São Paulo todos os ensinamentos possíveis sobre como criar uma cena underground inclusiva, plural e orientada para a qualidade.
Com um time imenso de residentes, muitos deles tendo se formado nas pistas deste núcleo e muitos outros fazendo junto o trabalho pesado de organização — saca só o tamanho da trupe: Clubber X.Ela, Phellipp, Izauro, Paolo Fernandes, Hel, Wags, Stereo, Lyonan, Alex Medeiros, Heritage, Lourenço, Belette, Casti, DJ Hut e Bruno Polippo, para começar — o Clubber conseguiu traduzir na cidade catarinense o espírito berlinense que, até então, só São Paulo conseguia entregar.
Tendo promovido alguns eventos marcantes antes da pandemia, em especial a primeira Clubber, realizada for free no pórtico de entrada de Joinville, e a edição Baile da X.Ela da Inferninho, o núcleo prepara-se, finalmente, para retornar a criar pistas inesquecíveis no próximo dia 17 de dezembro, oficializando a residência de Waltervelt e trazendo como convidado especial o produtor da Capslock, Tessuto, na edição comeback do rolê.

Apesar de já ter levado alguns nomes importantes do cenário para suas cabines, entre eles Kosmo, Anthony, Morenno Mongelos e Valentina Luz, Adriano Silva garante que há muito mais para implementar nas próximas edições, principalmente aspectos que sustentem ainda mais inclusão para o público LGBTQIA+ — público ao qual Adriano só tem gratidão, pois foi com ele que começou sua carreira — como performances e decoração específica.
Com a promessa de criar um espaço de mais liberdade para experimentações, seja do próprio time de residentes, das sonoridades que serão reverberadas e da estrutura visual a ser apresentada, fica o convite para os clubbers de Joinville e arredores para participar deste grande encontro em dezembro. Garanta seu ingresso aqui.
A música conecta.