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A música conecta

Iconic | Tosca feat. Lucas Santtana – Stuttgart [!K7 Records]

Por Ágatha Prado em Iconic 04.08.2022

Cira, Regina e Nana, três nomes e a procura por uma paixão que ficou marcada nos corações dos amantes de música eletrônica, conquistando os olhos até mesmo dos adeptos de fora da e-music. Uma faixa que prova que a música eletrônica também pode falar de amor, sem ser clichê. 

Voltamos ao ano de 2013, especificamente para os trabalhos do duo austríaco: Tosca. Formado por Richard Dorfmeister e Rupert Huber em 1994, o projeto nasceu em meio à leva de artistas que misturavam música orgânica e experimental, com insights eletrônicos como samples, cuts de fita cassete e acordes suaves que somavam as nuances do Trip Hop, Ambient e Downtempo. O primeiro álbum da dupla foi o Opera, lançado pela G-Stone em 1997, no qual incluía a faixa Chocolate Elvis que projetou o Tosca como um dos destaques do gênero Downtempo na Europa. 

https://www.youtube.com/watch?v=ujIJFEsOrX4

Após o sucesso de Suzuki, álbum lançado em 2000 ainda pela G-Stone e que levou o Tosca a posições de destaque nos charts da Áustria, França e Nova Zelândia, o projeto despertou os olhares da !K7 Records – a gigante alemã que além de abrigar alguns dos principais medalhões da e-music mundial, também é a anfitriã da icônica série DJ Kicks. Foi por lá que então vieram os próximos álbuns do Tosca, incluindo Dehli9, J.A.C, No Hassle, e o foco do nosso artigo de hoje, Odeon – lançado em fevereiro de 2013. 

Se formos analisar o trabalho anterior da dupla, Odeon provavelmente é um dos álbuns mais “sombrios” da trajetória do Tosca, apesar de preservar a calmaria e o toque acalentador que já configurava como característica do projeto. Entre as dez músicas do álbum, lá estava a faixa de número 7 do disco: Stuttgart. Com um instrumental mais introspectivo, que recobra até mesmo aquele “quê” misterioso e sensual dos trabalhos de Massive Attack e Portishead, o real protagonismo da faixa fica a cargo da voz e poesia do brasileiro Lucas Santtana.

O produtor e compositor baiano Lucas Santtana já cultivava uma grande bagagem no Brasil, colecionando colaborações com Chico Science, Nação Zumbi, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Marisa Monte. Em 2009, Santtana lançava o álbum Sem Nostalgia no qual a faixa Cira, Regina e Nana já estrelava com sua poesia encantadora, sobre paixões não correspondidas e a busca pelo amor ideal. Uma letra que prende a atenção do ouvinte tanto pela sua forma singela de representar os sentimentos, como pelo tom de voz aveludado e cativante de Lucas Santtana.

Cira, Regina e Nana foi “adotada” pelo Tosca, e reintegrada ao novo instrumental da banda originando então a própria Stuttgart, em uma união perfeita entre a música brasileira com as batidas eletrônicas e profundas do duo austríaco.

Se você for procurar por Stuttgart na internet, certamente verá que o primeiro resultado que aparece é o remix assinado por Marlow & Trüby, que inclusive, atingiu um sucesso ainda maior do que a faixa original. A versão compõe o álbum Odeon Remixes, e abrange um clima mais voltado para a pista de dança com um toque ainda mais magnético ao longo de seus quase 11 minutos de faixa, fazendo com que o remix se tornasse um hino para os apaixonados nas pistas de dança, já que a magia poética de Lucas Santanna fica à flor da pele ao longo da versão.

Além do remix de sucesso de Marlow & Trüby, Stuttgart também recebeu uma versão poderosa dos consagrados John Digweed e Nick Muir, em uma roupagem que mistura o Deep e o Progressive House, refrescando o encanto da poesia de Lucas Santtana. Iconic em todas as suas versões!

A música conecta.

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