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A música conecta

Suze Ijó não tem medo de ser diferente

Por Isabela Junqueira em Storytelling 13.06.2023

O máximo respeito ao passado e história da Dance Music conduz as movimentações artísticas de Suze Ijó e talvez esse seja o ponto principal que faz da seletora uma das grandes protagonistas em ascensão que representam uma nova geração. Mais do que o culto às pistas, Suze brilha ao se motivar a trazer sempre algo novo à mesa, mas absolutamente conectado com a premissa de fazer do House algo a mais que um gênero e, como ela mesma afirma, um “estado de espírito”.

Se tivéssemos que delimitar a pesquisa de Ijó, o correto é afirmar que ela é uma DJ de House, porém, quando em ação, Suze entrega uma enxurrada de referências que se conectam ao movimento musical, mas que se encaixam em um contexto muito amplo. De um Soulful House ao Hip-Hop, do Boogie ao Gospel — aqui nota-se com clareza que o grande elo é ele, o groove, mas se aprofundando no perfil de Suze, logo entende-se que, na verdade, a vinculação desses ritmos é a história. Em entrevista à Telekom Electronic Beats, a artista afirma que entende a House Music apenas como “o topo da pirâmide”, em livre tradução. 

Parafraseando Sabotage, que entoava o Rap como seu compromisso, aparentemente Suze segue a mesmíssima premissa e, automaticamente, se diferencia. Aqui, além do cuidado e ética, um aspecto enriquecedor é o desprendimento do medo de arriscar — o que, como consequência, faz com que ela esteja apta a entregar sempre algo novo, ousado e surpreendente. O mantra que ela ecoa para evitar o frio na barriga? Simplesmente confiar em si e manter o mood que agrade a si mesma. Aqui, o que fica perceptível é que o único medo é o de ser igual e indiferente. 

Aqui, peço licença à Suze para dizer que eu, particularmente, acho que seu medo nunca vai se concretizar, isso porque a função de seletora aflora nela já em um cenário e construção bem diferentes — movimentação que se alinha, inclusive, à sua geração. Ijó cresceu em Roterdão, cidade no sul da Holanda que abriga o maior porto marítimo da Europa e consequentemente, bebe de abundantes panoramas culturais (europeus ou estrangeiros), como o caribenho. Aos 18 anos, ao começar a frequentar as pistas, ela logo se inseriu e passou pelas mais diversas funções inerentes ao contexto da música eletrônica: booker, hostess, promoter, produtora de eventos, vendedora de discos na Clone Records e por aí vai. À essa altura, imagino que sua construção profissional esteja mais entendível, não?

Trazendo um pouco também do momento presente da deejay, ao lado de Carista, ela faz a curadoria da série de podcasts United Identities, um programa de rádio mensal da NTS, label party e que também é uma gravadora (fundada por Carista em 2017). Suze também já deu check em alguns dos principais spots europeus, como Panorama Bar, De School, DGTL, Printworks, Watergate, além, claro, das apresentações regulares no Dekmantel. A ascensão de Ijó é real, palpável e crescente.

Agora, chegou a vez das pistas brasileiras apreciarem a singularidade musical de Suze. Neste sábado, 17, a Festa Selvagem recebe a holandesa em companhia de Omoloko, Paulete Lindacelva e Trepanado em São Paulo. No próximo sábado, 26, Ijó embala a celebração de seis anos da Neue, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, acompanhada por Cevallos, JPEG Space, Mari H, PH Menezes e Trepanado. 

Conecte-se com Suze Ijó: Instagram | SoundCloud

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