A Colours realiza neste sábado sua última edição de 2025 no Rocca Gardenbar, em Caxias do Sul, em formato sunset — um desenho que muda o peso da festa no calendário, tanto pela locação quanto pela dinâmica de pista que começa à luz do dia e vai escurecendo junto com o som. A comunicação indica reta final de ingressos e expectativa de sold out.
Criada e liderada por Fran Bortolossi, a label chega ao fim do ano reforçando aquilo que a mantém relevante há 16 anos: constância fora do eixo das capitais, curadoria que sabe alternar novidade e legado, e uma leitura de público construída com paciência. A edição também funciona como ponte para 2026, quando a Colours entra no seu 17º ano já com a promessa de um calendário especial.
Além do time de residentes e artistas locais — Fran Bortolossi, Ander, Caio Busetti, Ismael Fagundes e Mik Silva —, a noite recebe três convidados. O primeiro é o brasileiro DPR, digger de vinil e estreante na festa. Baseado em Curitiba, ele passou boa parte da trajetória garimpando sons específicos dos anos 2000 em diante, com uma ética de digging levada a sério. Na cabine, o diferencial aparece na maneira de construir atmosfera e energia com variações de tempo, groove e textura, deixando a seleção conduzir a narrativa. Nos últimos 3 anos, DPR expandiu sua atuação a nível global, com diversas datas relevantes no circuito europeu.
O argentino Mateo Dufour chega para data única no país como um desses nomes que vêm ganhando tração justamente por não depender de fórmula: o recorte dele é de house com desenho de mix e base de referências muito bem resolvida. O que chama atenção é a combinação entre timbres orgânicos, groove e uma funcionalidade de pista que não sacrifica dinâmica — sets e produções com espaço, evolução e uma ideia madura, mais próxima de quem pensa o DJing como construção do que como apenas uma sequência de boas faixas.
Já o uruguaio Agustin Clark completa o eixo sul-americano com um perfil mais voltado à curadoria e o trabalho com seu selo, Key Records. Agustin circula entre um house de recorte mais profundo e elementos de club com linhas hipnóticas. Somando todos esses elementos, a última Colours do ano reforça o que a marca sempre soube fazer bem: costurar identidade local, pesquisa e leitura de pista num mesmo lineup, agora em um formato de sunset que coloca a experiência do espaço e do timing no centro da proposta.