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A música conecta

Alataj entrevista Anderson Noise

Por Sofister em Entrevistas 25.04.2022

Ousar o que ninguém jamais ousou, seguir pelo diferente e único. É assim que recebemos para esta entrevista um dos precursores da música eletrônica no Brasil. Anderson Noise tem uma trajetória digna de biografia e segue entregando sons e produções irreverentes, sendo a rebelião dentro e fora do Techno.

A contribuição de Noise para a música é realmente surpreendente. Com mais de 30 anos seguindo por esse percurso, hoje o consagrado produtor ainda tem muito mais a ser mostrado. Seu último lançamento vem numa produção assinada em parceria com os hitmakers da Transa Records. O single Studio 2057 vem embalado com instrumentação de House e elementos orgânicos, marcando a inconfundível assinatura da gravadora, que preza por essas características em seus sons. O alcance de Studio 2057 foi tanto que em sua última edição do Ultra Music Festival Miami, o fenômeno Carl Cox a tocou durante sua apresentação. 

Com genuíno interesse em saber mais desse talento, conversamos com Noise sobre assuntos que passam desde o lançamento do single e a colaboração com a Transa Records, a amizade com Carl Cox e suas visões e influências atuais:  

Alataj: Olá, Anderson, obrigada pela entrevista ao Alataj! Vamos começar com essa grande novidade: o que representou para você ter mais esse apoio do Carl Cox na última edição do Ultra Miami? Considerando que a música ainda não tinha sido lançada… 

Noise: Foi maravilhoso ouvir o Carl tocando “Studio 2057” nas três noites consecutivas que ele se apresentou no Ultra Music Festival Miami 2022. Foram muitos feedbacks positivos que recebi por ele estar tocando esta música mas o que mais me motivou foi que quando a “Studio 2057” estava pronta eu pensei essa track está a cara do Carl Cox eu tenho certeza que ele vai tocar, na sequência já enviei para ele, e quando estava assistindo a live dele e ouvi tive a sensação que novas e boas coisas estão por vir e que preciso continuar acreditando nos meus instintos. 

Você e o Carl Cox já se conhecem e fizeram uma tour juntos no passado… quando essa amizade e parceria começou? Vocês ainda se falam atualmente? 

Conheci o Carl Cox em sua primeira Turnê no Brasil produzida pela Bavaria Vibe no carnaval 2002 que passou pela capital carioca, Maresias e Búzios, quando cheguei pela primeira vez perto do Carl, eu tremendo (risos), ele com aquele sorriso maravilhoso me deu um abraço! Tive a impressão que já éramos amigos e com toda sua humildade e carisma eu fiquei ainda mais encantado pela sua personalidade e profissionalismo. Meses depois ele indicou como FUTURE DJ HEROES para DJ MAG (UK). Falo com ele sempre que tem algo relevante para apresentá-lo.

Seu lançamento Studio 2057 tem alguma referência ao Studio 54? Ou não?! Nos fale suas referências para este single! 

Studio 54 seria muito óbvio, mas o porque é que 2057, é a próxima Data-Limite, teoria atribuída por Chico Xavier em que a terra está em regeneração e em nesta data o planeta será de paz. Aí achei uma boa oportunidade falar sobre esta transição que está acontecendo, como já foi anunciada pelo médium Francisco Cândido Xavier. E porque esta música me traz momentos de alegria e de extrema motivação.

Você é um criador em amplo sentido, segue em constante mutação, fez parcerias inesperadas com orquestras e diferentes artistas ao longo dos anos… Como você percebe a música e suas possibilidades de conexão? 

A música pra mim é um dos meus anjos guardiões, uma amiga, professora, que me mostrou o mundo e me conectou com pessoas maravilhosas. Eu sigo mais do que nunca ouvindo-a e respeitando ainda mais quem ela está pedindo para me acompanhar. Sou extremamente grato pelas incríveis oportunidades que a música me deu. E com a música e meus lindos amigos espero em breve anunciar mais uma parceria inesperada, na verdade mais um presente que a música me deu.

Inclusive, essa é a primeira vez que você lança pela Transa Records, certo? Qual é a sua relação com a crew da gravadora? 

Como Anderson Noise, sim é a primeira vez que lanço pela Transa Records, mas com o Nie Myer (Projeto composto por mim e Henrique Portugal e Lelo Zaneti do Skank) já lançamos 4 singles. Colocar meu nome na Transa era um desejo que eu já tinha há muito tempo por causa da minha grande amizade com o Sugar Hill, M0B e o Natema.

Você já declarou em outra oportunidade, ser um cara insistente. Essa sua insistência continua te motivando e é graças a ela que você está no patamar de hoje?

Noise: Sem dúvida, a minha insistência aliada ao meu prazer em tocar e apresentar minhas idéias, continuam me motivando a viver para a música, minha família e meus amigos.

Sobre o cenário musical brasileiro: entre como foi o seu início e como está agora. Em sua visão há melhorias ou a luta é constante? Ainda existem conquistas que valem a pena no âmbito profissional? 

É muito diferente de tudo que está acontecendo hoje no nosso cenário de música eletrônica. A maioria do público está sendo guiada pelas propagandas, isto faz com que 95% da pessoas acabem escutando as playlists indicadas pelas plataformas de streaming e assim os algoritmos levam todos a ouvirem quem está investindo mais dinheiro, e claro, com isto muitos artistas incríveis não conseguem ser ouvidos. Resumindo, é diferente da época que entrávamos em uma loja de vinil que tinha um disco da Madonna na vitrine, mas nas prateleiras você encontrava um disco do Pat Metheny Group e quando você pegava no disco, o vendedor contava para você a história sobre eles e não acreditava que um grupo daquele era influenciado pelo Clube da Esquina. Falando em melhorias, acho que cada um tem que buscar a sua e saber ajudar no que for possível para nosso cenário ter uma personalidade forte. Sobre as conquistas, UAI temos que continuar a sermos alpinistas, buscando chegar no topo da satisfação máxima! Não estou falando de sucesso, porque se você está gostando do que faz, você é um sucesso.

Como está sua busca musical: quais gêneros te fascinam no momento? Quais ainda gostaria de trabalhar e experimentar? 

O pouco tempo que tenho, estou assistindo documentários e filmes ligados a música, os últimos são o “Orlamundo”, do Orlando Morais e “CODA”.  

No início da carreira, você costumava fazer festas em locais não convencionais, sempre ousado e diferente… o que do estilo underground você leva até hoje? 

Acho que troquei os locais inusitados por timbres diferentes para compor…

Sempre em constante aprendizado… O que mais podemos esperar de Anderson Noise? Quais limites você quer ultrapassar? Novidades para 2022?

Continuar aprendendo é o que busco todos os dias, também estou aprendendo a meditar pois no relaxamento está a cura. O que podem esperar de mim este ano é mais dedicação ainda, estou vivendo um momento muito lindo! Meus limites, somente ter mais tempo para a espiritualidade. As novidades para 2022 serão maravilhosas, aguardem o segundo semestre!

A música conecta.

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