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A música conecta

Alataj entrevista Eron Quintiliano [MATE]

Por Alan Medeiros em Entrevistas 25.06.2018

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Eron Quintiliano é a mente por trás do MATE, conferência anual realizada em Porto Alegre que abrange assuntos relacionados aos universos da Música, Arte e Tecnologia – da soma das iniciais, vem o nome. Com uma proposta de abrangência internacional, o MATE teve sua segunda edição no ano passado com debates, showcases e rodadas de negócios. O Alataj participou de um painel  sobre a evolução da dance music na edição do ano passado.

Esse ano, um novo e ainda mais intenso encontro está sendo projetado, com exposições, exibições de documentários, workshops, festas e muito conteúdo e networking – ta aí duas coisas que nós amamos. A terceira edição do evento deve seguir com suas raízes cravadas na capital gaúcha, cidade estratégica para filosofia de integração sul-americana que o MATE tem. A nosso convite, Eron comentou alguns dos principais desafios da concepção do evento. Confira:

Alataj: Olá, Eron! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Ano passado estivemos no MATE e podemos testemunhar a importância do evento para a economia criativa. Como você avalia esses dois primeiros anos de trabalho nesse sentido?

Saudações musicais à todos do Alataj! Por aqui seguimos, bebendo um MATE, quente! A minha avaliação dos dois primeiros anos é excelente. Caminhamos em uma crescente e realmente eu estou muito feliz. Para terem uma ideia, aqui segue um vídeo com depoimentos de alguns dos participantes do MATE 2017.

Ter um evento desse porte em uma capital certamente facilita muito as coisas. No caso do MATE, por quê exatamente Porto Alegre foi a cidade escolhida?

Alguns fatores foram determinantes na escolha de Porto Alegre para a cidade sede do MATE, dentre eles, a sua vasta história cultural e formação antropológica, bem como, a sua localização estratégica para a melhor construção de maiores relações afetivas entre os estados do sul do Brasil com países vizinhos e o restante do continente, por meio da música e da economia criativa, sendo este um dos principais eixos do MATE.

Por outro lado, Porto Alegre proporciona um ambiente oportuno por ser considerada a segunda cidade mais criativa do Brasil, e ainda possuir um plano de iniciativa municipal, inovador a nível nacional intitulado”Quarto Distrito Criativo, que visa a revitalização de uma determinada área da cidade oferecendo incentivos fiscais para novos empreendimentos e empreendedores que venham se instalar ali, sejam criativos, colaborativos ou tecnológicos.

Ano passado tivemos um painel sobre a cena da música eletrônica com alguns players importantes do mercado. Como você enxerga a participação desse mercado dentro da conferencia no futuro? Há planos para uma maior participação em 2018?

No MATE trabalhamos um recorte geral da música, acompanhamos as diferentes feiras de negócios e conferencias de música da Europa e da América do Sul e, em sua maioria, abordaram um determinado segmento. A proposta do MATE é ser um evento provocador de fusões e disruptivo, além de promover a convergência de diferentes áreas. O estado do Rio Grande do Sul possui um dos grandes públicos consumidores de música eletrônica da América Latina, temos excelentes DJs, produtores e marcas de relevância a nível nacional como é o caso da Colours, que nasceu em Caxias do Sul e já circulou dezenas de cidades dos estados do Sul e possui uma curadoria e programação de alto nível dentro do nicho em que atua. Para 2018, vamos ampliar e muito a música eletrônica na nossa programação de painéis e conferências, trazendo mais convidados e promovendo uma noite exclusiva de música eletrônica.

Como você avalia o atual momento da economia criativa brasileira? O que falta para evoluirmos de forma mais sustentável?

A economia tradicional empurra grande parte da classe média para a classe C, enquanto a economia criativa empodera comunidades e novos profissionais criativos e empreendedores. Acredito que novos incentivos e mais ações formativas por parte do estado podem fazer muita diferença. O significado da economia criativa vai além do valor econômico, também contribui para o surgimento de inovação, seja ela tecnológica, social, ambiental ou educacional. considerando toda a produção da cadeia da Indústria Criativa nacional corresponde à R$ 735 bilhões de reais, o equivalente à 18% do PIB brasileiro, segundo dados do Firjan, no ano de 2012.

Sobre a programação noturna do MATE, os chamados showcases, quais são os planos para 2018? Há possibilidade de eventos com um porte maior?

Sim, o MATE é sempre uma surpresa boa. Em 2018 pretendemos inovar bastante, no sentido de ir na contramão da maioria dos showcases que acontecem pelo Brasil e no mundo, e proporcionar uma maior valorização da classe artística, potencializando ainda mais a nossa programação.

A diversidade musical é um dos pontos fortes do MATE. Como você tem trabalhado para criar uma rede de contatos tão forte e diversa dentro do cenário independente?

Mantemos um grupo conectado durante o ano inteiro, com o intuito de trocar e compartilhar, em busca da geração de novos projetos e negócios colaborativos. Desde janeiro, estamos trabalhando uma nova ferramenta MATE, que em muito breve se tornará publica e de fácil acesso.

https://www.facebook.com/contato.mate/videos/1211848398918809/

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa na sua vida?

O meu equilíbrio e a razão dele.

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