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A música conecta

Alataj entrevista Harry Romero

Logo após lançar o single The Tribe assinado pelo novato duo DOWNLow, a Adesso Music presenteou os ouvintes com um excelente remix de ninguém menos que Harry Romero.

Com o privilégio de ter sido criado em uma família musical — sua mãe mergulhou no ar com os ritmos latinos de merengue e cumbia, enquanto seu pai, um ex-tenor da ópera, praticava suas escalas e ouvia Beethoven — Harry desde cedo procurava constantemente expandir-se musicalmente… e foi o que aconteceu. Hoje é um artista super reconhecido, com lançamentos por Nervous, Defected e Crosstown Rebels.

Nesta oportunidade, pudemos falar um pouco mais com Harry sobre seu novo remix entregue pela Adesso Music, uma faixa que com certeza agitaria qualquer pista de dança graças a bateria robusta, vocais quentes, synths e BPMs acelerados.

Alataj: Harry, recentemente entrevistamos o DOWNLow sobre seu primeiro lançamento oficial, The Tribe. Eles disseram que o manager enviou uma mensagem perguntando quem eles queriam que remixasse a faixa, e eles sugeriram de brincadeira o seu nome, porque jamais imaginaram que fosse algo tangível ter um artista do seu tamanho produzindo um remix pra eles agora. Como foi que rolou essa história com você e o que te levou a topar essa produção?

Harry Romero: Bom, meu manager enviou os detalhes e perguntou se eu gostaria de remixar. Assim que ouvi, já soube o que queria fazer. Estou animado com o projeto! Este é o Harry animado.

Importaria-se de nos explicar como surgiu a ideia para o remix e como você a executou? Quanto tempo acabou levando?

Foram dois dias inteiros. Normalmente, quando ouço uma faixa para remixar, saber que a ouvi finalizada me ajuda. Após isso, é importante recortar e trabalhar com partes curtas e poderosas. Então, volto algumas horas depois. No dia seguinte, me certifico de que as transições soam bem.

E quanto à Adesso Music? Tem acompanhado de perto os lançamentos da gravadora? O que tem achado da iniciativa?

Acho que eles devem manter a consistência, assim terão uma ótima jornada.

É louco que nós estamos fazendo a entrevista do Brasil, e coincidentemente, no mesmo dia do remix de The Tribe, você também lançou o seu remix para Mania de Você, clássico da icônica Rita Lee, em uma coletânea de remixes que conta com muitos expoentes brasileiros, como DJ Marky, Gui Boratto e Tropkillaz. Como surgiu esse convite e como foi a experiência da produção? Você tem proximidade com algum desses artistas?

Conheço o trabalho de Gui na Kompakt Records, fiz minha pesquisa! É muito legal que João Lee, filho de Rita, tenha a visão de fazer um projeto eletrônico diferente. Tive que me familiarizar com a música dela e entender seu poder principalmente nos anos 70 e 80. Foi legal fazer parte disso e deixar o meu toque.

Estamos no meio de algo diferente de qualquer outra coisa que já tenhamos experimentado antes: a pandemia do novo coronavírus. Como está sendo pra você? Serviu para refletir e repensar algo em relação à sua vida ou profissão?

Foi uma chance de parar. Eu não parava há 25 anos. Foi uma forma forçada de me fazer desacelerar e dar valor as minhas bênçãos. Fortaleci minha relação com meus filhos e com minha esposa, além de me concentrar mais enquanto produtor. Tenho abordado minhas produções de uma forma mais artística e experimental. Acho que nunca vou sentir falta de estar na estrada – o que sinto falta é de me conectar com as pessoas na pista de dança. Estou sentindo falta daquela conexão humana com o público.

Uma pequena viagem no tempo agora: como foi ter tido o privilégio de crescer em meio à efervescente cena houseira de Nova Iorque nos anos 90? E como você coloca em perspectiva o que era a cena clubber naquela época em relação aos dias de hoje. Você acha que evoluiu ou aquela foi a era de ouro? O que melhorou e o que piorou?

Correndo o risco de parecer um DJ rabugento, a melhor forma de descrever é que sabíamos que estávamos vivenciando algo especial. O que não sabíamos é que estávamos testemunhando a história.

Quem são os artistas de house que empolgam os seus ouvidos atualmente?

Cinthie e Salome Le Chat são duas que vêm à mente. Gosto da vibe da Cinthie e estou ansioso para conhecê-la. Ela se dedicou à arte e ao ofício da música. Tenho muito respeito por quem faz isso com autenticidade.

De volta pro futuro: o que Harry Romero pode nos adiantar sobre o que está por vir pela frente?

Tem uma collab muito especial chamada El Ritmo por Vega e Romero saindo na minha gravadora Bambossa, sempre quis fazer uma faixa com Louie Vega. Também tenho uma faixa com um cantor chamado Shyam, a qual estou terminando enquanto conversamos.

No Alataj, sempre fechamos nossas entrevistas com esta pergunta: o que a música representa na sua vida?

Caminhamos e falamos em um ritmo. Representa o seu interior!

A música conecta.

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