Iconic

Iconic | Marc Romboy, Stephan Bodzin – Atlas [Systematic Recordings]

Em meados dos anos 2000, época em que o termo “melodic techno” ainda nem existia — ou pelo menos estava longe de ser tão cravado como é hoje — um artista alemão, da cidade de Bremen, conhecido como Stephan Bodzin, começava a se arriscar na criação de suas primeiras músicas com sintetizadores, muito influenciado pelo seu pai que era músico e possuía vários equipamentos analógicos em casa.

Mas a história de Bodzin não começou direto em uma cabine de DJ. Antes de experimentar o techno, ele iniciou a carreira criando composições experimentais para peças de teatro, o que não durou muito, já que por volta de 2004-2005 ele começava a se apaixonar de verdade pela cena clubber e pela música de pista. Seu primeiro EP oficial de forma solo, Caligula / Marathon Man, saiu em dezembro de 2005 pela Systematic Recordings, de Marc Romboy, e foi o primeiro passo para os holofotes a nível global, talento que foi notado de forma muito rápida por toda a cena underground.

No ano seguinte, em julho de 2006, o artista então dava vida a um de seus maiores clássicos de toda sua discografia, Atlas, novamente pela Systematic Recordings, desta vez levando a assinatura do head label junto ao EP. Não há uma explicação certa para este single ter feito tanto sucesso, a não ser por sua melodia minimalista super característica, acompanhada de uma tonalidade densa e profunda. Talvez ali começava a se desenhar o techno melódico que se tornou o que é hoje — e muitos nem percebiam. 

Nos anos seguintes, a faixa naturalmente foi caindo no esquecimento do público até que, em uma jogada extremamente inteligente da equipe da gravadora, Atlas ganhou um EP de remixes celebrando os 10 anos do lançamento da faixa original, estrelando versões de Tuff City Kids, Andre Lodemann e a mais simbólica de todas, do Adriatique. Nesse momento, Stephan Bodzin já era um nome consagrado do melodic techno por conta de seus trabalhos anteriores e Adriatique vivia seu grande momento de ascensão — a faixa chegou no momento certo para irradiar ainda mais luz no trabalho de ambos os artistas.

Em algumas raras ocasiões, Bodzin ainda inclui Atlas no seu live set, mas como um artista completo que está constantemente se renovando e lançando trabalhos tão brilhantes como essa faixa, vê-lo performando rodeado pelos seus sintetizadores é uma experiência única e imperdível, com ou sem Atlas. Nesta sexta, dia 17 de novembro, ele estará no Surreal Park fazendo sua estreia neste que já se tornou um club emblemático da cena brasileira. Ao seu lado, Waltervelt, Kobbaia (live singer) e HOO completam o lineup desta noite que promete ser banhada por melodias e muita nostalgia. Será que ouviremos Atlas?! Seria um presente e tanto… 

A música conecta.