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A música conecta

Mergulhando em Systolic, novo EP de K.A.L.I.L. pela Terminal M

Por Rodrigo Airaf em Mergulhando 23.02.2024

Se a arte imita a vida, no caso do K.A.L.I.L. ela é a vida. Nunca fugindo de seu propósito com a música, o DJ e produtor paulistano construiu uma alçada fiel no techno brasileiro ao longo dos seus 20 anos de carreira, o que reverberou também em sua presença internacionalmente. Noir Music, Senso Sounds, Filth On Acid, Stil Vor Talent e Parquet foram só algumas das labels que promoveram os sons do artista, que adiciona agora a este rol a label Terminal M.

Estamos falando aqui da plataforma da alemã Monika Kruse, uma das artistas mais aclamadas do techno, na ativa desde 1991 e parte do grupo de artistas que ajudou a popularizar o gênero em nível mundial. A Terminal M é um hub imponente, por onde passaram nomes como Joyhauser, Alex Stein, Ramon Tapia, ANNA, Pig&Dan, Andhim, Gregor Tresher e Stimming

Protagonizando o lançamento de número 228 da label, K.A.L.I.L. une seus grooves incessantes aos sentimentos de seus desafios pessoais, tornando o EP Systolic um trabalho singular, para se lembrar no futuro. As faixas, Systolic e Ascesis, pegaram seus nomes emprestados do vocabulário grego de maneira deliberada, representando a autodisciplina que K.A.L.I.L. precisou empregar em sua vida. A história você pode conferir aqui, enquanto aperta o play neste lançamento que, em breve, também estará no vinil.

A ideia

A ideia da Systolic começou literalmente do peito. Eu gravei o som das batidas do meu coração durante um exame no hospital enquanto me recuperava de um AVC. Obviamente não fiz a música na ocasião, mas levei esse turbilhão de sentimentos comigo e quando pude voltar ao estúdio para trabalhar, a música nasceu a partir do áudio gravado naquele momento. Consegui trazer uma mistura de medo, ansiedade, tensão e incerteza misturados com a vontade de viver e, assim, a faixa veio ao mundo.

A escolha da gravadora

Eu escolhi a Terminal M por diversos motivos… primeiro, por ser uma gravadora legal, respeitada e com um alcance bem interessante. Segundo, é claro, o fato de pertencer à Monika Kruse, que é uma pessoa incrível e é peça-chave no desenvolvimento da cena techno na Europa e no mundo. Gosto muito dos lançamentos deles e, depois de diversos contatos, o lançamento deu certo.

A grande influência

Como naquela ocasião eu estava ouvindo diversos estilos diferentes em busca de inspiração, peguei um pouco de heavy metal, ambient music, progressive house, hard e peak-time techno. Juntei também com um pouco da vertente que me fez começar a produzir música eletrônica, o psytrance. As duas faixas do EP têm essa pegada do bassline rolling, arpejos, bastante ambiência e uma energia que remete aos festivais open-air que já fui e já me apresentei pelo mundo.

O significado

Lançar essas duas músicas, especialmente a que deu nome ao EP, “Systolic”, por uma gravadora do porte da Terminal M, é um marco na minha carreira e isso traz muitos significados. Primeiro, trazer à superfície o sentimento e energia de um momento que mudou minha vida. Somado a isso, também vem meu retorno “full power” ao trabalho, depois de um tempo melhorando minha saúde. Colocar tudo isso pra fora e compartilhar com vocês tem sido incrível, reconfortante e tem trazido muito carinho de diversos lados. Só tenho a agradecer. Minha vida se divide entre antes e depois desse episódio todo, e as músicas vieram com esse propósito de renascimento, de superação.

A pista dos sonhos

Awakenings. Apesar de minhas músicas passarem pelo festival, pela mão de outros artistas, me apresentar e colocar tudo o que eu fiz ali para aquele mundo da gente dançar seria incrível e transformador.

Systolic está disponível no Beatport e Spotify

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